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As agendas verde e digital são inseparáveis

André de Aragão Azevedo defende a necessidade de abordar as duas agendas em paralelo na alocação dos investimentos comunitários, em que o digital e o verde andarão em conjunto.

20 de Outubro de 2020 às 15:30
O digital e o verde andarão em conjunto, promete o secretário de Estado. Mariline Alves
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"É impossível pensar sustentabilidade sem pensar na dimensão digital", afirma André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital. "Grande parte dos processos de indução de eficiência, de melhoria dos processos, de automatizações, de sensorização, de aplicação de inteligência artificial, de IoT (internet of things), é crucial em termos de impacto de ecossistema ambiental e até de ordenamento do território".

Recordou o recente discurso da presidente da União Europeia, Ursula Von Leyen, que pôs a tónica na necessidade de abordar as duas agendas em paralelo, a agenda verde e a agenda digital. "É também isso que Portugal irá fazer no que será a alocação dos investimentos que chegarão tanto no novo quadro comunitário como no pacote de emergência que está a ser desenhado, em que o digital e o verde andarão em conjunto", salientou André de Aragão Azevedo.

"O nosso mercado laboral é mais vulnerável ao impacto da automação do que o mercado laboral de outros países europeus por causa do défice de qualificações, sobretudo nas faixas etárias mais avançadas da nossa população ativa", disse André de Aragão Azevedo. Sublinhou que uma das prioridades no Plano de Ação para a Transição Digital, aprovado em abril de 2020, "é a capacitação digital da nossa população, porque é o maior défice que temos quando comparamos com os outros indicadores ao nível europeu".

Digitalização inevitável

As outras vertentes deste plano são o desafio das empresas na transição para modelos de negócio de base digital e o Estado, que "é o terceiro pilar que tem de criar as condições do ponto de vista regulamentar e de oferta de serviços públicos em que queremos também de promover uma maior digitalização, maior agilidade".

"A digitalização é uma inevitabilidade, tem de ser feita, e teremos sempre de encontrar o formato adequado para cada uma das organizações ou empresas. É uma inevitabilidade, não é possível uma empresa hoje ficar à margem da digitalização sob pena de arriscar a sua sobrevivência", salientou André de Aragão Azevedo. Acrescenta que Portugal está bem na área do empreendedorismo, "mas menos bem na transformação dos modelos de negócio das empresas nomeadamente as PME, que continuam a apresentar taxas de utilização de algumas ferramentas básicas do ponto de vista digital abaixo do que seria desejável. Por exemplo, só 20% das nossas PME estão a utilizar o comércio digital, e a ferramenta de analítica avançada como ferramenta básica de gestão só 27% destas empresas a utilizam".

O governo eletrónico O secretário de Estado da Transição Digital salientou que, "internacionalmente, Portugal é identificado como um dos países mais digitalizados em governo eletrónico ao nível mundial". Portugal faz parte do D9, que é um grupo de nove países do mundo que é considerado o clube dos países digitais.

No The European Innovation Scoreboard, surge como um país altamente inovador "distinguindo-se do padrão dos países do Sul da Europa e, pela primeira vez, em 2020 estamos alinhados com os países líderes digitais na área da inovação. No Digital Economic Social Index (DESI), estamos no pelotão intermédio mas temos a ambição de evoluir e, quando fazemos a desagregação dos vários indicadores, mais uma vez o maior défice são as competências digitais e a utilização da internet", resumiu André de Aragão Azevedo.
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