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BdP vê inflação nos 7,8%. Salários reais estagnam este ano

O Banco de Portugal está mais pessimista para a subida de preços e vê a inflação atingir 7,8% este ano. Efeito vai sentir-se de forma notória nos salários. Rendimento disponível real deve estagnar este ano, diz a entidade liderada por Mário Centeno.

Mário Centeno assinalou os 111 anos do ISEG, escola onde foi aluno e docente, mas evitou alongar-se sobre os desafios da subida de preços na UE.
Bruno Colaço
06 de Outubro de 2022 às 11:06
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O Banco de Portugal (BdP) estima que os preços subam 7,8% este ano, uma subida que anula os aumentos nominais de rendimentos antecipados em 2022. Entidade liderada por Mário Centeno vê salários a estagnarem.

No Boletim Económico divulgado nesta quinta-feira, 6 de outubro, o banco central revê em forte alta (1,9 pontos percentuais) a estimativa de subida dos preços para este ano. Espera agora que a inflação dispare para 7,8%, quando em junho esperava que fosse de 5,9%. 

Em causa estão as "crescentes pressões externas sobre os preços", justifica o BdP. A forte procura dos bens e serviços, cujo consumo foi condicionado durante a pandemia, também contribui para a trajetória ascendente da inflação - embora se espere uma "inflexão no final do ano".

O BdP lembra que as expetativas de preços dos empresários para os próximos três meses abrandaram em julho e agosto. Ao mesmo tempo, as hipóteses apontam para quedas em cadeia no preço do petróleo (embora acima do valor médio de 2021) e espera-se que as cadeias de fornecimento comecem a perder alguns constrangimentos.

"Neste contexto, a inflação mantém-se acima de 9% na segunda metade do ano,
atingindo o ponto máximo no terceiro trimestre (9,5%) e diminuindo ligeiramente no final do ano", estima o BdP. 

Rendimentos crescem 6,5%, mas inflação anula aumentos

Um efeito notório da inflação é nos salários reais. Segundo a entidade liderada por Mário Centeno, o "rendimento disponível real estagna em 2022", avançando apenas 0,2%, após 2,2% em 2021, condicionado pelo "perfil marcado da inflação".

É que, em termos nominais, o banco central vê o rendimento das famílias acelerar de 3,6% para 6,5% "refletindo o comportamento das remunerações do trabalho", num contexto de crescimento do emprego e dos salários por trabalhador.

Mas também via transferências. Segundo o BdP, "as medidas anunciadas em setembro pelo Governo português deverão ter um contributo de 1,4 pontos percentuais para a variação do rendimento disponível em 2022".


Recorde-se que as pessoas com rendimentos mensais até 2.700 euros vão receber um apoio monetário de 125 euros (a que acresce 50 euros por filho) em outubro. Também este mês os pensionistas vão receber mais meia pensão. 

(Notícia atualizada às 11:20 com mais informação)

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