- Partilhar artigo
- ...
A descarbonização dos transportes é um dos fatores-chave para a sociedade rumar a um mundo mais sustentável. É preciso deixar os combustíveis fósseis e transitar para energias mais verdes. Porém, no caso de Portugal, a transição para uma mobilidade mais sustentável "está ainda num estado muito inicial, temos ainda tudo por fazer", começa por referir Paula Teles, CEO da MPT - Mobilidade e Planeamento do Território. "A aprendizagem está feita, mas há uma grande dificuldade de implementação e, acima de tudo, nessa implementação há uma grande dificuldade de planeamento, de integração de todas as redes que compõem a mobilidade e esse é de facto o grande problema que temos pela frente", acrescenta a também presidente do júri da categoria "Mobilidade Sustentável" do Prémio Nacional de Sustentabilidade.
Porém, Portugal tem agora alguns pontos fortes que poderão ajudar a implementar a mobilidade sustentável. "Se, por um lado, estamos muito atrasados em matéria de implementação, à exceção praticamente de Porto e Lisboa, por outro, há uma consciência muito grande daquilo que são as oportunidades, que têm a ver com as próprias alterações climáticas. O aquecimento global, o problema da saúde pública, o estarmos a sair de uma pandemia, são oportunidades que nos podem ajudar a convencer os políticos e a sociedade a mudar de atitude e de opinião", destaca Paula Teles. Também começam a surgir investimentos em matéria de mobilidade urbana sustentável, "quase como um segundo pilar importante estratégico de políticas urbanas".
A responsável considera que agora é hora de deixar o passado para trás, que não tinha uma "visão integrada e holística", para se centrar numa mobilidade mais alargada. "Hoje, a mobilidade urbana não é apenas o automóvel ou o transporte, hoje, a mobilidade urbana passa por um ecossistema muito maior de muitas redes que se cruzam, incluindo os modos suaves, como andar a pé. Portanto, há que ter uma visão muito mais alargada e multidisciplinar, e esse é sem dúvida o grande desafio", salienta.
A mobilidade como centro nevrálgico
Nesta medida, Paula Teles considera que a mobilidade se deve afirmar como um segundo direito, a seguir à habitação. Porquê? "Porque quem não tem mobilidade não tem liberdade", afirma. "Ser livre é ter capacidade de mobilidade, é poder ir do ponto A ao ponto B livremente e sem assistência. Portanto, é fundamental trabalharmos esta matéria como um ponto essencial e estratégico de uma sociedade que quer ser livre", explica.
Por outro lado, a mobilidade urbana apresenta-se como um fator determinante no que respeita aos custos que tem para a sociedade civil. "Eu recordo que grande parte das taxas de sinistralidade rodoviária, mortes, acidentes graves e menos graves têm um valor muito grande no PIB do país". "Portanto, veja-se a importância que é nós mitigarmos os acidentes rodoviários e tudo aquilo que são os resultados diretos e indiretos de uma mobilidade não resolvida", destaca.
Portugal apresenta-se no contexto europeu como um país com uma das maiores taxas de uso de automóvel pelos cidadãos e com taxas muito reduzidas de utilização de transportes públicos e recurso à mobilidade pedonal. Assim, como presidente do júri da nova categoria "Mobilidade Sustentável" do Prémio Nacional de Sustentabilidade, Paula Teles considera que esta categoria "é extremamente relevante no contexto dos prémios que têm sido desenvolvidos", destacando a iniciativa Negócios Sustentabilidade como "absolutamente determinante numa sociedade que se quer mais saudável, mais inclusiva, mas acima de tudo uma sociedade realmente de todos e para todos".
Paula Teles gostaria de ver candidaturas de projetos que respondam às necessidades do país em termos de inovação e de integração da futura mobilidade sustentável. Acima de tudo, "que os projetos que se candidatem demonstrem não só o objetivo do modo de mobilidade, mas aquilo que a mobilidade vai trazer de implicação para uma sociedade que tem de ser mais inclusiva, que tem de ser mais livre e que tem de ser cada vez mais sustentável", conclui a responsável.
