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Negócios Iniciativas | Microvegetais, flores e folhas comestíveis para a Europa

Em 2021 a Microgreens entrou no mercado espanhol e hoje trabalha com mais de 600 dos melhores restaurantes e hotéis da Península Ibérica. Em 2025 quer alargar as entregas para outros países da União Europeia.

20 de Janeiro de 2025 às 15:00
José Pedro Salema, Joaquim Pedro Torres,     Tomás Lancastre, e Gabriela Cruz na cerimónia de entrega do Prémio Portugal Inspirador em      dezembro de 2024
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José Pedro Salema, Joaquim Pedro Torres, Tomás Lancastre, e Gabriela Cruz na cerimónia de entrega do Prémio Portugal Inspirador em dezembro de 2024

Um trabalho na cadeira de marketing durante o curso de gestão de empresas na Universidade Católica de Lisboa deu origem à Microgreens, que começou de modo informal em 2013, quando Tomás Lancastre se licenciou. Durante um ano e meio fez vários ensaios de produção e comercialização com alguns dos chefs que tinha contactado durante o trabalho universitário.

Em 2015 foi criada oficialmente a Microgreens, que instalou as primeiras estufas com 140 m2 no Seixal. Nos anos seguintes, aumentou a área de produção em estufas para dar resposta à procura. "Atualmente temos 4.200m2 de estufas, 5 mil m2 de produção ao ar livre e adquirimos, em novembro de 2024, um terreno próximo para instalar os próximos 5 mil m2 de estufas de tecnologia de ponta", assinala Tomás Lancastre, founder e CEO da Microgreens, que faturou, em 2024, 1,775 milhões de euros, e tem 20 trabalhadores. A empresa foi a vencedora na categoria Agricultura para PME do Prémio Portugal Inspirador, uma iniciativa organizada pelo Negócios, Correio da Manhã e CMTV, com o apoio do Banco Santander e dos knowledge partners Informa DB, Accenture e Nova SBE.

A produção baseia-se nos microvegetais, flores e folhas comestíveis e produtos de especialidade como a malagueta mais picante do mundo (carolina reaper), alguns tipos de tubérculos e citrinos raros, tendo atualmente mais de 140 referências.

Mas este caminho não foi isento de desafios. Na produção, inicialmente a falta de informação sobre a produção de microvegetais levou a que Tomás Lancastre tivesse de investir um ano e meio a fazer testes de produção. Também foi bastante difícil encontrar fornecedores de sementes que compreendessem o produto.

Entregas em 24 horas

Em 2021 a Microgreens entrou no mercado espanhol e hoje trabalha com mais de 600 dos melhores restaurantes e hotéis da Península Ibérica, como o Belcanto do José Avillez, O Átrio em Cáceres, O Vila Vita Parc, The Yeatman, o Disfrutar em Barcelona, considerado o ano passado como o melhor restaurante do mundo pelo World’s 50 Best Restaurants 2024.

Conseguimos garantir menos de 24 horas desde a colheita até à entrega do produto em qualquer ponto da Península Ibérica e Baleares.Tomás Lancastre
Founder e CEO da Microgreens

Como explica Tomás Lancastre, "trabalham diretamente com todos os nossos clientes. Desde a sementeira até ao produto final que chega ao cliente, tudo é feito e gerido por nós, para garantir a máxima qualidade e frescura. Conseguimos garantir menos de 24 horas desde a colheita até à entrega do produto em qualquer ponto da Península Ibérica e Baleares", como explica Tomás Lancastre.

Na área metropolitana de Lisboa, a distribuição é feita com carrinhas elétricas e no restante do país e em Espanha, trabalha com a Nacex. Em 2023 foi instalado o parque fotovoltaico que produz o equivalente a toda a energia consumida ao longo do ano, incluindo as carrinhas elétricas de distribuição.

Na gestão logística, quando a operação começou a ganhar escala em 2022, Tomás Lancastre não conseguiu encontrar um software de gestão e processamento das encomendas no mercado. Nos últimos dois anos, "construímos uma solução in-house, 100% adaptada à Microgreens, que nos permite dar uma resposta rápida aos nossos clientes, com poucos recursos administrativos e com o máximo rigor", conta Tomás Lancastre. Os principais projetos de futuro para 2025 são o alargamento das entregas para outros países da União Europeia, "onde pretendemos ser referência no campo dos microvegetais e flores comestíveis e a expansão para mais 5 mil m2 de estufas de tecnologia de ponta no novo terreno, para dar resposta à procura atual e futura", concluiu Tomás Lancastre.

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