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Luís Alveirinho: “Fazer mais com menos e mais depressa”

A transformação digital gera mais eficiência, eficácia, rentabilidade, rapidez, inovação e tem um grande impacto nos modelos de negócio.

20 de Outubro de 2020 às 13:00
Luís Alveirinho, Altice, e António Miguel Ferreira, Claranet, estiveram em estúdio para refletir sobre o papel da tecnologia na sustentabilidade. Mariline Alves
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"A transição digital é a resposta para o aumento da eficiência, da eficácia, da rentabilidade e de trabalharmos de uma forma que é muito mais eficaz do que hoje em dia, fazer mais com menos e mais depressa", afirma Luís Alveirinho, CTO da Altice Portugal.

"A aceleração digital é fundamental", defende José Ferrari Careto, diretor da Digital Global Unit da EDP. "O digital, além da aceleração brutal na inovação, na sociedade, provoca aumentos de eficiência muito significativos e uma transformação grande nos modelos de negócio num conjunto alargado de mercados. Os exemplos são imensos desde a Uber, a Spotify."

Se as empresas não se reinventarem e incorporarem o digital nos seus processos produtivos e nos seus modelos de negócio, ficam sujeitas ao ataque de novas entidades desafiadoras que, em alguns casos, podem ser os mercados das empresas tradicionais. "É válido para a banca, seguros, telecomunicações, energia entre outros setores", advertiu José Ferrari Careto.

Em termos de concorrência há ainda uma dimensão que é feita de pessoas, alerta José Ferrari Careto. "É muito difícil para uma empresa que não incorpora a tecnologia e o digital convencer os seus clientes e os seus trabalhadores, sobretudo as gerações mais novas, que devem apostar nela. Isto é importante para o mercado do talento e para recrutar os melhores profissionais".

Tecnologias para mudar

Por sua vez, Maria José Campos, administradora executiva do Millennium bcp, parte do evento de março de 2020, início do confinamento de dois meses, para refletir sobre o facto de as organizações já terem as tecnologias e as capacidades, mas utilizarem-nas de uma forma tradicional.

"Foi preciso irmos todos para casa para perceber que havia formas de trabalhar completamente diferentes. Por exemplo quando estamos a fazer certificações de novas aplicações da app, que podem envolver 100 ou 200 pessoas entre as várias competências, geralmente fazia-se fisicamente e por e-mail num processo muito mais burocrático e menos ágil, e, de repente, descobrimos que podemos trabalhar de uma forma muito diferente".

Por isso, Maria José Campos considera que "uma das vertentes mais importantes da aplicação das novas tecnologias é não as usar para implementar os processos que sempre usaram, mas para ter uma visão mais de fora e base zero e perceber como se pode adaptar e maximizar o valor com a introdução das tecnologias".

Nesta fase há um conjunto de tecnologias que atingiu níveis de maturidade e de resiliência muito significativos. "Já saíram do I&D e que estão a transformar-se em produtos e é cada vez mais fácil sem grande nível de especialização sejam aplicadas a uma variedade muito grande de user cases. Hoje, fazer um modelo de deep learning para um caso de uso na banca, na agricultura, está relativamente acessível embora o mais importante seja sempre o tratamento dos dados", acentuou Maria José Campos.
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