A
AI Act
O AI Act, ou Artificial Intelligence Act, é a regulamentação da União Europeia que visa criar normas para o desenvolvimento e uso seguro da inteligência artificial. Focado em garantir transparência, segurança e respeito pelos direitos humanos, o AI Act classifica sistemas de inteligência artificial por níveis de risco, procurando equilibrar inovação com proteção dos cidadãos e estabelecendo um padrão global para o uso ético da IA. Proposto pela Comissão Europeia a 21 de abril de 2021, foi adotado pelo Parlamento Europeu em março de 2024 e aprovado pelo Conselho Europeu no mês de maio seguinte.
Arlindo Oliveira
É um nome incontornável quando se fala em Inteligência Artificial em Portugal, tema que consegue abordar de forma transversal e não apenas científica. Autor de três livros sobre ciência traduzidos em diversas línguas - incluindo um dedicado à IA -, o professor catedrático do Instituto Superior Técnico (IST) dizia ao Negócios em junho passado, enquanto membro do júri do Prémio Nacional de Sustentabilidade na categoria de Transformação Digital, que "as empresas que falhem adoção da IA vão tornar-se menos competitivas e poderão mesmo ficar em risco". O seu percurso tem uma ligação ao IST, instituto no qual se licenciou e do qual viria a ser presidente entre 2012 e 2019. Obteve um doutoramento pela Universidade da Califórnia em Berkeley, com uma bolsa Fulbright. Foi também investigador no Electronics Research Laboratory naquela universidade norte-americana e nos Berkeley Cadence Laboratories, assim como no CERN, a organização europeia de pesquisa nuclear. Também liderou o INESC e a Associação Portuguesa para a Inteligência Artificial. É administrador não executivo da Caixa Geral de Depósitos. Publicou mais de 150 artigos científicos em revistas e conferências internacionais da especialidade, nas áreas dos algoritmos, aprendizagem automática, bioinformática e arquitetura de computadores. É fascinado pela ficção científica.
B
Big data
"Big data" é o nome dado a volumes de dados de grande dimensão e complexidade, tão grande que por vezes as ferramentas informáticas tradicionais têm dificuldade em processá-los. A Inteligência Artificial depende, em larga medida, de quantidades gigantescas de informação, que caem na categoria de "big data". É através da aprendizagem possibilitada através do processamento dessa informação que a IA se desenvolve.
Bot
O termo "bot" surge como diminutivo para robô ("robot", em inglês) e é, basicamente, uma ferramenta treinada para simular o comportamento humano, otimizando tarefas com pouca complexidade, mas que podem ser repetidas em escala e com grande velocidade. Um "bot" tanto pode ser utilizado num assistente virtual como num esquema de "spam".
C
ChatGPT
O ChatGPT é uma aplicação de conversação que utiliza inteligência artificial de larga escala, com uma arquitetura de aprendizagem profunda, treinada com grandes volumes de texto para entender e gerar respostas em diversos contextos. A ferramenta foi desenvolvida pela OpenAI, uma organização sem fins lucrativos de investigação em inteligência artificial, e lançada a 30 de novembro de 2022. Em janeiro de 2023 já tinha mais de 100 milhões de utilizadores, tendo-se tornado na app com maior crescimento de sempre.
D
Data mining
Chama-se "data mining" ao processo de identificar padrões e relações entre dados em grandes quantidades de informação. Envolve estatística, inteligência artificial e aprendizagem na procura por padrões difíceis de detetar por humanos ou em casos em que não exista capacidade computacional. Esta técnica tem aplicações em vários campos que vão do mundo dos negócios até aos cuidados de saúde.
I
IA generativa
A inteligência artificial generativa é um tipo de tecnologia que usa a IA para gerar conteúdo, incluindo diálogos, texto, imagens, áudio e vídeo. Um sistema de IA generativa é "treinado" usando grandes quantidades de dados, de forma a conseguir identificar padrões que lhe permitam gerar novos conteúdos. Os algoritmos que usam esta tecnologia (como o ChatGPT) são capazes de compreender a linguagem humana (em qualquer língua) assim como utilizá-la para responder a pedidos ("prompts") do utilizador de forma em tudo semelhante à dos seres humanos. A IA generativa tem aplicação prática em muitas indústrias, como a dos serviços financeiros, para responder a questões de investidores e criar recomendações de produtos ou ajudando instituições de crédito a acelerar a análise de pedidos de empréstimos, entre outras funções. A IA Generativa é também usada na indústria, para otimizar o desenho de peças mecânicas e em múltiplos setores para automatizar os serviços de apoio ao cliente.
