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Excedente externo baixa para dois milhões de euros
O saldo da balança corrente e de capital foi ligeiramente positivo nos primeiros quatro meses do ano, deteriorando-se face ao período homólogo. O turismo está a compensar a queda nas exportações de bens.
O saldo externo de Portugal, medido através da balança corrente e de capital, baixou para 2 milhões de euros entre Janeiro e Abril deste ano, o que compara com os 292 milhões de euros registados no mesmo período de 2015.
Os dados foram revelados pelo Banco de Portugal e mostram que esta deterioração nas contas externas portuguesas se deve sobretudo à evolução da balança de capital, cujo excedente passou de 639 milhões de euros entre Janeiro e Abril do ano passado para 318 milhões de euros no mesmo período deste ano.
Já na balança corrente o défice até baixou, ao passar de -347 milhões de euros para -317 milhões de euros. Uma evolução positiva que se verificou apesar da ligeira deterioração na balança de bens e serviços, que registou um excedente de 243 milhões de euros (abaixo dos 377 milhões de euros do período homólogo).
O Banco de Portugal dá conta que as exportações baixaram 1,9% (as vendas de bens ao exterior desceram 2%), o que foi parcialmente compensado pela queda de 1,4% das importações. E destaca que em Abril o comportamento foi positivo, com um excedente de 352 milhões de euros, o que foi suficiente para anular o défice registado no primeiro trimestre.
A rubrica viagens e turismo foi a que mais contribuiu para esta evolução, com um saldo positivo de 1.619 milhões de euros, o que representa um crescimento de 6,1%.
No que diz respeito à balança financeira, o Banco de Portugal assinala que passou a apresentar um saldo positivo (338 milhões de euros), contra um défice de 209 milhões de euros no período homólogo. Uma evolução que ficou a dever-se sobretudo à evolução do investimento de carteira, que passou de -1.346 milhões de euros, para um valor positivo de 4.564 milhões de euros.
"No mês de Abril, o saldo de 496 milhões de euros deveu-se essencialmente ao investimento líquido das outras instituições financeiras monetárias e do banco central em títulos de dívida de longo prazo emitidos por entidades não residentes", refere o Banco de Portugal, acrescentando que "em sentido contrário, os não residentes adquiriram bilhetes do Tesouro emitidos pelas administrações públicas e as sociedades não financeiras aumentaram os empréstimos obtidos no exterior".