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Porto promove uma cultura de cidadão multimodal

Compromisso com neutralidade carbónica em 2030 acelera aposta na mobilidade sustentável. STCP com oferta reformulada e frota renovada.

13 de Setembro de 2023 às 15:18
Pedro Baganha, vereador com o Pelouro do Urbanismo e Espaço Público e Pelouro da Habitação.
Pedro Baganha, vereador com o Pelouro do Urbanismo e Espaço Público e Pelouro da Habitação.
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No Município do Porto estima-se que cerca de 50% das emissões na cidade são provenientes da utilização dos edifícios e cerca de 40% resultam da mobilidade. Desta forma, a mobilidade é um vetor estratégico para atingir o objetivo da neutralidade carbónica em 2030, assumido no Pacto do Porto para o Clima, lançado a 31 de janeiro de 2022.

Segundo nos é explicado por Pedro Baganha, vereador com o Pelouro do Urbanismo e Espaço Público e Pelouro da Habitação, "em matéria de mobilidade sustentável pretende-se construir uma cidade boa para viver, cuja gestão deverá ser orientada para a oferta de soluções diversas, visando sobretudo a promoção de uma cultura do cidadão multimodal". Foi com este objetivo que o Município do Porto realizou um forte investimento nos terminais e interfaces de transporte público da cidade, de que se destaca a construção do Terminal Intermodal de Campanhã, a beneficiação do Terminal do Parque das Camélias e a criação do Terminal Pólo Universitário.

Revisão da rede STCP

A esta aposta na infraestrutura junta-se a criação do corredor de autocarros de alta qualidade da Avenida de Fernão de Magalhães, bem como a expansão da rede do Metro do Porto, tanto ferroviário (Linhas Rosa e Rubi) como rodoviário (BRT na Avenida da Boavista e Marechal Gomes da Costa), e que vai obrigar à revisão da rede da STCP (Transportes Coletivos do Porto) de forma a articular e a complementar esta rede com a restante oferta de transportes públicos.

Neste contexto, a intermunicipalização da STCP, alcançada em janeiro de 2021, "foi condição indispensável à prossecução de políticas de transportes mais sustentáveis, estando finalmente reunidas as condições para uma revisão da oferta da rede interna da cidade, que se complemente à escala supramunicipal", afirma Pedro Baganha. "A este propósito estamos a trabalhar na nova rede da STCP, que entrará em funcionamento a partir de 1 de janeiro de 2025, cujo objetivo é criar linhas de proximidade, que assumem uma função de coesão social e territorial a desenvolver nas zonas da cidade onde a oferta de serviço é ainda reduzida, bem como implementar um reforço de frequência e de oferta, acompanhando o ritmo da cidade e do seu crescimento e desenvolvimento económico, articulando com a nova oferta de transporte público proveniente da expansão da rede da Metro do Porto", informa o vereador com o Pelouro do Urbanismo e Espaço Público e Pelouro da Habitação.

Renovação da frota

Para servir esta oferta renovada, está em curso na STCP a renovação da frota, que culminará com o fim do diesel nestes veículos até 2027 e com 40% da frota eletrificada. No que diz respeito à rede da Metro do porto, a Linha Rosa, atualmente em construção entre a Boavista e a Baixa da cidade, e o arranque da Linha Rubi, entre Santo Ovídio e Casa da Música, são investimentos decisivos para a mobilidade na cidade do Porto e aumentarão a capacidade de resposta do transporte público. Em contexto de fomento do transporte público, outro projeto importante, é a construção do Bus Rapid Transit (BRT) que percorrerá toda a Avenida da Boavista até à Rotunda da Anémona e a Marechal Gomes da Costa, uma infraestrutura muito importante para a ambição da descarbonização, cujo canal será operado pela STCP com veículos a hidrogénio, sem emissões.

Neste contexto, Pedro Baganha faz-nos notar que "nas requalificações e beneficiações do espaço público que têm vindo a ser promovidas, estão a ser adotadas medidas de promoção de segurança rodoviária e mobilidade suave, como a criação de arruamentos de partilha ou coexistência". Articulado com as restantes medidas de promoção da mobilidade sustentável, "a gestão do estacionamento é também uma das ferramentas que nos permite potenciar uma mobilidade mais sustentável, pretendendo o Município assegurar uma fiscalização cada vez mais eficaz".


Gratuitidade para os mais novos

O Município do Porto vê ainda como estratégica a implementação de uma política de mobilidade sustentável comprometida com as gerações mais novas, através da promoção da utilização do transporte público e induzindo a mudança de comportamento. Para o efeito, foi para além dos custos já assumidos com o Programa de Apoio à Redução Tarifária, cujos transportes são gratuitos para os jovens com idade igual ou inferior a 12 anos, e alargou a gratuitidade dos passes até aos 18 anos. Segundo o município, em maio, os jovens entre os 13 e os 18 anos, fizeram mais de 300.000 viagens, o que corresponde a um investimento anual estimado em 2.5 milhões de euros.

Um outro vetor de apoio à mobilidade sustentável é a expansão da rede ciclável, encontrando-se desde já em elaboração, segundo a Câmara, o projeto de execução para as ligações cicláveis da Trindade a Matosinhos e da Asprela a Rio Tinto, prevendo-se que a sua execução se inicie até ao final do ano.

Fomento da mobilidade suave

Foi igualmente criada a Rede 20, que consiste na implementação de uma rede de percursos prioritários para meios de mobilidade suave que abrange cerca de 30 quilómetros de arruamentos e estabelece, em alguns casos, uma velocidade máxima de circulação automóvel de 20 quilómetros por hora, com prioridade para o peão e para os modos suaves, num conceito de partilha do espaço público.

Para o vereador, "o principal desafio colocado ao desenvolvimento da mobilidade sustentável no Porto é conseguir a alteração do paradigma da mobilidade, nomeadamente conseguir reduzir a dependência do transporte individual". Com esta finalidade, "será necessário conseguir tornar mais ‘sexy’ o transporte público, conferindo maior confiança e comodidade aos seus utilizadores. E para a chamada última milha das viagens, pretende-se que o modo pedonal e os modos suaves sejam cada vez mais predominantes, melhorando-se para esse fim as condições de circulação e da oferta dos modos suaves de transporte (pessoal ou partilhada)".

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