Inteligência Artificial
A inteligência artificial é um ramo da informática através do qual se colocam máquinas a simular comportamentos e inteligência associados normalmente a humanos, como reconhecimento de padrões, tomada de decisões e aprendizagens. Desde o início do século passado que a ideia de haver robôs a fazer o trabalho de pessoas populou o imaginário coletivo, contudo foi só na década de 1950 que cientistas, como Alan Turing, começaram as primeiras investigações e teorias na área da computação que acabariam por lançar as bases da tecnologia que hoje chamamos de inteligência artificial.
L
Linguagem Natural
O processamento de linguagem natural (PLN) é uma vertente da inteligência artificial, através da qual computadores e máquinas entendem, interpretam e manipulam a linguagem humana. Usando técnicas de "machine learning" e linguística computacional, o PLN permite que sistemas extraiam significado de texto e fala, identificando padrões e contexto.
M
Machine Learning
"Machine Learning" (aprendizagem automática, em inglês) é uma subárea da inteligência artificial que permite que sistemas aprendam e melhorem com a utilização, sem serem explicitamente programados para cada tarefa. Através de algoritmos que analisam e identificam padrões em grandes volumes de dados, são feitas previsões e tomadas de decisão. Recomendações de conteúdo ou reconhecimento de imagem são algumas das utilizações mais comuns de "machine learning".
P
Pedro Domingos
É, a par de Arlindo Oliveira, outro nome incontornável quando se fala em inteligência artificial em Portugal. Aliás, não foi surpreendente que em 2017 o então presidente do Técnico, Arlindo Oliveira, tenha marcado presença no lançamento da versão portuguesa do livro "A revolução do algoritmo mestre", de Pedro Domingos - uma obra recomendada por Bill Gates para quem queira saber mais sobre o tema da IA. Na obra, o investigador descreve um "algoritmo mestre", um sistema com capacidade para aprender todo o tipo de realidades, sendo capaz de compreender como o mundo e as pessoas funcionam. Tal como Arlindo Oliveira, Domingos, que nasceu em 1965, estudou no Instituto Superior Técnico, onde também foi docente. Rumou de seguida a Seattle, onde é professor de Ciências da Computação na Universidade de Washington.
R
Rede Neural
As redes neurais são sistemas informáticos, no campo da inteligência artificial, cujo funcionamento imita o de um cérebro humano, simulando a comunicação entre neurónios. Estes neurónios artificiais processam os dados em camadas. Cada camada realiza cálculos sobre os dados recebidos e transmite informações para a próxima, aprendendo a identificar padrões complexos. A rede neural permite que os sistemas se ajustem automaticamente a novos dados.
Robótica
Simplificando, a Robótica é a disciplina que estuda, desenvolve e programa robôs, ou seja, máquinas treinadas para substituir pessoas e efetuar tarefas humanas. Combina mecânica, eletrónica, computação e inteligência artificial. Cria sistemas capazes de interagir com o ambiente e executar atividades que variam de operações industriais à assistência médica e exploração espacial.
S
Sam Altman
Sam Altman será, atualmente, a figura mais influente no campo da inteligência artificial. Empreendedor e investidor norte-americano, ocupa o cargo de CEO da OpenAI, a casa mãe por trás do ChatGPT. Anteriormente, foi presidente da Y Combinator, uma importante aceleradora de startups, onde apoiou o crescimento de diversas empresas inovadoras.
V
Visão computacional
Segundo a IBM, a visão computacional "é o campo da inteligência artificial que usa aprendizagem e redes neurais para ensinar computadores a extrair informação com significado a partir de imagens, vídeos ou outros estímulos visuais, e fazer recomendações de ações - ou tomá-las - quando encontram defeitos ou noutras circunstâncias pré-definidas. De forma resumida: trata-se de dar aos sistemas informáticos a capacidade de ver - assim como a IA permite aos computadores que "pensem", a visão computacional permite-lhes ver e compreender o que vêm". Enquanto a visão humana tem a vantagem de milénios de evolução para distinguir seres e objetos, a que distância estão, ou se estão parados ou em movimento, a visão computacional treina máquinas para executar estas mesmas funções. Este ramo do conhecimento é usado em setores como o da energia, indústria ou automóvel. Segundo a IBM, a visão computacional valia 48,6 mil milhões de dólares em 2021.