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Não ! – Existe uma estratégia do terrorismo que visa criar a rotina dos mortos, que quer demonstrar a inevitabilidade da violência. Todos os dias há atentados, todos os dias rebentam bombas – desde há quantos meses é assim?

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Não ! – Existe uma estratégia do terrorismo que visa criar a rotina dos mortos, que quer demonstrar a inevitabilidade da violência. Todos os dias há atentados, todos os dias rebentam bombas – desde há quantos meses é assim?

As bombas de Madrid fazem parte desta estratégia e amplificam-na, dando-lhe uma dimensão global. Mas quem prepara as bombas – em Jerusalém, em Badgade ou em qualquer outro lugar – são sempre as mesmas mãos.

Ninguém se pode conformar com a inevitabilidade do terrorismo e as leis devem ser aperfeiçoadas para perseguir os autores materiais.

A revelação de que presumíveis responsáveis operacionais dos atentados de Madrid eram já figuras conhecidas da polícia por suspeitas de ligações terroristas e de que, apesar disso, se moviam à vontade, dá muito que pensar.

ALIANÇA – Face ao terror deve haver uma aliança. O terror não pode servir de pretexto para chicana política. O espectáculo dado em Madrid – e lamentavelmente também em Lisboa – sobre este assunto é o espelho daquilo a que a actividade política pode chegar quando os princípios ficam para trás.

O ideal de qualquer terrorista é provocar divisões e hesitações no combate ao terror. As bombas de Madrid são bombas no nosso sistema de vida, de organização, de civilização. Quem esteve bem sobre este assunto, com uma tranquilidade que outros não tiveram, foi Jorge Sampaio.

POLÍTICA – Mega Ferreira tem razão no seu artigo desta semana: por melhor que sejam os resultados económicos, a política é quem mais ordena. Os atentados precipitaram a percepção disso mesmo ao voltarem a introduzir o espectro da guerra a 48 horas da votação.

O PP quis reduzir o caso à cena interna e à guerrilha basca porque sabia que não poderia vencer o espectro da guerra santa islâmica. O voto foi contra a guerra, foi um voto político. Também foi um voto de medo - o que não é nada bom sinal.

ENGANO – Quem pensar que uma mentira pode resolver um problema de comunicação cai no maior erro que se pode cometer em política. Uma boa comunicação tem que gerir a verdade e não a mentira. A mentira não pode ser um recurso.

O grande erro de Aznar foi ter permitido que a dúvida inicial se transformasse em mentira e depois permanecesse em engano. Uma mentira repetida mil vezes não se transforma em verdade - precipita uma reacção de rejeição cada vez maior.

FOLCLORE – Com o calendário eleitoral a desenhar-se começa a esboçar-se o calendário de manifestações e protestos. Não é nada de estranhar mas faz sempre impressão ver como quem orienta o ritmo das reivindicações se lembra mais de protestar quando o cheiro dos votos anda por perto.

CIDADANIA – Mais um passo dado com o Portal do Cidadão. Aos poucos vai ser possível tratar de mais coisas de forma mais simples.

É um avanço enorme na simplificação da nossa existência, é uma garantia de melhorar a qualidade de vida, perder menos tempo em burocracias, de poder ter o Estado a ajudar e não a atrapalhar - isto ainda está longe de ser uma verdade,mas é com passos destes que para lá se caminha.

Saiba como tudo funciona em www.portaldocidadao.pt .

A UMIC (Unidade de Missão Inovação e Conhecimento) conseguiu pôr de pé o que muitos achavam impossível.

NOTAS – Terça-feira no Hot Club há homenagem a Duarte Mendonça, uma vida ao serviço do jazz. é festa com swing garantido. Nova série de exposições no CCB: Helena Almeida (”Pés no Chão, Cabeça no Céu”), Julião Sarmento, John Baldessari e Lawrence Weiner (”Drift”) e Ricardo Jacinto (”The Great Gig In The Sky”).

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