Num contexto marcado por transformações aceleradas e incertezas globais, a formação executiva emerge como elemento decisivo para a competitividade da economia portuguesa. Mestrados e pós-graduações desempenham hoje um papel fundamental para alavancar setores estratégicos e formar líderes capazes de navegar em ambientes complexos. O investimento em conhecimento avançado deixou de ser opcional e tornou-se imperativo tanto para profissionais que se procuram destacar no mercado quanto para organizações que se pretendem manter relevantes.
A transformação digital, a sustentabilidade e a inovação surgem como pilares transversais nos programas educativos, respondendo às necessidades do tecido empresarial que procura profissionais equipados com conhecimentos técnicos e competências essenciais: adaptabilidade, resolução de problemas, criatividade, colaboração e visão estratégica. Esta visão é partilhada entre instituições de ensino, empresas de recrutamento e departamentos de Recursos Humanos: mais do que especialistas, o mercado necessita de líderes capazes de transformar incertezas em oportunidades de crescimento.
Impulsionar setores estratégicos
A educação executiva funciona como catalisador para setores-chave através de programas desenhados para responder a necessidades do mercado. Ricardo Lopes, director of Marketing & Executive Education Open Portfolio do ISEG Executive Education, destaca a importância da "forte ligação ao mercado" que a formação avançada deve conter, incorporando experiências reais aplicáveis aos desafios contemporâneos.
Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), sublinha que os cursos devem "fornecer competências necessárias para enfrentar, de forma transversal, os maiores desafios económicos atuais", contribuindo para "promover a competitividade dos setores-chave da economia nacional". Na mesma linha, Paulo Alves, vice-dean e diretor de Mestrados da Católica Porto Business School (CPBS), enfatiza a colaboração entre academia e empresas como fator crítico para "antecipar necessidades e preparar as futuras gerações".
Patrícia Teixeira Lopes, vice-dean da Porto Business School (PBS), destaca que "a inovação e a transformação digital funcionam como motores de crescimento e competitividade" na conjuntura económica presente, sendo elementos centrais nos programas de formação avançada.
Formação contínua como diferencial
O paradigma da aprendizagem ao longo da vida consolidou-se como requisito fundamental no ambiente corporativo atual. "Num ambiente de negócios cada vez mais dinâmico, a aprendizagem contínua deixou de ser um luxo e passou a ser uma necessidade", afirma Ricardo Lopes, do ISEG, realçando que profissionais atualizados "se destacam na progressão de carreira".
Paulo Alves, da CPBS, observa que o conceito de quiet hiring (desenvolvimento interno de talentos em vez de contratações externas) ilustra uma tendência que só é possível com investimento constante em formação. Para Óscar Afonso, da FEP, os benefícios organizacionais são claros: "Maior produtividade, inovação e adaptação à mudança", além da capacidade de "atrair e reter talentos de alto nível, garantindo vantagem competitiva".
Preparar líderes para o futuro
Em tempos voláteis, formar líderes capazes de orientar organizações com segurança torna-se prioritário. "A incerteza é inevitável", reconhece Patrícia Teixeira Lopes, enfatizando a necessidade de estar "preparado para todos os cenários" através da atualização permanente de conhecimentos.
Ricardo Lopes afirma que a conjetura económica presente "exige líderes ágeis, resilientes e inovadores, capazes de enfrentar decisões estratégicas sob pressão e liderar equipas em ambientes de constante mudança". Paulo Alves complementa que a formação avançada "não transmite apenas conhecimentos técnicos de gestão; ela promove mudanças" de mentalidade, preparando líderes para serem "agentes de transformação dentro das organizações".
Óscar Afonso destaca que o investimento em mestrados e pós-graduações "proporciona uma visão ampla das tendências globais e das dinâmicas empresariais". O diretor da FEP valoriza particularmente o networking: "A troca de experiências entre profissionais de diferentes áreas enriquece o pensamento estratégico e fortalece a capacidade de liderança em cenários complexos."
No atual contexto nacional e global, e como vamos poder perceber ao longo das próximas páginas, o consenso entre instituições de referência é claro: investir em formação executiva de excelência constitui um elemento estratégico indispensável não apenas para o crescimento individual, mas para toda a economia portuguesa enfrentar com confiança os desafios do futuro.