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Quem procura e que competências desenvolve?

Perfil dos alunos de MBA em Portugal tem evoluído com o tempo.

19 de Março de 2025 às 16:33
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Se antes era visto como um percurso quase exclusivo para gestores e engenheiros, hoje o MBA atrai perfis diversos, desde profissionais de tecnologia a especialistas em áreas criativas e de impacto social. A verdade é que, o perfil dos estudantes de MBA tem-se diversificado, tanto em idade como em experiência profissional e áreas de formação. "O perfil dos alunos que optam por um MBA em Portugal tem evoluído, acompanhando as exigências do mercado e a diversificação profissional", refere José Esteves, dean da Porto Business School. Segundo o responsável, enquanto o International MBA atrai alunos com uma média de 30 anos, os programas Executive MBA e Global Online MBA contam com estudantes na casa dos 40 anos, já com experiência consolidada em posições de liderança.

José Crespo Carvalho, presidente do Iscte Executive Education, confirma esta tendência, destacando que, apesar de a maioria dos alunos estar entre os 30 e os 45 anos, cada vez mais jovens veem nos MBA uma forma de acelerar as suas carreiras, enquanto executivos seniores os utilizam para os seus percursos de requalificação.

Para João Pinto, dean da Católica Porto Business School, esta diversificação também se reflete nas áreas de formação. "Se anteriormente predominavam profissionais das áreas de negócios e gestão, atualmente há uma maior procura por parte de indivíduos oriundos de setores como tecnologia, engenharia e até mesmo ciências sociais", explica.

Alunos procuram progredir na carreira
Os futuros alunos de MBA não procuram apenas reforço académico, mas também desenvolver competências essenciais para a progressão de carreira e liderança empresarial. Para José Esteves, as áreas mais procuradas incluem gestão, estratégia, inovação e transformação digital, com disciplinas específicas como Corporate Finance, Innovation & Digital Strategy e Artificial Intelligence for Business. Além disso, a sustentabilidade e o impacto social têm ganho relevância, com programas como o Sustainability Certificate a refletirem esta mudança de prioridades. João Pinto defende que os alunos procuram "capacitar-se para liderar com eficácia, motivar equipas e gerir conflitos", enquanto Maria José Amich, diretora-executiva do The Lisbon MBA Católica|Nova, salienta a importância de desenvolver "excelentes competências interpessoais, de comunicação e trabalho em equipas multiculturais".

Pedro Torres, subdiretor da FEUC e coordenador do MBA, também considera que há evidência que os estudantes sentem necessidade de desenvolver competências na área da comunicação e explica que "um dos aspetos que lhe parecem cada vez mais importantes para quem frequenta um MBA é o desenvolvimento da capacidade de efetuar análises e tomar decisões considerando diferentes perspetivas".


Como fazer a escolha certa para impulsionar a vida laboral

A escolha de um programa de MBA é uma decisão que pode transformar carreiras, abrir portas para novas oportunidades e ampliar redes de contactos. Entre rankings, acreditações e especificidades de cada curso, os candidatos enfrentam um processo de seleção complexo. Mas quais os fatores que realmente pesam na decisão? Os rankings das escolas de negócios são um dos principais elementos considerados pelos candidatos, servindo como indicadores de qualidade académica, empregabilidade e impacto no mercado. Para José Esteves, dean da Porto Business School, "os rankings desempenham um papel relevante na escolha de uma escola de negócios, pois refletem a qualidade académica, a empregabilidade dos alunos e o impacto da formação no mercado". Contudo, destaca que outros aspetos, como a experiência de aprendizagem e a ligação ao mundo empresarial, devem ser analisados cuidadosamente.

A mesma opinião é partilhada por Pedro Torres, subdiretor da FEUC e coordenador do MBA, que sublinha que "os rankings são relevantes no processo de decisão dos candidatos, nomeadamente a acreditação pela AMBA, uma vez que apenas 3% dos cursos estão acreditados a nível mundial". Para este responsável, mais do que uma mera classificação, a certificação internacional reforça a credibilidade do programa e confere acesso a uma rede global de profissionais.

Por outro lado, José Crespo Carvalho, presidente do Iscte Executive Education, reforça que, embora não sejam o único critério, os rankings têm um peso significativo: "As acreditações e os reconhecimentos institucionais, como AMBA, AACSB e EFMD, garantem qualidade e credibilidade internacionais. Os rankings, nomeadamente Financial Times e QS, são muitíssimo valorizados."

A seleção do programa de MBA ideal depende de vários fatores, sendo essencial alinhar a formação com os objetivos profissionais e pessoais. Para João Pinto, dean da Católica Porto Business School, "a escolha de um programa de MBA adequado às suas necessidades individuais requer uma análise cuidadosa de vários critérios", destacando aspetos como os objetivos profissionais, a reputação da instituição, a qualidade do corpo docente, a metodologia de ensino, as especializações oferecidas, a duração do programa e a rede de networking.

Na mesma linha, Maria José Amich, diretora-executiva do The Lisbon MBA Católica|Nova, aponta a "adequação e a inovação do currículo, o rigor e a excelência do corpo docente e o foco global com experiências imersivas noutros países" como fatores essenciais. Destaca ainda a importância de um ambiente enriquecedor: "Viver uma experiência pessoalmente transformadora, num contexto multicultural, empreendedor, tolerante e acolhedor, é fundamental."

 

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