Uma sopa da pedra, onde cabe tudo. E depois mistura-se para que o paladar seja mais consistente. Um dos casos mais fascinantes desta ementa típica do futebol indígena é o sr. José Veiga. Por um lado é «patrão» do futebol do Benfica, algo que já causou as primeiras deserções, como foi o caso do sr. Tiago.

A isso acrescenta-se a fabulosa política de aquisição de guarda-redes que leva a que os encarnados tenham mais guardiões capazes de ser titulares do que qualquer outra equipa do mundo. É o que se chama gastar com conta, peso e medida. Por outro afigura-se como plausível que o sr. Veiga venha a ser administrador da SAD do Benfica.

A acrescentar a tudo isto o sr. Veiga vai ter de lançar uma oferta pública de compra das restantes acções da SAD do Estoril, de que já é sócio maioritário. Como o Benfica e o Estoril estão ambos na Superliga de futebol nacional, o sr. Veiga passa a ter interesses pessoais em dois clubes que disputam o mesmo campeonato profissional. Há aqui algo que não soa bem.

Imagine-se que o sr. Pinto da Costa, para além dos seus interesses no FC Porto, era também sócio maioritário do Nacional e da União de Leiria. E que o sr. Dias da Cunha, para além de ser presidente do Sporting, era também accionista maioritário do Marítimo e do Boavista. Se estes absurdos florescessem poderíamos ter, um dia destes, um accionista maioritário de todos os clubes que disputassem a Superliga. O que dignificava o futebol e o tornava totalmente transparente?

Há nesta história qualquer coisa mal contada. Ou então algo de que todos os responsáveis do futebol nacional andam alheados. Ou quem reparou só está à espera de depois vir gritar para a rua, se as coisas se complicarem, que o rei leva poucas roupas no corpo. Seja como for, algo deve ser explicado.