Opinião
16 de Junho de 2016 às 12:06
A Saúde: Um dos grandes setores do século XXI?
A Saúde é sem dúvida um dos pilares do sistema democrático e da coesão socioeconómica do nosso país.
Mas estará ela também a constituir-se como um dos grandes setores/indústrias do século XXI? Quais os possíveis caminhos e desafios deste setor para os próximos anos?
A Saúde continuará a enfrentar um contexto desafiante, com um aumento das necessidades de prestação de serviços, uma diminuição de recursos e uma alteração dos valores sociais, que alimentará o debate sobre os valores da sociedade, tais como a solidariedade, a responsabilidade individual e os limites no acesso gratuito e universal aos serviços de saúde. Assim, as instituições de saúde terão de nortear-se pela melhoria da experiência dos pacientes e da sistemática avaliação da qualidade dos serviços, tornando a prestação de cuidados de saúde mais centrada no cidadão.
Os hospitais de referência deverão constituir-se como centros especializados e de excelência na prestação de cuidados de saúde, focando-se em serviços de maior valor acrescentado e mais complexos, requerendo a especialização de conhecimento e/ou de tecnologias. Os serviços mais rotineiros deverão ser disponibilizados por outras instituições de saúde a custos inferiores para os utentes.
A introdução de novas tecnologias conectadas à internet revolucionará a prestação de cuidados de saúde, contribuindo para reduzir custos, melhorar o acesso e a experiência de utilização dos serviços, personalizar os cuidados de saúde, facilitar as atividades de seguimento clínico e permitir que o público tenha acesso "em qualquer lugar, a qualquer hora" a atividades de monitorização, diagnóstico e tratamento (ex. realização de consultas virtuais). A prestação de cuidados de saúde tornar-se-á ubíqua à medida que a tecnologia diminui as distâncias existentes.
Os pacientes ficarão menos tempo nas instalações dos prestadores de serviço, visto poderem usufruir cada vez mais de serviços clínicos ao domicílio e utilizar aparelhos conectados à internet (ex. pacemakers e dispositivos de monitorização de ECG e de rastreamento de glicose). Os cidadãos passam a deter o poder de se tornarem ativos e de utilizarem aplicações móveis, sensores e dispositivos médicos para monitorizar e melhorar a sua saúde e bem-estar. É importante implementar mecanismos de segurança e de confidencialidade dos dados destes dispositivos, de modo a garantir a privacidade e a segurança dos pacientes.
Serão necessárias redes eficientes de prestação integrada de serviços de saúde, que incluam os cuidados primários, hospitalares e continuados. As instituições de saúde deverão estar interconectadas e construir redes de investigação e de inovação com outros prestadores de serviço ao nível local, regional, nacional e internacional, envolvendo simultaneamente competição e colaboração entre si.
Por outro lado, os profissionais de saúde deverão ser dotados de novas competências, nomeadamente em gestão de equipas e de conflitos, comunicação, administração e outras capacidades sociais, pessoais e de gestão. A Saúde assistirá ainda à criação de novas funções e profissões, como sejam os conselheiros em genética, "médicos-engenheiros", gestores de pacientes com doença crónica e "treinadores" em saúde. Os profissionais de saúde trabalharão em equipas multidisciplinares, esbatendo-se as fronteiras disciplinares existentes.
Nos próximos anos assistiremos a uma progressiva introdução de novos métodos de pagamento dos tratamentos de saúde, tais como pagamentos em função dos resultados, levando os prestadores de cuidados de saúde a adotar novos modelos de receitas e de partilha de riscos.
A natureza dos sistemas de saúde implica que certas alterações requeiram alguns anos a ser implementadas e a alcançar resultados, pelo que os responsáveis das instituições de saúde deverão ter a oportunidade de executar planos de médio e longo prazo.
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico
A Saúde continuará a enfrentar um contexto desafiante, com um aumento das necessidades de prestação de serviços, uma diminuição de recursos e uma alteração dos valores sociais, que alimentará o debate sobre os valores da sociedade, tais como a solidariedade, a responsabilidade individual e os limites no acesso gratuito e universal aos serviços de saúde. Assim, as instituições de saúde terão de nortear-se pela melhoria da experiência dos pacientes e da sistemática avaliação da qualidade dos serviços, tornando a prestação de cuidados de saúde mais centrada no cidadão.
A introdução de novas tecnologias conectadas à internet revolucionará a prestação de cuidados de saúde, contribuindo para reduzir custos, melhorar o acesso e a experiência de utilização dos serviços, personalizar os cuidados de saúde, facilitar as atividades de seguimento clínico e permitir que o público tenha acesso "em qualquer lugar, a qualquer hora" a atividades de monitorização, diagnóstico e tratamento (ex. realização de consultas virtuais). A prestação de cuidados de saúde tornar-se-á ubíqua à medida que a tecnologia diminui as distâncias existentes.
Os pacientes ficarão menos tempo nas instalações dos prestadores de serviço, visto poderem usufruir cada vez mais de serviços clínicos ao domicílio e utilizar aparelhos conectados à internet (ex. pacemakers e dispositivos de monitorização de ECG e de rastreamento de glicose). Os cidadãos passam a deter o poder de se tornarem ativos e de utilizarem aplicações móveis, sensores e dispositivos médicos para monitorizar e melhorar a sua saúde e bem-estar. É importante implementar mecanismos de segurança e de confidencialidade dos dados destes dispositivos, de modo a garantir a privacidade e a segurança dos pacientes.
Serão necessárias redes eficientes de prestação integrada de serviços de saúde, que incluam os cuidados primários, hospitalares e continuados. As instituições de saúde deverão estar interconectadas e construir redes de investigação e de inovação com outros prestadores de serviço ao nível local, regional, nacional e internacional, envolvendo simultaneamente competição e colaboração entre si.
Por outro lado, os profissionais de saúde deverão ser dotados de novas competências, nomeadamente em gestão de equipas e de conflitos, comunicação, administração e outras capacidades sociais, pessoais e de gestão. A Saúde assistirá ainda à criação de novas funções e profissões, como sejam os conselheiros em genética, "médicos-engenheiros", gestores de pacientes com doença crónica e "treinadores" em saúde. Os profissionais de saúde trabalharão em equipas multidisciplinares, esbatendo-se as fronteiras disciplinares existentes.
Nos próximos anos assistiremos a uma progressiva introdução de novos métodos de pagamento dos tratamentos de saúde, tais como pagamentos em função dos resultados, levando os prestadores de cuidados de saúde a adotar novos modelos de receitas e de partilha de riscos.
A natureza dos sistemas de saúde implica que certas alterações requeiram alguns anos a ser implementadas e a alcançar resultados, pelo que os responsáveis das instituições de saúde deverão ter a oportunidade de executar planos de médio e longo prazo.
Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico