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João Catarino: "Portugal é um dos países com maiores níveis de biodiversidade da União Europeia"

"Em Portugal, os serviços prestados pelos ecossistemas estão ainda insuficientemente reconhecidos, avaliados e até contabilizados. O caminho a fazer é através da correta valorização dos serviços de ecossistemas, proporcionados pela biodiversidade e consequente remuneração dos agentes económicos que os reproduzem", segundo João Catarino.

Negócios 23 de Setembro de 2021 às 21:18
João Lopes Catarino, secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território
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Localizado entre duas regiões biogeográficas, o Atlântico e o Mediterrâneo, e com as suas ilhas na Macaronésia, Portugal é dos países com maiores níveis de biodiversidade da União Europeia. Mas o capital natural do país está seriamente ameaçado.

 

Portugal é um país pequeno no contexto mundial, mas que se estende pelo Atlântico, pois possui uma jurisdição sobre uma área marinha que é 18 vezes superior à sua área terrestre. Acresce que o país está situado no extremo sudoeste da Europa, numa área de transição entre duas regiões biogeográficas, o Atlântico e o Mediterrâneo. Já os arquipélagos dos Açores e da Madeira estão localizados na região da Macaronésia. Tudo isto contribui para a elevada biodiversidade do país.

"Quando comparado com outros países europeus, o país engloba uma grande diversidade de paisagens, de património geológico e de biodiversidade. Deste modo, Portugal é mesmo um dos países com maiores níveis de biodiversidade da União Europeia. Em Portugal, encontram representação 35 mil espécies de animais e plantas, ou seja, 22% da totalidade das espécies descritas e 2% do mundo", salientou João Lopes Catarino, secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, na abertura institucional do debate "Preservação do Capital Natural – Preservar a Biodiversidade", que teve lugar a 23 de setembro, naquele que foi o segundo ciclo de talks sobre sustentabilidade organizado pelo Jornal de Negócios.

Estima-se que a biodiversidade seja direta ou indiretamente responsável por serviços de ecossistemas estimados em cerca de 50% do PIB mundial. Porém, a biodiversidade como base da atividade económica ainda não é reconhecida. "Em Portugal, os serviços prestados pelos ecossistemas estão ainda insuficientemente reconhecidos, avaliados e até contabilizados. O caminho a fazer é através da correta valorização dos serviços de ecossistemas, proporcionados pela biodiversidade e consequente remuneração dos agentes económicos que os reproduzem", acrescentou João Catarino.

A exigir intervenção urgente na preservação do capital natural em degradação, João Catarino referiu que, até à data, o investimento total em proteção da natureza é de quase 69 milhões de euros, dos quais 39 milhões são investimentos do POSEUR e quase 32 milhões são investimentos do Fundo Ambiental. E deixou um compromisso: "O ano de 2022 será dedicado à natureza, pretendendo-se pôr o tema do património natural no topo da agenda política nacional."

 

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