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Sintra testa modelo que combina eficiência logística e reciclagem de biorresíduos

Dois centros logísticos e uma plataforma online vão ligar serviços e cidadãos através de um identificador único de endereço.

30 de Dezembro de 2022 às 10:45
i4efficiency
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Duas áreas integradas na União de Freguesias de Sintra e na União de Freguesias de Massamá Monte Abraão, pertencentes ao concelho de Sintra, vão funcionar como laboratórios vivos para testar um modelo que visa promover a redução da pegada ambiental de serviços e o aumento da reciclagem de biorresiduos.

O projeto "i4efficiency – Identificador inteligente de integração e eficiência logística" pretende promover a eficiência dos serviços e a redução de emissões de CO2 das atividades associadas às operações de logística urbana, tais como distribuição postal, serviços de água, eletricidade e gás, e ainda promover o aumento das taxas de reciclagem de bioresíduos.

Para isso, os moradores destas áreas estão a receber identificadores únicos de endereço (IUE), ou seja, um código que identifica inequivocamente um endereço físico que será utilizado de várias formas pelos munícipes.

Nomeadamente, na área da eficiência logística, para levantar encomendas nos dois centros-piloto, reduzindo desta forma a circulação de viaturas destas empresas; para os munícipes gerirem as suas interações com os serviços, como marcações de visitas num único local; ou ainda para a promoção da reciclagem dos biorresiduos, na medida em que serão distribuídos sacos de lixo com códigos que permitirão fazer a leitura e acompanhamento do lixo produzido por esse IUE depositado em contentores próprios.

Uma plataforma online funcionará como agregadora de informação, disponibilizando ainda a cada IUE o seu histórico de produção de resíduos, a quantidade de emissões que já poupou ao permitir a entrega de encomendas nos cacifos dos centros logísticos, entre outras funcionalidades.

"O projeto será testado ao longo de 2023, mas a ideia é que o sistema se mantenha, ou seja, que os hubs logísticos continuem a funcionar e que mais empresas venham a usar o sistema", disse José Paulo Martins, dirigente da ZERO e coordenador do projeto, ao Negócios.

Os dois centros logísticos de apoio às atividades em ambos os laboratórios vão estar situados nos mercados da Estefânia em Sintra e no mercado de Massamá e contam com dois veículos elétricos de apoio.

O código IUE permitirá o conhecimento em cada momento, através da plataforma digital, do ponto da situação e da evolução das operações por parte das entidades envolvidas na gestão, mas também por parte dos cidadãos, seja no que toca aos serviços integrados nesta solução bem como na quantificação dos resíduos por si produzidos, nos serviços prestados e sua participação no processo de descarbonização dos laboratórios vivos. José Paulo Martins refere que a participação dos munícipes é essencial, na medida em que "o projeto depende da adesão dos cidadãos". 

O projeto visa promover a sustentabilidade no território e prestar melhores serviços ao cidadão. Em comunicado, Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, refere que desta forma o município começa "a trilhar um novo caminho, da tecnologia em prol da sustentabilidade, de pensar do primeiro momento da linha de logística ao tratamento de resíduos finais, de pensar o quotidiano das comunidades em gestos que certamente melhorarão o futuro de quem vive e trabalha em Sintra, em Portugal, no Mundo."

Num momento em que as questões ambientais e as alterações climáticas estão no centro da discussão, Francisco Ferreira, presidente da ZERO, lembra que "as autarquias e as empresas têm um papel importante para alcançarmos a neutralidade carbónica", mas também "ao incentivar a participação dos munícipes neste processo estamos a desenvolver uma cidadania ativa, cada vez mais fundamental no caminho para um desenvolvimento sustentável".

O projeto é financiado pelo EEA Grants 2014-2021 – Programa Ambiente.

 

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