Opinião
Foi uma festa, foi. Com dinheiro do contribuinte!
Isabel Alçada, ex-ministra da Educação, diz que a Parque Escolar saiu barato.
Isabel Alçada, ex-ministra da Educação, diz que a Parque Escolar saiu barato. A sua antecessora, Lurdes Rodrigues, diz que a Parque Escolar "foi uma festa: para o País, para os alunos, para a engenharia, para a arquitectura, para o emprego, para a economia...".
Ouvir quem gere dinheiros públicos falar desta maneira, num momento que o país passa por graves dificuldades (ao ponto de cortar nos apoios sociais), explica muito do descalabro das nossas finanças públicas. Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada são o espelho da iliteracia financeira pública, que afecta a maioria dos políticos em Portugal. Pessoas que abraçam funções públicas sem noção do que é um orçamento e de como se executa.
Era preciso fazer obras nas escolas? Era. Mas também era preciso que as ministras tivessem apertado os cordões à bolsa (elas falavam mesmo, semanalmente, com o ministro das Finanças...?). Para não deixar gastar 500 milhões de euros acima do orçamentado; para evitar obras redundantes; para evitar que se fizessem, em algumas escolas, obras "faraónicas"; para não faltar dinheiro...
Lurdes Rodrigues disse recentemente que "não houve derrapagem porque eram previsões". Mas um orçamento não é uma previsão de receitas e despesas? A ex-ministra, que teve o mérito de impor aos sindicatos a avaliação dos professores, devia ter a humildade de reconhecer que falhou na execução. Até porque aquilo que qualificou de "festa" não o foi para os contribuintes. Porque são eles que vão pagar os erros de gestão de duas ministras que não percebem que cada euro gasto pelo Estado é um euro sugado pelo Fisco. Euro que custa muito a ganhar aos contribuintes.
camilolourenco@gmail.com
Ouvir quem gere dinheiros públicos falar desta maneira, num momento que o país passa por graves dificuldades (ao ponto de cortar nos apoios sociais), explica muito do descalabro das nossas finanças públicas. Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada são o espelho da iliteracia financeira pública, que afecta a maioria dos políticos em Portugal. Pessoas que abraçam funções públicas sem noção do que é um orçamento e de como se executa.
Lurdes Rodrigues disse recentemente que "não houve derrapagem porque eram previsões". Mas um orçamento não é uma previsão de receitas e despesas? A ex-ministra, que teve o mérito de impor aos sindicatos a avaliação dos professores, devia ter a humildade de reconhecer que falhou na execução. Até porque aquilo que qualificou de "festa" não o foi para os contribuintes. Porque são eles que vão pagar os erros de gestão de duas ministras que não percebem que cada euro gasto pelo Estado é um euro sugado pelo Fisco. Euro que custa muito a ganhar aos contribuintes.
camilolourenco@gmail.com
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