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10 regras para investir melhor

Dos depósitos às acções e aos fundos de investimento, sem esquecer que deve respeitar o seu perfil de risco. Saiba como investir e lucrar em tempos de crise e austeridade.

01 de Novembro de 2011 às 09:00
10 regras para investir melhor
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1. Depósitos a prazo: Taxas mais que duplicaram
Os bancos querem captar recursos, logo esmeram-se para ganhar novos clientes. As taxas de juro que anunciam estão acima daquelas a que a banca se financia no mercado. A taxa média das novas aplicações, até um ano, subiu para 4%, tendo atingido um novo recorde em Agosto. Esta subida ganha maior expressão quando comparada com a média da Euribor a 12 meses, que foi de 2,097%, no mesmo mês. Segundo o Banco de Portugal, a taxa de juro média para os novos depósitos mais do que duplicou nos últimos 12 meses, de 1,84% para 4%. É por isso que os portugueses estão a investir cada vez mais as suas poupanças em aplicações a prazo. De acordo com a mesma instituição, a banca reduziu, pela primeira vez em três meses, o montante em crédito junto da autoridade monetária para a Zona Euro. O Banco BIG, Banif, Santander ou Banco Popular são algumas das instituições com campanhas mais agressivas, mas foram a CGD, BES, Millennnium e Montepio que captaram mais recursos no primeiro semestre do ano (82% das novas aplicações), segundo a Associação portuguesa de Bancos. Contudo, o Banco de Portugal vai travar a subida dos juros a partir de amanhã, 1 de Novembro. De acordo com os dois avisos publicados, as instituições não podem classificar como fundos próprios os "depósitos a prazo com taxas altas". O cálculo para a penalização indica que parte dos depósitos que excedem a taxa Euribor e um "spread" de 3% não são contabilizados como fundos próprios. E dá um exemplo: o banco não contabilizaria nos seus fundos próprios os 900 euros provenientes de um depósito de 100 mil euros com uma taxa de remuneração de 5,8% Aqui o banco é penalizado por ter ultrapassado os 4,8% (Euribor 6M + 3%) em 1%.






2. Não coloque todos os ovos no mesmo cesto
A diversificação é apenas uma das máximas que deve seguir, sobretudo quando quer proteger-se da volatilidade dos mercados accionistas. Esta diversificação deve ser feita por classes de activos e não por empresas, porque se houver algo que afecte os mercados, em princípio, todas sofrerão. Além de ter diversas classes, também deve trabalhar com diferentes intermediários financeiros ou bancos, para ter o dinheiro diversificado por produtos e entidades, diz Pedro Carrilho. Tiago Pereira acrescenta que se investir a longo prazo, deve diversificar a carteira consoante o risco que pretende assumir.






3. Acções voláteis em clima de incerteza
Vários estudos académicos apontam os mercados accionistas como os que mais rendem no longo prazo. Elroy Dimson, Paul Marsh e Mke Staunton, investigadores da London Business School concluíram que as acções mundiais ganharam 8,6% por ano, depois de terem estudado um século e uma década de evolução das principais bolsas mundiais. Contudo, Pedro Carrilho, autor do livro "O Seu Primeiro Milhão", explica que em alturas de grande volatilidade e incerteza, os mercados se tornam mais correlacionados e aumentam as probabilidades de quedas. Nesta altura, o especialista aconselha que procure produtos de renda fixa e tesouraria, ou seja, produtos que têm mais liquidez. Em tempos de incerteza, "cash is king", diz. Tiago Pereira, do Banco Carregosa, aconselha a não se iludir com as quedas, pois não é por uma acção ter caído muito que está barata.






4. Respeite o seu perfil de risco
"Não investir porque é 'arriscado' não é uma boa resposta", diz Pedro Carrilho. Antes de colocar o seu dinheiro nas mãos de um banco, fundo, índice ou empresa, descubra qual é o seu perfil de risco: de conservador a agressivo. Além disso, deve inteirar-se de todos os riscos de mercado, crédito, operacionais, cambiais, entre outros. Se tiver conhecimento, utilize os rácios financeiros ao seu dispor para gerir cada um dos riscos. Mas não invista sem saber o que está a fazer. Nesses casos, deve pedir ajuda aos especialistas de mercado. Importante é que se informe antes de agir.






