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Desastres climáticos podem provocar a morte de 152.000 europeus por ano em 2100

Os desastres climáticos podem provocar 152.000 mortes na Europa por ano, entre 2071 e 2100, em vez das 3.000 anuais que se têm registado nas últimas décadas, segundo um estudo publicado este sábado.

Ricardo Almeida/Correio da Manhã
05 de Agosto de 2017 às 16:54
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Cientistas do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia (JRC em inglês) estimam que duas em cada três pessoas que residam na Europa em finais deste século serão afectadas por fenómenos de clima extremo, que afectarão todos os países do sul do continente, refere o estudo divulgado na revista The Lancet Planetary Health.

 

Nesta investigação são analisados os possíveis efeitos futuros dos sete desastres mais perigosos relacionados com o clima: ondas de calor, ondas de frio, incêndios florestais, secas, inundações e nevões.

 

"A alteração climática é uma das maiores ameaças contra a saúde humana do século XXI. O seu perigo para a sociedade está cada vez mais ligado aos desastres que dependem da meteorologia", afirmou Giovanni Forzieri, principal autor do trabalho.

 

"A não ser que o aquecimento global se reduza de maneira urgente e se tomem medidas adequadas, uns 350 milhões de europeus poderiam estar expostos a fenómenos climáticos extremos por ano em finais do século", sustentou o cientista.

 

Como parte da sua investigação, o grupo de Forzieri analisou os registos de 2.300 desastres climáticos ocorridos na Europa entre 1981 e 2010, com o objectivo de determinar a vulnerabilidade das populações.

 

Os cientistas cruzaram essa informação com as projecções sobre a evolução do clima nas próximas décadas para determinar o eventual impacto futuro dos desastres ambientais.

 

O estudo indica que as ondas de calor serão o fenómeno mais letal, que poderá causar até 99% das mortes. Este tipo de fenómenos extremos provocaram cerca de 2.700 mortes por ano nas últimas décadas, mas o número de mortos poderá ascender a 151.500 entre 2071 e 2100.

 

O estudo prevê, além disso, um aumento substancial das mortes por inundações em regiões costeiras, que passariam de provocar seis por ano no início do século XXI para 233 antes do século XXII.

 

Os incêndios, as inundações fluviais, as tempestades e as secas registam um avanço menor, em comparação com os fenómenos mais perigosos.

 

As ondas de frio poderão ser cada vez menos frequentes devido ao aquecimento global, embora este declive não venha a ser suficiente para compensar o aumento do perigo do resto dos fenómenos extremos, segundo os cientistas.

 

As ondas de calor e a seca irão afectar, principalmente, os países do sul da Europa, onde provavelmente todas as pessoas ver-se-ão afectadas por um desastre climático anualmente.

 

Nestes países, os investigadores calculam que em 2100 a meteorologia extrema irá causar cerca de 700 mortes por cada milhão de habitantes, por ano.

 

No norte da Europa, pelo contrário, apenas uma em cada três pessoas será afectada por este tipo de eventos, provocando três mortes por cada milhão de habitantes.

 

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