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Maior responsabilidade social faz crescer movimento associativo

Com 23 anos de existência, o crescimento do GRACE reflete o desenvolvimento da consciência da responsabilidade social e ambiental das empresas.

11 de Maio de 2023 às 17:01
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Com 23 anos de história, o GRACE – Empresas Responsáveis – vê-se como a associação empresarial de referência em Portugal nos temas da responsabilidade e sustentabilidade empresarial. É uma associação sem fins lucrativos, com estatuto de utilidade pública, que conta atualmente com mais de 260 empresas associadas dos mais variados setores de atividade do tecido empresarial português, todas elas comprometidas com os princípios da sustentabilidade e da responsabilidade social e com o exercício de uma cidadania empresarial ativa.

 

"Ao longo do nosso percurso – e é já longo o caminho percorrido – temos tido o privilégio de ser protagonistas da evolução deste tema em Portugal e de sermos, nós próprios, força motriz de uma mudança do ecossistema empresarial português em prol da sustentabilidade, mudança essa que procuramos que seja sistémica", explica Margarida Couto, presidente do GRACE. Nas mais de duas décadas de vida, o GRACE tem crescido, não só em tamanho (foi criado por apenas cinco empresas), mas também em importância, notoriedade e abrangência. "Evoluímos muito, mas mantivemos sempre o foco naquilo que nos move, conscientes de que o futuro da sustentabilidade das organizações deve ser sempre o nosso presente", refere a responsável.

 

2015 foi ano de viragem

É inegável que a sustentabilidade tem vindo a ganhar cada vez mais relevância na agenda empresarial nacional, em especial desde que, em 2015, não só foi celebrado o Acordo de Paris, como as Nações Unidas aprovaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Esta agenda, assente na lógica "dos 5 P" – Pessoas, Planeta, Parcerias, Paz e Prosperidade – estabelece 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e criou uma linguagem comum, que as empresas começam gradualmente a "falar". "Acreditamos que os ODS foram uma call to action que fez despertar no mundo empresarial algum sentimento de urgência, nomeadamente tendo em atenção que, sem as empresas, os ODS não poderão ser cumpridos – são sobretudo as empresas que detém os recursos (humanos, financeiros, tecnológicos, de processos), bem como um histórico de capacidade de inovação, tudo fatores fundamentais para que os ODS sejam atingíveis", conta Margarida Couto.

 

O crescente peso dos diversos temas da sustentabilidade na agenda empresarial reflete também a compreensão de que, ao lado dos desafios que se apresentam, existem também oportunidades. "É agora cada vez mais claro que o papel das empresas na sociedade mudou, com evidências crescentes de que apenas aquelas que forem capazes de se comportar de forma responsável, criando valor, não apenas para os shareholders, mas também para os demais stakeholders – com foco na integração de critérios ESG (Environmental, Social and Governance) na gestão do seu core business e contribuindo para o cumprimento dos ODS – se manterão competitivas e serão prósperas no longo prazo", refere a presidente da Associação. "São, pois, cada vez mais as empresas, em Portugal e um pouco por todo o mundo, a compreender que é ‘de tudo isto’ que depende a manutenção da sua licença social para operar – acreditamos que o enorme crescimento do GRACE nos últimos anos é reflexo desta consciência acrescida", diz.

 

Desta forma, e nestes últimos anos, o GRACE criou clusters setoriais, temáticos, regionais e por Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS), alinhados com as prioridades estratégicas dos associados, antecipando tendências na agenda das empresas, advogando a sustentabilidade e potenciando a disseminação de boas práticas. Segundo a sua presidente, o GRACE desenvolveu "um extenso catálogo de capacitação, que resulta da prática e conhecimento acumulados de mais de 20 anos de experiência em matéria de sustentabilidade e responsabilidade corporativa, o qual procura responder às necessidades identificadas pelos associados, com uma abordagem dinâmica que privilegia a partilha entre empresas, nomeadamente nas diversas temáticas ESG".

 

Apoio no caminho da sustentabilidade

O GRACE, como movimento associativo que é, apoia igualmente os associados e demais stakeholders na sua jornada de sustentabilidade, com soluções "à medida", nomeadamente, de sensibilização interna de equipas, de apoio ao desenvolvimento de estratégias e programas de sustentabilidade e responsabilidade, de ações de voluntariado corporativo, de capacitação e formação, entre outras ações de proximidade. "Sabemos que o tecido empresarial nacional é muito diverso e que nem todas as empresas se encontram na mesma fase em matéria de sustentabilidade, pelo que, através da relação próxima que mantemos com os associados, procuramos dar uma resposta personalizada às particulares necessidades e desafios enfrentados, a cada momento, por cada um dos membros desta ‘grande família’ que é o GRACE" afirma Margarida Couto.

 

Na avaliação desta associação, tudo indica que pelo menos as grandes empresas já compreenderam que o caminho da sustentabilidade deixou de ser um "nice to have", sendo crescentemente um "must have". "A sustentabilidade está finalmente na agenda das empresas, havendo indicadores claros de que veio para ficar. Dito isto, claro que as empresas portuguesas não estão todas no mesmo ponto de maturidade da sua jornada de sustentabilidade, havendo ainda, para muitas – sobretudo PME – um longo caminho a percorrer", nota a responsável. "Mas uma coisa é certa – este é um caminho que se faz melhor em rede. O GRACE procura atar (já mais de) 250 nós de uma rede de empresas responsáveis, convicto de que esta rede, sempre a crescer, faz realmente falta ao ecossistema empresarial nacional", conclui.

"A sustentabilidade está finalmente na agenda das empresas, havendo indicadores claros de que veio para ficar." Margarida Couto, presidente do Grace
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