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“Temos uma enorme assimetria no conhecimento e práticas ESG no país”

O presidente do ISCTE Executive Education, José Crespo de Carvalho, considera, no entanto, que já são muitas as entidades empenhadas em fazer uma mudança rápida em Portugal.

25 de Setembro de 2022 às 14:00
José Crespo de Carvalho | Finanças Sustentáveis | PNS 20-30
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O presidente do ISCTE Executive Education, José Crespo de Carvalho, considera que Portugal vive uma realidade muito heterogénea no que respeita à incorporação dos critérios de sustentabilidade definidos pelas Nações Unidas.

Como ponto fraco, o também presidente do júri da categoria "Finanças Sustentáveis", do Prémio Nacional de Sustentabilidade, organizado pelo Jornal de Negócios e com arranque para a sua 3ª edição neste mês de setembro, destaca as diferenças existentes tanto ao nível teórico como prático: "Sabemos que temos ameaças que residem precisamente no oportunismo de curto prazo e temos uma enorme assimetria no conhecimento e práticas ESG [sigla em inglês para ambiente, social e governação] no nosso país".

Por outro lado, existe já uma grande mobilização para fazer a necessária transformação rumo à sustentabilidade. José Crespo de Carvalho destaca que "do lado dos pontos fortes temos um conjunto de entidades e líderes de opinião, bem como universidades e media a fazerem um push incrível para que aconteça uma mudança rápida e por tantos esperada".

O Green Future Index, do World Economic Forum, que também abrange mais do que finanças sustentáveis, que posiciona Portugal no 18º lugar do mundo em 2022, depois de ter aparecido, em 2021, em 30º lugar. José Crespo de Carvalho
Porém, enquanto isso não acontece, o país não figura nos melhores lugares dos rankings que avaliam as métricas ESG a nível global, mas está a fazer o seu caminho. "Segundo um índex global, a Suécia, a Finlândia, a Suíça, a Dinamarca e a Noruega continuam nas posições cimeiras nestas áreas. Abrangendo mais do que finanças sustentáveis. Portugal pontua em 16º lugar. É muito importante destacar igualmente o Green Future Index, do World Economic Forum, que também abrange mais do que finanças sustentáveis, que posiciona Portugal no 18º lugar do mundo em 2022, depois de ter aparecido, em 2021, em 30º lugar", ressalta o presidente do ISCTE Executive Education.

Um prémio que dá visibilidade

O Prémio Nacional de Sustentabilidade é a maior iniciativa editorial em Portugal que distingue as empresas e as organizações que se destacam pela sua atuação e boas práticas de sustentabilidade a nível ambiental, social e de governação em 10 categorias distintas. Foi lançado pelo Jornal de Negócios em 2020 e abre as candidaturas para a nova edição neste mês de setembro. Como presidente do júri da categoria "Finanças Sustentáveis", José Crespo de Carvalho considera que "este prémio significa, para investidores, integrar práticas ESG nas decisões de investimento. Para as empresas grandes, médias ou pequenas, significa integrar estas práticas sustentáveis - governança, sociais, ambientais - de modo a alcançar a sustentabilidade corporativa".

José Crespo de Carvalho incentiva as empresas que tenham tido práticas na área das finanças sustentáveis ou sido alvo de financiamentos para práticas sustentáveis a candidatarem-se ao prémio. "Candidate-se ao reconhecimento, candidate-se ao prémio de finanças sustentáveis e aumente a visibilidade das suas atividades na prática", refere.

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