A tecnologia está em todas as vertentes da nossa vida: da saúde à educação, do trabalho ao lazer. E agora também, cada vez mais, passa a integrar todo o processo construtivo das nossas casas. Os novos edifícios inteligentes e todo o setor da construção civil tiram partido do que de melhor a tecnologia tem para oferecer no sentido de tornarem o processo mais ágil e muito mais eficiente. É a chamada Construção 4.0 que começa a dar cartas em Portugal.
Numa altura em que sabemos que a construção das casas que habitamos também influencia e impacta diretamente os espaços que nos rodeiam, importa procurar e deitar mão a materiais cujo fabrico e manipulação possam ser cada vez menos prejudiciais ao ecossistema. As casas ecológicas são alternativas muito agradáveis. Falamos aqui de espaços que combinam condições de construção e de utilização que ajudam a evitar, ao máximo, o impacto ambiental.
Casas ecológicas
Para construir este tipo de casas, os empreiteiros recorrem a materiais não agressivos para o ambiente, são espaços que foram pensados para que os seus habitantes possam otimizar ao máximo o consumo energético interno, tirando partido de características como os componentes e a sua localização.
A tecnologia e a sustentabilidade surgem assim de mãos dadas para assegurar a construção de habitações mais cómodas para quem nelas habita, seja ao nível da temperatura ambiente como da humidade. Mas permitem também passar a recorrer a materiais amigos do ambiente e a novas formas de construção, menos agressivas para a realidade que nos rodeia.
Setor da construção em alta
A par deste cenário, importa também perceber quais os valores e as tendências mais relevantes no mercado, segundo alguns dos seus principais intervenientes. Assim sendo, o relatório anual Global Powers of Construction (GPoC), da Deloitte Global, que analisa a indústria de construção mundial e examina as estratégias e o desempenho das principais empresas de construção presentes em bolsa durante 2020, aponta para a possibilidade de as empresas do setor apostarem na inovação e na aplicação de novas tecnologias com vista à obtenção de ganhos de eficiência operacional. Opções que, quando combinadas com melhorias dos processos de contratação e licitação, devem permitir às construtoras alcançar uma rentabilidade sustentável.
De qualquer forma, a produção do setor da construção deverá registar um crescimento real de 2,4% a 4,4% neste ano de 2023, para 21.782,5 milhões de euros, após um aumento estimado da produção de 3,4% em 2022, divulgou a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN).
O que o futuro nos reserva?
Contas feitas, as casas do futuro serão as mais bem planeadas de sempre e vão tirar partido de um processo construtivo mais eficaz, conduzindo a edifícios inteligentes. Assim sendo, o trabalho dos arquitetos e especialistas energéticos vai colocar ao nosso dispor os novos conceitos de casa do futuro que, segundo António Celestino, sócio-gerente da Crosservice, devem ser "projetadas de forma a serem mais eficientes em termos de energia e recursos, para minimizar o impacto ambiental e reduzir os custos dos moradores". Importa ainda que sejam "mais conectadas, com sistemas de automação residencial que permitam às pessoas controlar remotamente vários aspetos, como temperatura, iluminação, segurança e eletrodomésticos", diz o mesmo responsável.
António Celestino acredita igualmente que as casas do futuro "podem e devem também ser projetadas para serem mais adaptáveis e flexíveis, permitindo que os moradores personalizem e modifiquem a casa de acordo com as suas necessidades e preferências em tempo real".
As novas casas: características a considerar
O que faz de um apartamento ou vivenda uma casa ecológica e mais moderna? Deixamos algumas ideias:
Materiais utilizados: é muito importante optar por materiais reciclados, que gerem poucos resíduos e por outros mais amigos do ambiente.
Orientação ao Sol: outra característica deste tipo de casas é a sua orientação solar. Se estivermos numa zona com uma forte presença solar, é importante tirar o máximo partido desta característica já que torna a casa mais iluminada e menos dependente de fontes artificiais de luz.
Isolamento térmico: o Sol também contribui para a manutenção da temperatura. Assim, o isolamento térmico é relevante e a orientação solar também, permitindo aproveitar o máximo calor do astro-rei. Sabia que em, Coimbra existe a Casa Rotativa que gira em torno do sol?
Eficiência energética: são casas que chamam a atenção pela sua capacidade de autossuficiência energética. Imagina-se a viver numa casa totalmente sustentável e ecológica? O futuro está cada vez mais próximo.