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Ferraz da Costa: Saída sem programa cautelar foi a "solução possível"

O empresário Pedro Ferraz da Costa considerou que a saída sem cautelar foi "a solução possível" e elogiou o discurso do primeiro-ministro e o seu papel nos últimos três anos na execução do programa de ajustamento.

04 de Maio de 2014 às 22:44
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"É a solução possível, o Governo percebeu há bastante tempo que era a solução mais provável, preparou-se para isso, tem liquidez para um ano, o que é tranquilizador para todos, e estamos em condições de prosseguir o esforço", disse o presidente do Fórum para a Competitividade à Lusa.

 

Para o futuro, considerando que ao longo destes três anos o programa de ajustamento "resolveu os problemas mais urgentes e dramáticos", Ferraz da Costa defendeu ser necessário a Portugal "continuar sozinho", até porque "muitos bons resultados vão vir" em reflexo dos esforços já feitos.

 

Preocupado com o facto de que o ajustamento feito seja posto em causa, o empresário disse ter ficado mais descansado perante as declarações feitas hoje por António José Seguro: "Achei que as declarações do secretário-geral do PS foram mais responsáveis do que alguns pensavam e isso foi positivo".

 

Ferraz da Costa elogiou ainda o primeiro-ministro, Passos Coelho, tanto na prestação de hoje, como no papel que teve nos últimos três anos.

 

"O discurso do primeiro-ministro não foi eufórico, não tentou reservar para si o sucesso de se ter cumprido o programa de ajustamento e ele teve uma grande parte nisso, com uma grande resistência a todas as dificuldades. O Presidente da República, os partidos da oposição, o Tribunal Constitucional, ninguém ajudou muito", disse.

 

O empresário considerou que, como aliados, Passos Coelho teve "os portugueses, porque perceberam que tinham de moderar o consumo, de poupar mais, e as empresas, porque perceberam que o mercado interno ia descer e voltaram-se para a exportação".

 

Ferraz da Costa disse ainda acreditar que, apesar de Portugal ficar agora dependente dos mercados para se financiar, o país não sentirá dificuldades e não deverá ser preciso accionar o programa cautelar em alguns meses.

 

"Se não fizermos asneiras, se na campanha eleitoral para as europeias (apesar de não dever grande repercussão externa) não se disserem enormidades como se disseram nos últimos tempos, olharão para nós como país que está a fazer o que tem de fazer", considerou.

 

O primeiro-ministro anunciou hoje, numa comunicação ao país, que Portugal vai sair do actual programa de resgate financeiro sem recorrer a qualquer programa cautelar, regressando autonomamente aos mercados.

 

"Depois de uma profunda ponderação de todos os prós e contras, concluímos que esta é a escolha certa na altura certa. É a escolha que defende mais eficazmente os interesses de Portugal e dos portugueses e que melhor corresponde às suas justas expectativas", justificou o chefe do executivo PSD/CDS-PP.

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