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Caminho que ganhará peso com o 5G

“A sustentabilidade é como o investimento em cibersegurança, gasta-se dinheiro mas o retorno é muito superior àquele que se gasta”, disse Luísa Ribeiro Lopes, presidente da .PT.

19 de Abril de 2022 às 17:30
Miguel Baltazar
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Luísa Ribeiro Lopes, presidente da .PT e presidente do júri na categoria, moderou o debate com Nuno Saramago, Chief Operating Officer da SAP Portugal, e Hugo Santos Pinto, associate partner da Deloitte Portugal.


O tema da sustentabilidade é não só um tema da moda mas é sobretudo sobre a conservação dos nossos recursos ambientais, sociais ou económicos, os três grandes pilares da sustentabilidade. Muitas vezes o que tem a ver com o digital parece ser inimigo da sustentabilidade, mas a transição digital e a transição sustentável andam a par e passo, não é possível a transformação digital sem sustentabilidade nem a sustentabilidade sem transformação digital", afirmou Luísa Ribeiro Lopes, líder da .PT e presidente do júri e moderadora do painel sobre transição digital.

Hugo Santos Pinto, associate partner da Deloitte, revelou que o CxO Sustainability Report Deloitte de 2022, recentemente publicado, mostra a dicotomia existente entre as preocupações e a execução porque a "sustentabilidade tem sido encarada como uma prioridade mas muito associada aos benefícios da imagem". "Medir o que se faz em termos de sustentabilidade é que se torna complexo, tal como montar o plano de negócio, porque muitas das soluções de sustentabilidade são encaradas como pouco viáveis economicamente, ainda pouco competitivas ou complexas e, portanto, montar um business case é difícil".

O mundo 5G

"A sustentabilidade não é apenas um tema tecnológico mas a tecnologia atualmente tem de fazer parte da solução para a sustentabilidade, tem que ser um enabler, um facilitador e também um acelerador", sublinhou Nuno Saramago, Chief Operating Officer da SAP no mesmo painel. O responsável considerou que hoje a tecnologia como aquela que a SAP disponibiliza aos clientes e que representa 73% das transações que são feitas a nível de negócio nível mundial, permite fazer vários tipos de escolhas, umas mais sustentáveis do que outras. "Se não for a tecnologia a permitir esta transparência e visibilidade os objetivos de sustentabilidade e as ações vão ficar mais complicadas e difíceis de medir em termos de impacto, não só financeiro, mas também do impacto da própria pegada de carbono", referiu Nuno Saramago. Já Luísa Ribeiro Lopes defendeu que "a sustentabilidade é como o investimento em cibersegurança". "Gasta-se dinheiro mas o retorno é muito superior àquele que se gasta".

A tecnologia atualmente tem de fazer parte da solução para a sustentabilidade, tem de ser um enabler, um facilitador e também um acelerador. Nuno Saramago, Chief Operating Officer da SAP Portugal
O megadatacenter em Sines irá responder à crescente procura de armazenamento digital e, por outro, utilizar uma oferta uma solução 100% verde, 100% sustentável para as grandes empresas tecnológicas. Afonso Salema, Diretor-geral da Start Campus
O 5G é basilar da transformação digital porque é um catalisador de outras tecnologias. Hugo Santos Pinto, Associate Partner da Deloitte Portugal


Hugo Santos Pinto, da Deloitte, sustentou que o 5G é uma pedra basilar da transformação digital porque é catalisador de outras tecnologias. Traz conectividade avançada e permitirá outras tecnologias coadjuvantes, como a cloud computing perto do utilizador final, comunicações críticas e ultra fiáveis, a massificação da internet das coisas, a internet tátil, processamento de vídeo em tempo real, a realidade virtual e realidade aumentada".

Megadatacenter em Sines

Antes do debate, disse Afonso Salema, diretor-geral da Start Campus, apresentou o Sines 4.0, o projeto para um megadatacenter em Sines para grandes empresas tecnológicas com cerca de 495 megawatts instalados e que criará 1.200 postos de trabalho num investimento que ascende a 3,5 mil milhões de euros. Segundo Afonso Salema, a iniciativa irá "responder à crescente procura de armazenamento digital e utilizar uma oferta uma solução 100% verde, 100% sustentável para as grandes empresas tecnológicas", explicou numa nota introdutória ao debate.

O digital nos resíduos

Antes, a EGF apresentou o seu case study onde deu a conhecer que a empresa "agrega 11 concessionárias que trabalha com 164 municípios", tratando os resíduos urbanos de aproximadamente dois terços da população portuguesa. "Temos processos de transformação digital na área das recolhas, na área industrial e na área do relacionamento com os cidadãos. Neste criamos uma aplicação Recycle Bingo que, através da gamificação, incentiva a deposição adequada dos resíduos de embalagem nos contentores", explicou Emídio Pinheiro, CEO da EGF.

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