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À caça dos recordes nos EUA
Este deveria ser o ano das bolsas europeias, mas os fortes ganhos registaram-se do outro lado do Atlântico. As praças norte-americanas apresentam ganhos de quase dois dígitos e apesar da Fed ter anunciado o fecho da "torneira" de liquidez, as perspectivas são de manutenção do bom desempenho dos mercados accionistas. Perante os bons sinais dados pela maior economia do mundo, a perspectiva é de que os resultados das empresas continuem a crescer, o que dá potencial para que os índices renovem máximos históricos. O Goldman Sachs prevê que o S&P 500 chegue aos 2.050 pontos este ano. Nos próximos 12 meses deverá ganhar 10% até aos 2.150 pontos.
Com o BCE, Europa pode brilhar
Apesar do desempenho negativo dos mercados europeus, há a expectativa de que as bolsas possam valorizar. O contexto macroeconómico não é o mais atractivo, mas há grande expectativa em torno da actuação do BCE. "O sentimento em relação à Europa melhorou, em resultado das recentes medidas de flexibilização monetária do BCE", revelou recentemente o Bank of America. A intervenção de Mario Draghi visa evitar uma nova recessão na Zona Euro. Ao actuar, tem colocado pressão no euro o que está a permitir às empresas aumentarem o volume de negócios, exportando mais, o que terá impacto positivo nos resultados. E com lucros a crescer, as acções podem subir.
Dívida da periferia é aposta
A tensão recente nos mercados afastou alguns investidores de activos considerados de maior risco. Entre esses está a dívida soberana de países mais arriscados, como os da periferia da Zona Euro (entre eles Portugal). Contudo, a expectativa é de que estes títulos continuem a valorizar (o que resulta numa redução das taxas de juro) fruto da actuação do BCE. São vários os economistas e analistas que defendem a aposta nestes títulos. E a BlackRock, a maior gestora de activos do mundo, revelou recentemente que continua "envolvida com os mercados periféricos", tendo comprado dívida de curto prazo de Espanha e Itália.
Dívida de empresas é oportunidade
Numa altura em que os juros da dívida pública estão, em geral, bastante baixos, há outros activos que podem oferecer maiores rendibilidades. Este é o caso da dívida de empresas, nomeadamente as do Velho Continente. "Os 'spreads' estão muito reduzidos na Europa", nota Ian Spreadbury, gestor sénior de carteiras da Fidelity. O especialista refere que as políticas monetárias acomodatícias levam a estes desempenhos. "Mas eu acho que há ainda oportunidades em dívida classificada como investimento de qualidade", defende, excluindo a dívida de alto risco, devido à volatilidade que apresenta.
O dólar vai continuar a subir
A libra estrelina foi apontada como uma das moedas que mais poderia valorizar nesta segunda metade do ano, suportada pela perspectiva de subida dos juros. Contudo, é o dólar que está a demonstrar maior fôlego. A divisa norte-americana soma mais de 7,5% contra as restantes moedas mundiais (ganha quase 9% face ao euro), beneficiando dos sinais positivos que a maior economia do mundo tem vindo a dar. Com o fim do programa de compra de activos da Fed, a expectativa quanto à altura em que Janet Yellen começará a subir a taxa de referência deverá manter a moeda em alta nos mercados.
Após "stress", banca deverá subir
Os testes de stress avaliaram não só a resiliência dos bancos em condições extremas da economia, bem como a capacidade dos mercados gerirem as expectativas, após a turbulência das últimas semanas. Os resultados saíram e revelaram que, no final, apenas 13 bancos terão de adoptar medidas extraordinárias, de modo a reforçar o seu balanço. Um dado que, após a turbulência, dá agora margem ao sector para valorizar. "No geral, foi positivo para o sector como um todo", defende Ricardo Garcia-Schildknecht, economista do UBS, salientando que tem perspectivas "positivas" para a banca. O BCE pode ajudar o sector.
"Utilities" são uma aposta segura
As últimas semanas foram marcadas por uma elevada volatilidade no mercado. Apesar de estar já em parte ultrapassada, os receios em relação ao abrandamento da economia europeia mantêm-se. Perante esta indefinição os títulos mais defensivos poderão ser os mais beneficiados, com as "utilities" na linha da frente. Por regra, estas cotadas caem menos que o resto do mercado em momentos de tensão, seguindo a tendência de subida quando esta se verifica. Com uma valorização acumulada de mais de 12% desde o início do ano, as empresas deste sector deverão continuar a ser uma aposta segura para diversificar a carteira de investimentos.
Modi continua a dar ímpeto à Índia
Já passaram mais de cinco meses desde as eleições na Índia, que culminaram com a vitória de Narendra Modi. Um resultado que foi bastante aplaudido nos mercados. O MSCI India Index registava já uma subida no arranque do ano, uma trajectória que os resultados das eleições vieram acentuar. O índice chegou a acumular uma valorização de 14% desde a eleição do primeiro-ministro. Os investidores estão a repercutir no mercado accionista do país o potencial para as reformas económicas pelas quais Modi dá a cara. Desde o início do ano, o MSCI India Index acumula uma valorização de cerca de 23%.
Cacau pode adoçar as carteiras
As matérias-primas agrícolas estão em destaque este ano fruto das fortes desvalorizações que têm registado. Mas entre estes activos está o cacau que, em contra ciclo, vem registando fortes ganhos. A maior procura global pela matéria-prima tem impulsionado os preços, um impacto que deverá continuar. Em Setembro, o ébola levou o cacau a atingir os 3.371 dólares por tonelada, com os receios de uma queda da produção em África. Actualmente está nos 2.941 dólares, mas regista ainda um ganho de 11% desde o início do ano. A média das estimativas recolhidas pela Bloomberg aponta para que o cacau acabe o ano nos 3.200 dólares.
Tensões com a Rússia ajudam gás
O gás natural esteve em mercado urso até Julho. Numa trajectória descendente iniciada em Dezembro de 2013, o preço da matéria-prima cotada em Londres recuou 52%. Contudo, as tensões entre a Rússia e a União Europeia têm levado à expectativa de que o fornecimento à região possa ser interrompido, algo que o aproximar do Inverno agravaria. O gás natural já está em mercado touro e, desde o mínimo de Julho, acumula uma valorização de 51%. Está a negociar em torno dos 53 dólares por unidade termal britânica (BTU, na sigla anglo-saxónica), mas as estimativas recolhidas pela Bloomberg apontam para que acabe o ano nos 62,32 dólares.