Carta a Ricardo Salgado
Estou a escrever-lhe porque continuo sem perceber como se chegou a este ponto. E escrevo-lhe em nome de muita gente que foi enganada.
Estou a escrever-lhe porque continuo sem perceber como se chegou a este ponto. E escrevo-lhe em nome de muita gente que foi enganada.
A história sobre o resgate do BES ainda está longe de estar contada. Claro que os meandros da decisão ficarão para mais tarde. O que não pode ficar para esse "mais tarde" são as responsabilidades. Não se pode querer manter a confiança no sistema financeiro ou no mercado de capitais se nada disto tiver consequências e rápidas.
Quando em Fevereiro de 2010, a "Visão" questionou Henrique Granadeiro sobre o que o presidente da PT sentiu ao descobrir que dois dos seus administradores (Rui Pedro Soares e Soares Carneiro) estavam a ser ligados a um alegado plano do Governo para controlar a comunicação social, a resposta estoirou: "Encornado!".
Habituei-me a ver o Banco Espírito Santo como intocável, à prova de tudo. Não é por acaso que Ricardo Salgado, o seu presidente, era falado como "o dono disto tudo". Tinha poder e exercia-o. Na banca, nas empresas, na sociedade.
É daquelas coisas que todos gostamos de ouvir. Gostaríamos ainda mais de ver. Mas, infelizmente, será quase impossível. E, por isso, António José Seguro é autor de mais uma promessa, que dá um óptimo título, mas que tem um grau de dificuldade incalculável.
O Ministério da Justiça cravava a bandeira da conquista há uns dias, como o primeiro Ministério a cumprir todas as medidas previstas no memorando de ajuda externa a Portugal. A bandeira ficou cravada. Concorde-se ou não com algumas das medidas.
Passos Coelho ainda não tinha desfraldado a bandeira da natalidade. Portugal precisa de população e, por isso, o primeiro-ministro anunciou a criação de uma comissão (mais uma!) para preparar um plano de acção que promova a natalidade em Portugal.
Se tivesse de encarnar um anão da Branca de Neve não teria dúvidas. Escolheria, logo, o dorminhoco. Gosto de dormir e tenho necessidade de dormir, por isso, sou muito atenta quando se fala de almofadas.