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Um código com tecnologia e impacto social

A Academia de Código nasceu do forte desejo de criar um negócio de impacto social que atacasse o problema do desemprego, porque construir “um negócio que causa um impacto social com a sua atividade era o nosso sonho e estamos a realizá-lo”.

07 de Janeiro de 2020 às 12:00
A Academia de Código já criou 800 postos de trabalho. David Cabral Santos
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Em 2014, durante a crise, vivia-se um momento muito difícil, com milhares de jovens licenciados desempregados. Nessa altura um amigo comum, Bernardo Afonso apresentou João Magalhães a Domingos Guimarães porque achou que tinham ideias em comum e poderiam fazer um dream team.

"Através de pesquisa que fizemos, descobrimos que ao mesmo tempo, existiam milhares de postos de trabalho como programador abertos. Foi com a ideia de aproveitar esta oportunidade que decidimos lançar um curso exclusivo para desempregados e que em 14 semanas os preparasse para o mercado de trabalho como Júnior software developers. Os resultados foram surpreendentes: 100% de empregabilidade logo no primeiro curso", recorda João Magalhães. Nos últimos 4 anos já criaram perto de 800 postos de trabalho e com uma taxa de empregabilidade nos 96%, com uma média salarial de primeiro trabalho de 1.150 de euros líquidos.

Lançaram o projeto com recursos próprios, focaram-se em vendas desde o primeiro dia e em encontrar apoio em fundações e municípios afetados pelos problemas que estivessem interessados no produto. "Fomos o primeiro título de impacto social em Portugal, com a ajuda da Gulbenkian, da Câmara Municipal de Lisboa e do Laboratório de Investimento Social", diz João Magalhães.

Holanda, Brasil e Cabo Verde

Funcionam em Lisboa, no Porto e no Fundão, onde já existem mais de 500 programadores numa população de 14.000 habitantes. "Estamos a começar em Aveiro e a desenvolver na Ilha Terceira em conjunto com o projeto Terceira Tech Island, uma hub de tecnologia. Lançámos em Setembro uma pós-graduação em parceria com o ISCTE", diz João Magalhães.

A expansão dos bootcamps da Academia do Código iniciou-se em Setembro de 2018 para a Holanda, seguindo-se em Janeiro de 2019 a cidade da Praia, em Cabo Verde, e, em março de 2019, São Paulo no Brasil.

Em Cabo Verde existe uma aposta estratégica do governo para criar um hub tecnológico de referência em África, o "Cabo Verde Digital", de que são parceiros. No Brasil fizeram recentemente uma parceria com a IT Trends, uma plataforma de conteúdo e educação sobre tecnologia com mais de 2 milhões de utilizadores. "Em 2020 vai começar o primeiro bootcamp", explica João Magalhães.

Computação para crianças

A ubbu nasceu como um software que ensina ciência da computação para crianças dos 6 aos 12 anos. "Tem um currículo completo de aulas semanais para que professores de qualquer área possam dar aulas de programação e assim ajudar as crianças a desenvolver competências como raciocínio lógico, resolução de problemas e criatividade. Todas as aulas têm como tema os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU. Temos neste momento cerca de 100.000 crianças na nossa plataforma", referiu João Magalhães, CEO da startup.

Tem distribuidores em 10 países, Estão em metade dos agrupamentos de Portugal e num piloto com a Fundación Telefónica na América Latina, com uma parceria mundial com a Microsoft e de OEM com a JP.IK. Têm uma solução offline que permite o ensino de programação a crianças onde o acesso à internet é limitado. "Estamos perto de atingir 1 milhão de licenças em todo o mundo", explica João Magalhães. 

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