Afonso Carvalho, presidente da APESPE-RH, revela que a formação executiva em Portugal atingiu um nível de excelência, tornando-se indispensável para quem quer triunfar num mercado em constante mudança. Ao alinhar-se com as necessidades das empresas, a formação oferece não só novas competências, mas também oportunidades de networking que podem ser o segredo para o sucesso profissional.
A formação executiva faz de um colaborador um melhor profissional?
A expressão "parar é morrer" ilustra bem a importância e o impacto que a formação executiva poderá ter num profissional. Independentemente da fase da carreira, esta formação pode ajudar tanto quem pretende mudar de empresa, setor de atividade ou funções, como quem procura aumentar o seu leque de competências. Além disso, oferece oportunidades de alargar a rede de contactos e conviver com outros profissionais.
Até que ponto a formação executiva é uma ferramenta fundamental no mercado de RH?
O aumento da esperança média de vida e outras variáveis socioeconómicas estão a prolongar a longevidade profissional. Assim, é essencial que os profissionais possuam ferramentas que lhes permitam acompanhar e enfrentar qualquer desafio que surja. A formação executiva é, por isso, uma das principais ferramentas para navegar em contextos mais incertos.
Considera que a formação executiva disponível em Portugal tem qualidade?
Sim, a formação executiva atingiu um nível de excelência, tanto em quantidade como em qualidade. Além disso, a oferta formativa cobre todo o território nacional, proporcionando excelentes opções de formação de norte a sul.
A oferta formativa está alinhada com as necessidades das empresas e dos executivos?
Sem dúvida. Um dos fatores que explica o sucesso dos programas de formação executiva é a sua capacidade de adaptação rápida às necessidades do mercado e dos profissionais, satisfazendo quem procura estar sempre atualizado sobre os temas mais relevantes.
Que vantagens são mais reconhecidas na realização de cursos executivos?
Para além das vantagens óbvias e inerentes ao programa em si, nomeadamente, adquirir novas competências, também se retira muito valor do networking que os cursos propiciam assim como do valor que as interações com pessoas/profissionais de outras áreas de formação, com outras vivências e experiências permitem.
Há um momento certo na carreira para fazer formação executiva?
A formação executiva deverá acompanhar a evolução, a maturidade profissional assim como a necessidade de adquirir ou atualizar conhecimentos pelo que não deverá acontecer cedo demais para que os profissionais já tenham uma base sólida de experiência e vivências que lhes permitam participar e retirar ao máximo partido das discussões e das aprendizagens.
A formação presencial está a perder terreno para o online neste segmento?
A grande mais-valia da formação executiva está na aprendizagem e vivência em conjunto com outros profissionais, o que confere ao modelo presencial um impacto maior. No entanto, existem formações que conseguem equilibrar de forma eficaz o online com o presencial, sem comprometer a qualidade e os objetivos formativos. Tudo depende do tipo de formação, da sua duração e do conteúdo programático.
É mais difícil reter talentos que possuam cursos executivos?
Reter talento é uma dificuldade universal e não depende exclusivamente de uma variável pelo que me parece redutor dizer que é mais difícil reter quem tenha formação executiva, no entanto, teoricamente, poderá ser mais exigente reter profissionais com este tipo de formação caso se assuma que, por defeito, serão profissionais que denotam mais apetência para procurar o desconforto, a aprendizagem e a procura constante de mais e melhor.
A formação executiva deve ser considerada nas avaliações de desempenho e na identificação de potenciais para promoção?
Sim, até porque tal denota que o profissional investe no seu desenvolvimento pessoal e profissional e, em muitos casos, os conhecimentos adquiridos revertem a favor das empresas onde se encontram pelo que todos saem beneficiados. Se assim for, o que as empresas têm de despistar são os casos onde a formação é participada em parte ou no todo pela empresa ou situações em que são os profissionais a pagar por meios próprios, isto porque certamente haverá profissionais que ambicionam ter formação, mas que não conseguem suportar o valor da mesma e tal não deverá enviesar os resultados das avaliações de desempenho.
A valorização entre formação executiva nacional e internacional é diferente?
O gap está cada vez menor, dado o aumento da qualidade das escolas nacionais. Contudo, haverá sempre escolas e programas internacionais que, pelo prestígio e história, continuam a ser vistos como um "must-have".