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05 de Setembro de 2014 às 10:27

A esquina do rio

Este Verão foi pouco dado a temperaturas altas e noites envolventes, mas, em compensação, foi abundante em temas escaldantes.

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Back to basics

Aprender sem pensar é trabalho perdido;pensar sem aprender é perigoso. Confúcio 

 

 

Semanada

• Entre 1 de Janeiro e 31 de Agosto, morreram 295 pessoas em acidentes de viação, menos 32 que em igual período do ano passado • entre Janeiro de 2013 e Julho deste ano, registaram-se 256 acidentes com tractores e outras máquinas agrícolas, que provocaram 115 mortos e 83 feridos graves; entre 1 de Maio e 31 de Agosto, quatro pessoas perderam a vida nas praias, contra 11 no mesmo período do ano passado  a praia urbana do Torel, em Lisboa, recebeu 80 mil visitantes em Agosto  um terço dos fogos e meio milhão de hectares, representando 41,5% da área ardida em incêndios florestais nos últimos 13 anos, devem-se à acção premeditada de incendiários  a TAP registou, em cinco dias, cinco casos de incidentes com aviões da companhia, mas a empresa nega aumento de problemas com voos  metade do aumento da receita de impostos deve-se ao combate à fuga e fraude fiscal  diversas estimativas apontam para uma receita diária do Estado Islâmico de entre dois a três milhões de dólares por dia, dinheiro proveniente da extorsão, de petróleo e de impostos  no segundo dia do mapa judiciário, os problemas informáticos obrigaram advogados a recorrer ao tradicional correio em papel para evitar o risco de falhar prazos  CP, Metro de Lisboa e Metro do Porto registaram um aumento de tráfego no primeiro semestre, com mais 3,2 milhões de passageiros transportados  os trabalhos na Praça do Areeiro, que duram há seis anos, que dificultam a circulação de peões e automóveis na zona, e que causam prejuízo aos comerciantes locais, estão suspensos desde o ano passado e sem data anunciada de conclusão, devido a um litígio entre o Metro de Lisboa e a construtora  António Costa ainda não se declarou surpreendido com esta situação.

 

 

Temperatura

Este Verão foi pouco dado a temperaturas altas e noites envolventes, mas, em compensação, foi abundante em temas escaldantes. Nem o argumentista mais imaginativo conseguiria desenvolver um "plot" em que tanta mudança acontecesse em meia dúzia de semanas - o banco do regime esboroou-se, um dos grupos familiares mais poderosos com enorme peso financeiro desfez-se num repente. Quanto mais penso nisto, mais fico com a impressão de que a história está muito longe de estar toda bem contada.

 


Todas as semanas se vai descobrindo mais umas coisinhas, desde falhas dos auditores até pequenas e grandes conspirações, desde atitudes do Banco de Portugal a declarações de responsáveis políticos ao mais alto nível. Vai-se a ver, e todos, do Presidente da República aos ministros mais envolvidos, desde o Banco de Portugal à CMVM, juraram em falso e induziram em erro muita gente.


A responsabilidade não é só de quem urdiu e mal geriu - é também de quem tolerou o que se passou e, mesmo sabendo, continuou a dizer que tudo estava no melhor dos mundos. Com a derrocada das últimas semanas, não foi só um banco e uma família que sofreram - é todo o sistema de controlo que fica posto em causa. É a confiança em políticos e técnicos que leva uma forte machadada. O Banco Espírito Santo caiu (o que até pode dar jeito a alguns) -, mas a sua queda ainda vai arrastar mais gente do que aquilo que hoje se vislumbra.

 

 

Dixit

"Alguém devia informar a criatura que apagar a história material que o país foi construindo desde 1143 implica escavacar Portugal inteiro e todos os símbolos que poluem a paisagem com vícios e ganância, segundo o alarve anacronismo do vereador".
João Pereira Coutinho
Sobre a decisão de José Sá Fernandes de destruir os brasões das ex-colónias no Jardim do Império.

 

 

Folhear

Os leitores destas páginas sabem quanto aprecio, desde o início, a revista Monocle. Esta semana, o seu fundador, Tyler Brulé, vendeu uma participação minoritária por um valor estimado de dez milhões de dólares, permanecendo ainda com 80% do capital da empresa que publica a revista. Segundo o Financial Times, a Monocle significou um investimento de dez milhões de dólares quando foi lançada em 2007 e estará agora avaliada em cerca de 110 milhões de dólares. No primeiro semestre deste ano, a circulação da revista cresceu 4% e é agora de perto de 80 mil exemplares, vendidos em todo o mundo, a um preço de capa de 12 dólares. E a mais recente edição da revista conseguiu vender espaço publicitário no valor de meio milhão de dólares. O comprador da posição minoritária foi o grupo japonês Nikkei, que edita o jornal com maior circulação do mundo, o Nihon Keizai Shimbun, além de deter 40 revistas, canais de TV e estações de rádio. A edição de Setembro da Monocle, já disponível em Portugal, é dedicada aos negócios dos novos empreendedores e inclui o guia de empreendedorismo para 2014, que analisa vários casos de sucesso, entre os quais o do chef português José Avillez - cujo percurso empresarial conta com algum detalhe. Esta é uma daquelas edições para guardar e ir consultando, vendo os exemplos de companhias recentes que tiveram sucesso, um manual de como a criatividade e um sólido plano acrescentam valor aos negócios.

