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O mundo está já a assistir ao nascimento de uma nova ordem mundial que vem cortar com a ordem estabelecida, baseada até agora na economia de mercado e na competição entre 199 nações. O novo mundo é um combate entre visões democratas e autocratas do mundo e uma guerra multinível entre grandes protagonistas. "A nova ordem mundial será uma competição entre quatro ou cinco grandes blocos e será uma competição não só política, não só militar, mas também económica, social, no campo tecnológico e no espaço. Portanto, será uma luta entre grandes impérios", referiu Guy Verhofstadt, ex-primeiro-ministro da Bélgica e deputado europeu, na conferência dedicada ao desenvolvimento social do Ciclo de Conferências ESG do Negócios Sustentabilidade 20|30, que decorreu a 8 de novembro, no Hotel Hilton Porto Gaia, em Vila Nova de Gaia.
Na medida em que "o mundo de amanhã será um lugar muito inseguro e difícil, um lugar de desigualdades e de luta entre grandes visões diferentes da sociedade", o keynote speaker sublinhou que "um país sozinho já não tem segurança se não fizer parte de um bloco, que pode ser a NATO, a União Europeia ou outro. É uma necessidade de segurança no mundo de amanhã."
Assim, para sobreviver nesta "luta de impérios", a Europa tem de se unir e reinventar para sobreviver, defendeu o ex-primeiro-ministro da Bélgica. "Precisamos de uma reforma da União Europeia o mais rápido possível. Aquilo a que chamo um novo governo europeu baseado em cinco grandes blocos de construção", nas áreas da política, defesa, energia, saúde e fiscalidade com base no pilar social. E exemplificou. Em plena crise energética, "tudo o que é feito para enfrentar este aumento de preços da energia só pode ser feito da forma correta se criarmos rapidamente uma verdadeira região energética dentro da União Europeia". Destacou que estabelecer preços máximos para reagir à crise não é a melhor solução, porque "será um preço dinâmico para todos" e que fazer compras de 15% em conjunto também não resolve o problema energético da Europa. Por isso, defendeu que é necessário criar "uma plataforma de compra de energia para pelo menos 80% a 85% das compras, porque isso cria o poder de compra da Europa".
O keynote speaker salientou que não é preciso ser muito criativo para criar mais união nestas cinco áreas basilares, na medida em que para combater a pandemia os países europeus conseguiram encontrar rapidamente soluções em conjunto, tais como a criação de um fundo de 750 mil milhões de euros para os países recuperarem da pandemia. "Temos de tornar esta capacidade fiscal permanente", referiu.
O pilar social é, na sua perspetiva, uma das bases a cuidar, porque "a falta de uma verdadeira Europa social é uma das razões para o aumento do populismo na Europa", um movimento perigoso que está a pôr em perigo as democracias e que bebe muito da insatisfação gerada nas redes sociais. Defende, por isso, uma Europa de direitos sociais baseada na igualdade de oportunidades, no acesso ao mercado de trabalho, com condições de trabalho, proteção social e inclusão. "E isto não é apenas necessário apenas por razões sociais e de igualdade, mas também por razões económicas, porque a mobilidade laboral aumentará com esse pensamento social", disse.
Para Guy Verhofstadt, as mudanças profundas nestas cinco áreas estratégicas só se fazem "se houver uma mudança nas nossas regras, uma mudança nas nossas instituições". "Más instituições conduzem a más políticas. Portanto, se quisermos mudar as políticas, se quisermos ter uma ferramenta social, se quisermos ter políticas mais sustentáveis na União Europeia, primeiro que tudo é preciso enfrentar o impasse institucional em que nos encontramos hoje", referiu. O deputado europeu frisou, assim, que a nova união deve basear-se em consensos de "maioria qualificada" e não na necessidade de unanimidade que existe atualmente, onde "tudo fica bloqueado".
Na medida em que "o mundo de amanhã será um lugar muito inseguro e difícil, um lugar de desigualdades e de luta entre grandes visões diferentes da sociedade", o keynote speaker sublinhou que "um país sozinho já não tem segurança se não fizer parte de um bloco, que pode ser a NATO, a União Europeia ou outro. É uma necessidade de segurança no mundo de amanhã."
Assim, para sobreviver nesta "luta de impérios", a Europa tem de se unir e reinventar para sobreviver, defendeu o ex-primeiro-ministro da Bélgica. "Precisamos de uma reforma da União Europeia o mais rápido possível. Aquilo a que chamo um novo governo europeu baseado em cinco grandes blocos de construção", nas áreas da política, defesa, energia, saúde e fiscalidade com base no pilar social. E exemplificou. Em plena crise energética, "tudo o que é feito para enfrentar este aumento de preços da energia só pode ser feito da forma correta se criarmos rapidamente uma verdadeira região energética dentro da União Europeia". Destacou que estabelecer preços máximos para reagir à crise não é a melhor solução, porque "será um preço dinâmico para todos" e que fazer compras de 15% em conjunto também não resolve o problema energético da Europa. Por isso, defendeu que é necessário criar "uma plataforma de compra de energia para pelo menos 80% a 85% das compras, porque isso cria o poder de compra da Europa".
O keynote speaker salientou que não é preciso ser muito criativo para criar mais união nestas cinco áreas basilares, na medida em que para combater a pandemia os países europeus conseguiram encontrar rapidamente soluções em conjunto, tais como a criação de um fundo de 750 mil milhões de euros para os países recuperarem da pandemia. "Temos de tornar esta capacidade fiscal permanente", referiu.
O pilar social é, na sua perspetiva, uma das bases a cuidar, porque "a falta de uma verdadeira Europa social é uma das razões para o aumento do populismo na Europa", um movimento perigoso que está a pôr em perigo as democracias e que bebe muito da insatisfação gerada nas redes sociais. Defende, por isso, uma Europa de direitos sociais baseada na igualdade de oportunidades, no acesso ao mercado de trabalho, com condições de trabalho, proteção social e inclusão. "E isto não é apenas necessário apenas por razões sociais e de igualdade, mas também por razões económicas, porque a mobilidade laboral aumentará com esse pensamento social", disse.
Para Guy Verhofstadt, as mudanças profundas nestas cinco áreas estratégicas só se fazem "se houver uma mudança nas nossas regras, uma mudança nas nossas instituições". "Más instituições conduzem a más políticas. Portanto, se quisermos mudar as políticas, se quisermos ter uma ferramenta social, se quisermos ter políticas mais sustentáveis na União Europeia, primeiro que tudo é preciso enfrentar o impasse institucional em que nos encontramos hoje", referiu. O deputado europeu frisou, assim, que a nova união deve basear-se em consensos de "maioria qualificada" e não na necessidade de unanimidade que existe atualmente, onde "tudo fica bloqueado".