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Três formas de aplicar o dinheiro fora do banco

Com a turbulência no sector financeiro, muitos portugueses reequacionaram a aplicação das suas poupanças. Muitos trocaram de instituição, outros procuraram alternativas. Conheça três formas de ter o dinheiro aplicado fora dos bancos.

31 de Outubro de 2014 às 10:00
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Nos fundos, o dinheiro é sempre do investidor 

Os fundos de investimento, ainda que possam ser comercializados pelas instituições financeiras, "não pertencem aos bancos. Pertencem aos participantes desses mesmos fundos", explica Jorge Duarte. Estes produtos têm "património autónomo", nota o economista da Proteste Investe.

 

"A menos que haja uma fraude, o dinheiro que as pessoas têm investido nos fundos de investimento está protegido", diz Jorge Duarte. E mesmo assim, lembra, "existe um sistema de indemnização dos investidores" que é accionado para salvaguardar problemas deste género.

 

Nestes produtos o risco não está na instituição onde o investidor realiza a aplicação. O risco está apenas na estratégia seguida pelos gestores de cada um desses fundos que ao aplicarem o dinheiro dos participantes tanto podem gerar perdas como resultados positivos.

 

O investidor deve ter em conta o seu perfil de risco na altura de tomar a decisão sobre em que fundos investir parte das suas poupanças. Pode optar por produtos que investem em depósitos a prazo e dívida de curto prazo, que apostam na dívida de empresas e de países, ou nos que expõem as poupança dos investidores ao sobe e desce dos mercados accionistas.

 

Seguros protegidos pelo dinheiro das seguradoras

Tal como acontece com os fundos de investimento, muitos seguros são comercializados através da rede de balcões da banca. Contudo, à semelhança do que acontece com os fundos de investimento, também o dinheiro aqui aplicado não está dependente do banco.

 

"Alguns dos seguros comercializados [que estão associados a fundos de investimento, vulgarmente conhecidos como 'unit-linked'] têm, tal como os fundos, patrimónios autónomos", diz Jorge Duarte. "Outros seguros não, mas não dependem dos bancos. O dinheiro que as pessoas lá investem está assegurado pelas provisões técnicas das próprias seguradoras [reserva que deve ser suficiente para permitir à seguradora cumprir, na medida do razoavelmente previsível, os compromissos decorrentes dos contractos de seguro]", acrescenta o economista da Proteste Investe.

 

"Isso acontece, geralmente, com os produtos de capital garantido em que a rendibilidade é assegurada pela própria seguradora", sublinha. Entre estes produtos encontram-se os seguros PPR, que têm registado grande adesão nos últimos meses, fruto da rendibilidade apresentada, mas também da fiscalidade reduzida que é característica destes produtos.

  

Retornos elevados nos certificados

Se os fundos de investimento e os seguros são, regra geral, subscritos aos balcões dos bancos, para investir nos produtos do Estado terá de recorrer a outros balcões, os dos correios (ou através da Internet). Tal como nos outros dois produtos, também nestes a poupança aplicada não pertence a qualquer banco.

 

Os certificados de aforro ou mesmo os do Tesouro, os CTPM, são produtos que apresentam capital garantido. Não são depósitos a prazo. São títulos de dívida, neste caso, pública. "Ou seja, a garantia deste investimento é dada pelo Estado", explica Jorge Duarte. Há um "selo" de segurança do soberano que apesar de ter um "rating" baixo, "já esteve pior", nota o economista da Proteste Investe.

 

O risco é, assim, baixo, razão pela qual estes produtos estão a ser utilizados cada vez mais como alternativa às poupanças "tradicionais", os depósitos a prazo. Mas também fruto da elevada remuneração que estão a oferecer aos investidores de retalho. As taxas dos certificados de aforro estão acima de 3%, já as dos CTPM são crescentes, chegando aos 5%. 

 

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