 

 

Gosto

O investimento de empresas inovadoras atingiu, nos primeiros seis meses do ano, um total de 11 milhões de euros, um valor próximo do total do ano passado.

 

 

Não gosto

No processo de pagamentos de quotas do PS Lisboa, verificou-se que há 17 militantes registados como vivendo na mesma casa, sem serem da mesma família. 

 

 

Provar

O antigo Eurotel de Tavira sofreu obras profundas nos últimos meses e uma completa remodelação num projecto do arquitecto Pedro Campos Costa. Agora responde pelo nome de Ozadi e inclui o restaurante Orangea, localizado numa área construída de novo, que tem uma ampla esplanada coberta, de madeira, confortável e acolhedora. Ao almoço, tarde e ao fim da noite, funciona como bar e serve petiscos e refeições leves, vocacionadas para quem está na piscina do hotel, tendo ainda uma simpática carta de "tapas & wine". Ao jantar, o caso muda de figura e apura-se o trabalho da cozinha, com clara inspiração mediterrânica. Numa recente visita, provaram-se, com sucesso, umas belíssimas pataniscas de estupeta de atum e supremos de dourada grelhada, com puré de cenoura e abóbora e grelos salteados. A carta de vinhos é razoável e tem uma boa escolha de produtores do Algarve que, cada vez mais, vale a pena conhecer - peça indicações ao chefe de sala, que aconselha bem os vinhos ideais para as escolhas que tiver feito. Se quiser rematar a refeição com um digestivo, experimente o licor Orangea, à base de laranja, produzido em exclusivo para o hotel.
Quinta das Oliveiras, Tavira, Telefone 281 324 324.

 

 

Arco da velha

A idade média dos quatro novos apoiantes de António Costa divulgados esta semana - é de 78,7 anos. 

 

 

Ouvir

A carreira de Al Jarreau vem desde meados dos anos 70, mas foi nos anos 80 que, verdadeiramente, ele se tornou popular, com álbuns como "Breakin' Away" e, nos anos 90, com "Heaven And Earth". É assíduo vencedor dos Grammy Awards nas categorias Rhythm & Blues e Jazz Vocal. Tem um estilo peculiar, procura usar a voz como um instrumento, com frequente recurso a onomatopeias e, às vezes, fica um bocadinho repetitivo. Ganhou notoriedade antes do ressurgimento dos cantores de jazz do final dos anos 90, e hoje em dia já não tem muito para demonstrar. Um dos seus ídolos é George Duke, a quem deve, aliás, o início da sua carreira musical. Duke, que morreu em 2013, foi um dos mais multifacetados músicos norte-americanos e trabalhou com nomes como Frank Zappa, Miles Davis, Cannonball Adderley, Jean Luc Ponty, Milton Nascimento, Airto Moreira ou Flora Purim, entre outros. Além de instrumentista e produtor, tornou-se conhecido como compositor e este disco de Al Jarreau é uma homenagem a essa sua faceta, com versões de nove temas célebres de Duke. Além de Al Jarreau, colaboram nomes como o baixista Marcus Miller, o saxofonista Boney James, e as vozes de Dr. John, Dianne Reeves ou Lalah Hathaway, entre outros. CD Concorde, disponível em Portugal.

 

 

Ver

Até 18 de Outubro, ainda podem visitar, no Museu do Caramulo, a exposição "Lendas da Competição", dedicada a automóveis de corrida que fizeram história - e que, desde meados de Junho, já recebeu mais de 5.000 visitantes. Esta exposição conta com quase duas dezenas de automóveis de competição, abrangendo oito décadas de história, desde os anos 30. Entre eles, contam-se lendas como o Bugatti 35B de 1930, o automóvel com mais vitórias de sempre na história da competição, até ao Lancia Delta HF Integrale 16V de 1991, com o qual Didier Auriol venceu o Campeonato do Mundo. A exposição inclui também veteranos das 24 Horas do Le Mans, assim como automóveis fabricados em Portugal e que participaram na era dourada das corridas nacionais nos anos 50, além dos monolugares dos anos 60 e 70 e automóveis de Rali desde os anos 60 até à actualidade. Uma das grandes novidades da exposição, a partir desta semana, é o Mercedes MGP W02, o Fórmula 1 original com o qual Michael Schumacher e Nico Rosberg correram na temporada de 2011.

 

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