Notícia
PSD admite terceira via para saída do programa da troika
Luís Montenegro diz que não há preferência e que os cenários possíveis são um programa cautelar, uma saída à irlandesa ou mesmo uma terceira opção.
Regresso pleno ao mercado, programa cautelar ou até uma terceira via. As três hipóteses foram deixadas esta quinta-feira sobre a mesa pelo líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, quando confrontado pelos jornalistas sobre qual a opção que o PSD defende para o período após o fim do programa de assistência económico-financeira.
"O PSD não manifestou à troika nem ao país uma preferência por uma das saídas. Entendemos que, na altura própria, a três ou quatro semanas do fim do programa, teremos de definir e decidir aquilo que mais interessa ao país, dando confiança e segurança aos investidores internacionais para um regresso pleno a mercado, com taxas de juro compatíveis", declarou Luís Montenegro, citado pela Lusa, à saída da reunião da bancada parlamentar social-democrata.
Quinta-feira, Luís Montenegro veio entretanto relançar uma terceira hipótese de saída do programa, sustentando que "pode acontecer com todas as opções que estão em aberto e qualquer uma delas pode ser tomada se o seu condicionalismo for favorável". Segundo o líder parlamentar laranja, "pode acontecer com saída similar à da Irlanda, com programa cautelar ou com uma outra terceira opção" que possa assegurar que existem todas as condições para o regresso credível ao mercado e que não traga no futuro novas necessidades de ajuda externa. Esta terceira via, clarificou ainda em declarações aos jornalistas, "é tudo aquilo que puder ser acordado com os parceiros".
Marques Guedes confiante
Entretanto, ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares afirmou também ontem que "está confiante" de que a 11.ª avaliação regular ao resgate português está "a correr bem", mas não adiantou qual a data prevista para a conclusão desta missão. "Estou confiante de que está a correr bem, mas relativamente a pormenores mantemos o princípio que adoptámos desde o início de não nos pronunciarmos sobre os resultados dos trabalhos até à sua conclusão", disse Marques Guedes, na conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho de Ministros.
Os membros da troika chegaram a Lisboa na semana passada para realizarem a 11ª avaliação regular ao Programa de Assistência Económica e Financeira, a penúltima do actual resgate financeiro do país.
O secretário-geral do Partido Socialista vai discursar terça-feira, 4 de Março, em Londres sobre uma estratégia "alternativa" para a economia portuguesa após o fim do Programa de Assistência Financeira, adiantou a universidade London School of Economics. Na palestra intitulada "Existe uma Alternativa! Lições de Portugal", António José Seguro vai, três meses antes do final do Programa, "explicar a sua alternativa para a economia portuguesa e a estratégia para a União Europeia depois das próximas eleições europeias".
A universidade londrina apresenta o líder do PS como tendo defendido um conjunto de políticas alternativas de forma a evitar uma recessão e desemprego profundos e para aumentar a actividade económica. "Sendo um forte crítico das políticas de austeridade, António José Seguro defende um papel mais forte para as instituições europeias contra a crise", acrescenta.