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Produção nacional que respeita o ambiente

Com base na lezíria ribatejana, a Orivárzea produz arroz nacional com fortes preocupações de sustentabilidade

11 de Maio de 2023 às 16:59
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A Orivárzea foi fundada há uma década por orizicultores do Ribatejo e tem como objetivo, desde a sua formação, a produção de um arroz de qualidade, com segurança alimentar, que valorize o produto e a produção nacional, na lezíria ribatejana. A empresa, iniciada por dez orizicultores, começou "apenas" como produtora, para depois comprar uma antiga fábrica e aí iniciar o embalamento e venda do arroz, com a marca Bom Sucesso.

"Entretanto foi construída uma nova fábrica para finalizar e preparar o arroz produzido, por forma a chegar até ao mercado nas nossas marcas Bom Sucesso e Belmonte", refere Filipe Ventura, diretor comercial e de marketing da Orivárzea. E, seguindo o conselho dos profissionais de cozinha, "o arroz passou a ser embalado em monovarietal, quer nos campos quer na embalagem, para que em cada tipo de arroz não ocorram misturas de variedades e assim a cozedura seja sempre uniforme, e toda por igual, em cada grão", explica o responsável da Orivárzea.

Produção integrada em quatro mil hectares de lezíria

Neste momento, são mais de 30 os orizicultores a produzir para a Orivárzea, em cerca de quatro mil hectares de lezíria, seguindo as suas regras, e utilizando o método de produção integrada. "Temos uma posição preocupada, responsável e proativa sobre a sustentabilidade", afirma Filipe Ventura. "Desde sempre, os nossos técnicos agrícolas e os nossos acionistas (que são os agricultores) olham para a agricultura e o local onde produzem como um meio de sustento, de sobrevivência. Daí que a forma como os campos são tratados, a água é gerida, os produtos que são usados, a forma como são aplicados, são uma das nossas maiores preocupações como organização", sublinha.

A Orivárzea vê a sustentabilidade como uma obrigação sua e continua a trabalhar em soluções mais sustentáveis para a cultura do arroz. "Caso resultem as experiências em curso, como por exemplo, a rega gota a gota, que estamos a testar desde 2022, com outros parceiros, esta poderá ser uma evolução importante no futuro da produção de arroz", refere o responsável. "Chegar a todos com um produto de qualidade, mais amigo do ambiente, com mais segurança alimentar, é a nossa ambição", nota.

Arroz enfrenta desafios climáticos e de mercado

O que significa que a Orivárzea enfrenta vários desafios para levar um produto sustentável e de qualidade aos consumidores nacionais. Para Filipe Ventura, "os desafios vão desde a escassez de água e o seu custo, passando por estações do ano mais incertas e com condições mais extremas, até ao aumento do custo dos fatores de produção. Em simultâneo, temos a entrada na Europa, vindo de paragens longínquas, de arroz sem um mínimo de atenção a estes fatores e a custos de produção reduzidos".

Para a Orivárzea, as políticas e práticas sustentáveis deviam ser uma missão comum a toda a União Europeia, acompanhada de fortes apoios e de restrições aos produtos que provêm de origens em que não existem os mínimos requisitos nestas questões. "Tendo as populações cada vez menos poder de compra, ao chegarem até nós produtos a um preço muito mais baixo, e sendo artigos de grande consumo como o arroz, estes passam a ser escolhidos pelo preço, o que é penalizador para quem produz a custos e com regras europeias", observa Filipe Ventura.

"Chegar a todos com um produto de qualidade, mais amigo do ambiente, com mais segurança alimentar, é a nossa ambição." Filipe Ventura, diretor comercial e de marketing da Orivárzea
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