5. As emoções não cabem nas bolsas
Quando os atentados de 11 de Setembro abalaram os Estados Unidos da América e o resto do mundo, a maioria dos investidores portugueses vendeu os seus títulos. Os mercados caíram e as acções europeias perderam 12%, em média. Quando o susto passou, os títulos recuperaram e voltaram a um rumo ascendente no longo-prazo. "Estar informado é importante, mas saber interpretar as notícias é fundamental", diz Tiago Pereira, do Banco Carregosa. É bom que conheça as regras do fundo de garantia de depósitos, que paga 100 mil euros por depósito por titular e por conta, ou o fundo de indemnização aos investidores, "útil no caso de uma eventualidade", segundo Pedro Carrilho.






6. Defina uma abordagem de investimento
Primeiro, pergunte a si próprio quanto dinheiro está disposto a perder, define a sua abordagem de investimento e seja disciplinado. Não invista em produtos que não conhece. Segundo Pedro Carrilho, CFD's, Warrents, Forex ou outros derivados podem ser produtos muito apelativos, porque permitem ganhar dinheiro com as quedas, mas devem ser utilizados apenas por investidores experientes. Não se deixe levar por conselhos de amigos, vizinhos ou colegas de qualquer tipo. Antes de investir, pondere bem os mercados e tire as suas próprias conclusões, consoante o seu perfil de risco. Quando a bolha das tulipas rebentou em 1637, muitos comerciantes que seguiram o que se dizia na época, e que chegaram a pagar mais de 65 mil euros a preços de hoje por uma flor, perderam 90% dos seus investimentos.






7. Saiba estar fora do mercado
O gestor que levou o maior fundo de investimento do mundo a render 2.700% em 13 anos, Peter Lynch, recomendava que se devia investir apenas no que se conhece e se apercebe. Aplique essa regra a si próprio e não se deixe levar pelo marketing das sociedades gestoras. Para Pedro Carrilho, é importante que utilize as regras de "Money Management". "Todos os grandes investidores dizem que se por ventura perderem 10% de todo o seu património para investimentos em bolsa, devem resgatar tudo o que têm e parar de investir por um pouco." Tiago Pereira acrescenta que não deve contrair dívidas para investir, sabendo estar fora do mercado, quando é preciso.






8. Procure outras classes de investimento
Comprar acções pode ser atraente, mas é preciso ter um perfil que responda a determinadas características. A volatilidade dos mercados pode prejudicar quem tenha um perfil de risco mais conservador. Caso queira estar exposto ao mercado sem negociar títulos, considere os fundos de investimento. Além de serem geridos por profissionais, são rápidos de movimentar e diversificados. Segundo Pedro Carrilho, os títulos mais seguros são as obrigações de tesouro, "pois os estados raramente vão à falência, mesmo quando a história recente nos diz o contrário em alguns países". Se optar por fundos internacionais, comercializados por algumas sociedades gestoras, consegue investir dinheiro que diversifica o portfólio por já ter vários activos. "Se forem obrigações de tesouro de taxa fixa com bons 'ratings', reduz o risco do seu investimento e pode desmobilizar o dinheiro quando precisa, sem ficar refém de maturidades elevadas", acrescenta.






9. Não invista dinheiro de que precisa
Tenha sempre um fundo de emergência. Uma conta com um valor correspondente a seis meses de despesas mensais suas. Deve reunir este montante antes de começar a investir em produtos mais voláteis, porque, em contexto de crise financeira e económica, é primordial proteger o que se tem e procurar liquidez. "Qualquer estratégia deve começar com a decisão de multiplicar o seu dinheiro", avança Carrilho. Para o especialista, a maioria dos produtos intitulados de "poupança", como depósitos, certificados de aforro ou PPR podem não remunerar o suficiente para cobrir a inflação. Mesmo assim, são mais seguros do que as acções, por exemplo. "Fundos ou acções são mais voláteis não têm tipicamente garantias de retorno com taxa fixa, mas permitem maiores ganhos se olharmos para os retornos passados. Neste últimos nunca deve investir dinheiro de que precisa para viver."







10. Tire partido do que é seu
Ao contrário dos depósitos e dinheiro à ordem, quando subscreve um fundo, obrigação, acção ou um derivado, o título é seu, significando que pode ser transferido de entidade para entidade "Esta é das melhores garantias que podemos ter, pois mesmo que esteja sujeito ao risco das entidades, pode transferir o dinheiro para outra, se o intermediário tiver algum problema", lembra Pedro Carrilho. Há custos que deve ter sempre em conta: as comissões exigidas pelas instituições, sobretudo as de resgate, que reflectem o pagamento feito quando se investe ou desinveste. Regra geral, quanto mais tempo permanece no fundo, menos paga quando quiser sair. Tiago Pereira aconselha-o a não alavancar posições, a comprar e a vender na tendência do mercado e a limitar as perdas, deixando correr os ganhos.


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