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Como entidades agregadoras e organizadoras, as autarquias desempenham um papel central no desenvolvimento da sociedade. Porém, para Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, as suas práticas "não são muitas vezes valorizadas, mas têm um contributo absolutamente decisivo para os processos de desenvolvimento em curso".
Na conferência dedicada ao desenvolvimento social do Ciclo de Conferências ESG do Negócios Sustentabilidade 20|30, que decorreu a 8 de novembro, em Vila Nova de Gaia, o presidente desta autarquia salientou que o país enfrenta graves problemas de desertificação em zonas interiores do país, mas que "esse processo poderia ser ainda mais intenso se não fosse o empenho, muitas vezes contra ventos e marés, que localmente se vai tendo". E aqui, para além dos municípios, acrescenta também o terceiro setor, em que se inclui toda a economia social.
Para o autarca, a temática da sustentabilidade é algo que deve ser visto e implementado em vários eixos. "Não há país sustentável, não há cidade sustentável, se não tiver condições de equilíbrio financeiro. Por outro lado, pode acontecer como em muitos países do mundo que têm níveis de crescimento económico absolutamente extraordinários e níveis de felicidade e de coesão absolutamente miseráveis. É neste equilíbrio que nós desenvolvemos a nossa tarefa no dia a dia", sublinhou Eduardo Vítor Rodrigues.
Nesta visão da sustentabilidade, em que as áreas ambiental, social e de governação devem ser todas tidas em conta, o autarca remeteu-nos para o exemplo histórico de Gaia e do Porto, nomeadamente para o aproveitamento dos recursos que sempre se fez na produção de vinho do Porto, que respeita os ciclos da natureza e muitas vezes só é consumido vários anos mais tarde. "Os recursos não são para serem consumidos todos no momento", referiu o autarca. "Esta dimensão é, em si mesma, uma dimensão de sustentabilidade da cidade, do meio ambiente, da natureza, ou seja, acreditamos que a partir do vinho do Porto podemos ter recursos para o imediato, mas temos também a possibilidade de ir guardando recursos que com o tempo aumentam o seu valor", referiu o presidente da Câmara de Gaia.
Estas práticas típicas da região estão integradas social e ambientalmente. Por isso, "quando se trata da sustentabilidade, nós próprios somos parte do processo, numa lógica de perseguir o bem-estar e qualidade de vida de todos numa estratégia de coesão, mas ao mesmo tempo numa lógica de garantir que os recursos que são finitos são cuidados de forma a serem muito duradouros", reforçou. Para além disso, as grandes caves também se caracterizam por serem negócios familiares, ajudando a promover modelos de perpetuação de relações familiares.
Com 16 km de orla marítima e 19 km de orla fluvial, e com um território cinco vezes maior do que o do Porto em termos de área, Gaia pode ser, para o autarca, um laboratório onde se podem experimentar estratégias de desenvolvimento de âmbito local. Exemplo disso é o projeto "Meu Bairro, Minha Rua", no qual a população de Gaia tem sido envolvida na identificação e resolução de problemas sociais e de espaço público. "A cidade tem de ter capacidade de se projetar no presente e no futuro, mas ao mesmo tempo conseguir garantir que os pequenos e microproblemas se resolvem no dia a dia, a bem das pessoas", disse. Recorrendo também ao exemplo da comunidade piscatória da região, o autarca refere que é importante cuidar das redes para que o desenvolvimento ocorra.
"Temos a aprender muito com os nossos núcleos piscatórios. Se não cuidarmos das nossas redes de relações institucionais, como as escolas, as IPSS, os nossos parceiros empresariais, associados a uma estratégia de desenvolvimento da própria cidade, não andaremos com a mesma velocidade e com o mesmo caráter duradouro. Por isso, na sustentabilidade, há também uma dimensão de organização institucional e de rede bem cuidada", finalizou.
Na conferência dedicada ao desenvolvimento social do Ciclo de Conferências ESG do Negócios Sustentabilidade 20|30, que decorreu a 8 de novembro, em Vila Nova de Gaia, o presidente desta autarquia salientou que o país enfrenta graves problemas de desertificação em zonas interiores do país, mas que "esse processo poderia ser ainda mais intenso se não fosse o empenho, muitas vezes contra ventos e marés, que localmente se vai tendo". E aqui, para além dos municípios, acrescenta também o terceiro setor, em que se inclui toda a economia social.
Para o autarca, a temática da sustentabilidade é algo que deve ser visto e implementado em vários eixos. "Não há país sustentável, não há cidade sustentável, se não tiver condições de equilíbrio financeiro. Por outro lado, pode acontecer como em muitos países do mundo que têm níveis de crescimento económico absolutamente extraordinários e níveis de felicidade e de coesão absolutamente miseráveis. É neste equilíbrio que nós desenvolvemos a nossa tarefa no dia a dia", sublinhou Eduardo Vítor Rodrigues.
Nesta visão da sustentabilidade, em que as áreas ambiental, social e de governação devem ser todas tidas em conta, o autarca remeteu-nos para o exemplo histórico de Gaia e do Porto, nomeadamente para o aproveitamento dos recursos que sempre se fez na produção de vinho do Porto, que respeita os ciclos da natureza e muitas vezes só é consumido vários anos mais tarde. "Os recursos não são para serem consumidos todos no momento", referiu o autarca. "Esta dimensão é, em si mesma, uma dimensão de sustentabilidade da cidade, do meio ambiente, da natureza, ou seja, acreditamos que a partir do vinho do Porto podemos ter recursos para o imediato, mas temos também a possibilidade de ir guardando recursos que com o tempo aumentam o seu valor", referiu o presidente da Câmara de Gaia.
Estas práticas típicas da região estão integradas social e ambientalmente. Por isso, "quando se trata da sustentabilidade, nós próprios somos parte do processo, numa lógica de perseguir o bem-estar e qualidade de vida de todos numa estratégia de coesão, mas ao mesmo tempo numa lógica de garantir que os recursos que são finitos são cuidados de forma a serem muito duradouros", reforçou. Para além disso, as grandes caves também se caracterizam por serem negócios familiares, ajudando a promover modelos de perpetuação de relações familiares.
Com 16 km de orla marítima e 19 km de orla fluvial, e com um território cinco vezes maior do que o do Porto em termos de área, Gaia pode ser, para o autarca, um laboratório onde se podem experimentar estratégias de desenvolvimento de âmbito local. Exemplo disso é o projeto "Meu Bairro, Minha Rua", no qual a população de Gaia tem sido envolvida na identificação e resolução de problemas sociais e de espaço público. "A cidade tem de ter capacidade de se projetar no presente e no futuro, mas ao mesmo tempo conseguir garantir que os pequenos e microproblemas se resolvem no dia a dia, a bem das pessoas", disse. Recorrendo também ao exemplo da comunidade piscatória da região, o autarca refere que é importante cuidar das redes para que o desenvolvimento ocorra.
"Temos a aprender muito com os nossos núcleos piscatórios. Se não cuidarmos das nossas redes de relações institucionais, como as escolas, as IPSS, os nossos parceiros empresariais, associados a uma estratégia de desenvolvimento da própria cidade, não andaremos com a mesma velocidade e com o mesmo caráter duradouro. Por isso, na sustentabilidade, há também uma dimensão de organização institucional e de rede bem cuidada", finalizou.