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CFP: Governo realista em 2017, optimista daí para a frente

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) considera que as previsões do Governo para este ano são razoáveis, mas deixa várias interrogações sobre os anos seguintes.

18 de Abril de 2017 às 11:14
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Na avaliação do CFP ao Programa de Estabilidade, a instituição liderada por Teodora Cardoso considera que as previsões de curto prazo do Executivo são realistas. A partir de 2018, começam a surgir mais dúvidas e, à luz da informação que tem, o CFP considera as estimativas "optimistas".

 

"Embora no início do horizonte temporal do PE/2017 os riscos se distribuam de forma equilibrada em torno da previsão do Ministério das Finanças, evidenciando algum grau de prudência para o ano de 2017, no médio prazo os riscos são essencialmente de sinal negativo, podendo a previsão do MF ser interpretada como genericamente optimista à luz da distribuição dos desvios de previsão no passado", pode ler-se no documento.

 

Sobre 2017, o Conselho nota que as previsões são "prováveis" e que, no que diz respeito à evolução do consumo privado, o Governo está até a ser "prudente". Isto é, um crescimento económico de 1,8% este ano é "plausível", uma vez que o ímpeto do final de 2016 contagiará o arranque de 2017. Na segunda metade do ano, a economia deverá abrandar.

 

O CFP refere que os riscos para 2017 são neutros. Por exemplo, os potenciais efeitos negativos do aumento do preço do petróleo serão compensados por uma aceleração da procura externa, ainda mais num contexto de recuperação internacional.

 

Quanto aos anos seguintes, o CFP tem mais dúvidas, assumindo que as previsões das Finanças podem ser vistas como "optimistas". "O conhecimento incompleto das medidas que fundamentem o redirecionamento [do investimento] e a moderação do consumo privado face ao aumento do rendimento disponível sugere um risco para a composição do crescimento, de que depende a sua sustentabilidade", refere o CFP.

Veja em baixo os intervalos de confiança estimados pelo Conselho para as previsões do Governo até 2021. O gráfico da esquerda mostra claramente que, no arranque deste período, as previsões são razoáveis e poderão até ser ultrapassadas, mas à medida que os anos avançam, o exercício começa a revelar-se optimista, segundo as contas do CFP.

O CFP sublinha que os riscos são especialmente relevantes do lado da procura externa ao longo de todo o período até 2021 que, "na ausência de ganhos de termos de troca, tem de assentar em ganhos permanentes de quota de mercado, e/ou numa evolução contida das importações".

A avaliação do Conselho nota que outras instituições internacionais antecipam que a economia portuguesa entrará numa trajectória de desaceleração no médio prazo. Porém, reconhece que o CFP, tal como as outras instituições, "não tem conhecimento completo do conjunto de medidas tidas em conta nesse cenário e que poderão integrar o Programa de Estabilidade e o Plano Nacional de Reformas".

O CFP refere ainda que o perfil do crescimento esperada pelo Governo para o período entre 2017 e 2021 assentará "no dinamismo do investimento e das exportações", uma composição que o CFP considera "mais adequada para a sustentabilidade do crescimento da economia portuguesa".

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