Porém, Portugal tem agora alguns pontos fortes que poderão ajudar a implementar a mobilidade sustentável. "Se, por um lado, estamos muito atrasados em matéria de implementação, à exceção praticamente de Porto e Lisboa, por outro, há uma consciência muito grande daquilo que são as oportunidades, que têm a ver com as próprias alterações climáticas. O aquecimento global, o problema da saúde pública, o estarmos a sair de uma pandemia, são oportunidades que nos podem ajudar a convencer os políticos e a sociedade a mudar de atitude e de opinião", destaca Paula Teles. Também começam a surgir investimentos em matéria de mobilidade urbana sustentável, "quase como um segundo pilar importante estratégico de políticas urbanas".
A responsável considera que agora é hora de deixar o passado para trás, que não tinha uma "visão integrada e holística", para se centrar numa mobilidade mais alargada. "Hoje, a mobilidade urbana não é apenas o automóvel ou o transporte, hoje, a mobilidade urbana passa por um ecossistema muito maior de muitas redes que se cruzam, incluindo os modos suaves, como andar a pé. Portanto, há que ter uma visão muito mais alargada e multidisciplinar, e esse é sem dúvida o grande desafio", salienta.
A mobilidade como centro nevrálgico
Nesta medida, Paula Teles considera que a mobilidade se deve afirmar como um segundo direito, a seguir à habitação. Porquê? "Porque quem não tem mobilidade não tem liberdade", afirma. "Ser livre é ter capacidade de mobilidade, é poder ir do ponto A ao ponto B livremente e sem assistência. Portanto, é fundamental trabalharmos esta matéria como um ponto essencial e estratégico de uma sociedade que quer ser livre", explica.
Por outro lado, a mobilidade urbana apresenta-se como um fator determinante no que respeita aos custos que tem para a sociedade civil. "Eu recordo que grande parte das taxas de sinistralidade rodoviária, mortes, acidentes graves e menos graves têm um valor muito grande no PIB do país". "Portanto, veja-se a importância que é nós mitigarmos os acidentes rodoviários e tudo aquilo que são os resultados diretos e indiretos de uma mobilidade não resolvida", destaca.
A mobilidade urbana não é apenas o automóvel ou o transporte, hoje, a mobilidade urbana passa por um ecossistema muito maior de muitas redes que se cruzam, incluindo os modos suaves, como andar a pé.
Ser livre é ter capacidade de mobilidade, é poder ir do ponto A ao ponto B livremente e sem assistência. Portanto, é fundamental trabalharmos esta matéria como um ponto essencial e estratégico de uma sociedade que quer ser livre. Paula Teles
Por fim, Paula Teles salienta também o grande impacto que a mobilidade tem para a saúde pública, na medida em que existe uma relação direta entre os picos de emissões de dióxido de carbono e a saúde da população. Ser livre é ter capacidade de mobilidade, é poder ir do ponto A ao ponto B livremente e sem assistência. Portanto, é fundamental trabalharmos esta matéria como um ponto essencial e estratégico de uma sociedade que quer ser livre. Paula Teles
Portugal apresenta-se no contexto europeu como um país com uma das maiores taxas de uso de automóvel pelos cidadãos e com taxas muito reduzidas de utilização de transportes públicos e recurso à mobilidade pedonal. Assim, como presidente do júri da nova categoria "Mobilidade Sustentável" do Prémio Nacional de Sustentabilidade, Paula Teles considera que esta categoria "é extremamente relevante no contexto dos prémios que têm sido desenvolvidos", destacando a iniciativa Negócios Sustentabilidade como "absolutamente determinante numa sociedade que se quer mais saudável, mais inclusiva, mas acima de tudo uma sociedade realmente de todos e para todos".
Paula Teles gostaria de ver candidaturas de projetos que respondam às necessidades do país em termos de inovação e de integração da futura mobilidade sustentável. Acima de tudo, "que os projetos que se candidatem demonstrem não só o objetivo do modo de mobilidade, mas aquilo que a mobilidade vai trazer de implicação para uma sociedade que tem de ser mais inclusiva, que tem de ser mais livre e que tem de ser cada vez mais sustentável", conclui a responsável.