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O mercado faz-se de maior flexibilidade

Nestes programas tem havido um maior foco em competências de liderança, inclusão de temas relacionados com a sustentabilidade, a inovação, a tecnologia e o empreendedorismo, e uma componente prática e de ligação às empresas.

19 de Março de 2024 às 15:06
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O mercado de MBA tem assistido a uma série de tendências e mudanças nos últimos anos. Luís Marques, diretor do MBA Executivo da Católica Porto Business School, confirma que apesar de algumas dificuldades pontuais associadas à pandemia, observou-se "uma rápida recuperação e um crescimento generalizado nos MBA, sendo percentualmente o maior aumento nos programas online".

 

A procura por programas de MBA continua robusta, embora o mercado tenha experienciado variações regionais. Ao observar o segmento de MBA, José Esteves, dean da Porto Business School, enumera cinco fatores que estão a influenciar a evolução do mercado, destacando em primeiro lugar a digitalização e a flexibilidade, que, diz, têm levado ao crescimento substancial dos programas de MBA online ou híbridos. "As escolas de negócios têm-se adaptado às necessidades dos alunos que, por sua vez, procuram mais flexibilidade e métodos de aprendizagem que melhor se encaixem nas suas vidas profissionais e pessoais", sustenta o dean.

 

Programas ajustam-se ao mercado

As especializações são outro dos fatores que estão a pesar no mercado, com o aumento no número de programas de MBA especializados a fazer-se notar. Estes programas focam-se em setores específicos como tecnologia, saúde, inovação, empreendedorismo, sustentabilidade, o que José Esteves garante estar a refletir-se nas mudanças das necessidades do mercado de trabalho e dos interesses dos alunos.

 

Em terceiro lugar, a questão da globalização não pode ser esquecida, na medida em que muitos programas de MBA continuam a enfatizar uma perspetiva global, proporcionando aos alunos planos curriculares que abordam a gestão num contexto internacional, programas de intercâmbio e experiências de aprendizagem em contexto internacional.

 

O relevo crescente nas competências interpessoais e de liderança, presente nos programas, que integram cada vez mais o desenvolvimento de competências, como comunicação eficaz, trabalho em equipa e liderança ética, e a primazia dada às questões da sustentabilidade e da responsabilidade social corporativa nos planos curriculares são outros dois agentes catalisadores do mercado de MBA. "Acreditamos que os gestores precisam de melhorar continuamente os seus conhecimentos e competências, de modo a enfrentar problemas imediatos e a participar num processo de desenvolvimento profissional contínuo", defende Maria José Amich. Segundo a diretora executiva do The Lisbon MBA, assistimos, nos últimos anos, a diversas mudanças nas relações de trabalho, em que é crucial a gestão de talentos e saber usar os dados e a inteligência artificial. Os novos modelos de trabalho e as novas tendências na economia do futuro exigem novos desafios das lideranças, que precisam de estar mais atentas aos desafios da transformação das empresas. Ações relacionadas ao ESG – meio ambiente, social e governação – devem ser uma prioridade, assim como a diversidade e a inclusão. "São temas obrigatórios e trazem mais inteligência e novas perspetivas para as organizações", refere Maria José Amich.

 

Aprendizagem contínua gera competitividade

Para enfrentar a complexidade do cenário económico, social e dos negócios, é necessária uma mentalidade de aprendizagem contínua (lifelong learning) e preparar os profissionais para liderar as transformações necessárias nas empresas, face a um cenário de negócios mais volátil, que requer atuar em novos modelos de trabalho, gerir uma força de trabalho mais descentralizada e remota e entregar valor, seguindo as práticas ESG e da nova economia digital. É preciso que sejam "mais aptos para conduzir e alavancar as suas carreiras como gestores, considerando os novos valores e princípios que orientam a liderança atual", acrescenta ainda a diretora executiva do The Lisbon MBA.

 

Desta forma, Maria José Amich diz ser "essencial" recuperar os valores emocionais e interpessoais que, num mundo global, são essenciais para perceber os problemas e desafios que a gestão enfrenta. "Temos testemunhado que para as empresas é cada vez mais evidente que o investimento em profissionais qualificados fortalece a sua posição competitiva, ou seja, a aposta na melhoria contínua das competências assume-se assim como um fator crítico de sucesso e de criação de valor", acrescenta.

 

Luís Marques, diretor do MBA Executivo da Católica Porto Business School, confirma que, juntamente com a reconfiguração dos processos de globalização e com as mudanças tecnológicas e a transformação operacional e organizacional e até estratégica que daí decorrem, há o desejo de os profissionais desenvolverem as suas competências de gestão e liderança, com uma "clara noção de que, com a frequência de um MBA, aumentarão as suas oportunidades de evolução na carreira e de incremento salarial".

 

De acordo com Maria José Amich, é importante também assinalar a maior mobilidade de estudantes internacionais nestes programas. Destaca-se ainda o aumento da diversidade, com a crescente participação de mulheres nos MBA e alunos com backgrounds e experiência profissional muito diversificada.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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