A formação MBA em Portugal está a atravessar uma fase de crescimento e transformação, acompanhando as exigências de um mercado de trabalho cada vez mais globalizado, digital e competitivo. Nos últimos anos, assistiu-se mesmo a um aumento significativo na procura destes programas, impulsionado pela necessidade de desenvolvimento de competências de gestão, inovação e liderança, bem como pelo crescente reconhecimento internacional das instituições de ensino portuguesas. Para José Esteves, dean da Porto Business School, "o mercado de MBA em Portugal está a evoluir rapidamente, impulsionado por uma crescente valorização das competências de liderança, inovação e transformação digital". Esta tendência deve-se, em grande parte, à aposta em programas que combinam uma sólida base académica com experiências práticas e uma forte componente de networking internacional. João Pinto, dean da Católica Porto Business School, considera que este crescimento "reflete a crescente valorização da formação avançada em gestão por parte de profissionais e empresas". A flexibilidade dos programas e a sua integração com o mercado empresarial são fatores decisivos para o aumento da procura.
José Crespo Carvalho, presidente do Iscte Executive Education, sublinha ainda o papel da internacionalização na atratividade dos MBA nacionais: "O nosso Executive MBA é um dos dois portugueses presentes no ranking do Financial Times, pelo que estar entre os 100 melhores do mundo é certamente um cartão de visita para qualquer mercado de trabalho."
Pedro Torres, subdiretor da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) e coordenador do MBA, confirma que a qualidade e o reconhecimento internacional dos programas são muito valorizados pelos candidatos, mas acredita para este crescimento também contribui para a maior predisposição das empresas em financiar a realização deste tipo de programas pelos seus quadros. "Os desafios que as empresas enfrentam, num mundo VUCA, isto é um mundo caracterizado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade, justificam a aposta na preparação dos seus quadros", destaca o responsável da FEUC.
Mas afinal o que impulsiona a procura?
As razões que levam os profissionais a investir num MBA são diversas. Segundo Joana Santos Silva, CEO do ISEG Executive Education, a procura é "impulsionada pela necessidade de progressão na carreira, adaptação às transformações digitais e internacionalização dos negócios". Além disso, Portugal tem vindo a consolidar-se como um destino competitivo para formação executiva, atraindo estudantes de todo o mundo. "Portugal destaca-se como um destino competitivo para formação executiva, como demonstra a extraordinária posição que ocupa nos rankings internacionais, oferecendo qualidade académica reconhecida internacionalmente e um ecossistema empresarial dinâmico", acrescenta a responsável.
Maria José Amich, diretora-executiva do The Lisbon MBA Católica|Nova, destaca ainda a relevância do retorno do investimento: "O The Lisbon MBA está na 34.ª posição no mundo no critério ‘Value for Money’ (Financial Times Global MBA Ranking 2025). Três anos após a conclusão do MBA, os nossos alunos registam um aumento salarial médio de 89%, atingindo um salário médio anual bruto de 125.000 euros."
Outro fator de destaque é o empreendedorismo. O The Lisbon MBA tem apostado fortemente nesta área, com parcerias estratégicas com a Start-up Lisboa e a Fábrica de Unicórnios, permitindo aos alunos adquirirem competências essenciais para a criação de novos negócios.
Desafios e dúvidas dos candidatos
Apesar das vantagens, os candidatos a um MBA têm várias preocupações, nomeadamente em relação ao retorno do investimento e à compatibilidade entre estudo, trabalho e vida pessoal. O dean da Católica Porto Business School destaca que "os futuros alunos frequentemente levantam questões relacionadas com o retorno do investimento, progressão na carreira e compatibilidade com a vida profissional". A incerteza sobre o impacto real do MBA na progressão profissional é uma das dúvidas mais comuns, bem como a capacidade de conciliar estudos com uma carreira exigente. Maria José Amich acrescenta que os candidatos olham para indicadores concretos, como taxas de empregabilidade e aumento salarial. "A empregabilidade dos nossos alunos seis meses após a graduação é de 97%, e dois terços dos nossos alunos do Executive MBA são promovidos em média um ano após a conclusão do programa", reforça a responsável.
Outro dos desafios assinalado prende-se com a gestão do tempo. Para mitigar este problema, várias instituições têm apostado em programas flexíveis e modelos de ensino híbridos. No caso do The Lisbon MBA, por exemplo, a componente online do Executive MBA permite aos alunos reduzirem a presença física ao mínimo, conciliando melhor os estudos com as suas responsabilidades profissionais.