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Gerd Leonhard prefere utilizar o conceito de megashift ao de transformação digital, que "é realmente uma palavra difícil, porque é meio como media social. Muitas pessoas dizem que temos que transformar, é muito geral. São dez as megashifts como datafication, virtualização, robotização, automação, cognificação, digitalização, desintermediação, entre outras.
Para Gerd Leonhard "as empresas têm que entender que isso não é apenas digital, é uma mudança completa no modelo de negócios, é uma mudança no modelo de sustentabilidade. É realmente uma transformação de vida, não apenas uma transformação digital".
Vamos ter de decidir se queremos um sociedade igual ou uma sociedade de máquinas. greg leonhard
Futurista
Futurista
Nascido na Alemanha e considerado futurista Gerd Leonhard é consultor de empresas tecnológicas de várias partes do mundo, foi o fundador da The Futures Agency, com sede em Zurique. Foi músico de rock, compositor, ativista dos Verdes e empreendedor. É autor, entre outros, dos livros The Future of Music, Music 2.0 e The Future of Content e, recentemente, a Gradiva publicou Tecnologia versus Humanidade.
Uma das linhas de reflexão é a ética digital, que é sobre o uso da tecnologia da maneira correta para os seres humanos. "Significa que há algumas coisas que não faremos, porque elas não são boas para nós, então temos que limitar a tecnologia no ponto em que isso é ruim para nós. Por exemplo, a media social é boa para nós, mas quando temos muito é muito ruim. Temos manipulação, preconceito. Temos que regular a media social", referiu Gerd Leonhard.
Uma nova sociedade
Por outro lado considera não se deve exaltar excessivamente a tecnologia. "A tecnologia é uma ferramenta. Acho que temos que ser cuidadosos sobre onde usamos a tecnologia, onde não usamos tecnologia e onde não usamos muita tecnologia, como a análise de recursos humanos, ou se os juízes e os políticos são tecnologia", disse Gerd Leonhard. E admite que não será a tecnologia a "fazer-nos felizes" e porque o "cérebro humano é sobre sentido, pensamento, engagement, relacionamentos, existência".
Na sua reflexão, Gerd Leonhard refere que a tecnologia se usa para tornar as coisas mais rápidas, mais eficientes, mais benéficas. Neste ponto a questão é "o que queremos que a tecnologia faça?' e 'qual é o propósito?'. Agora é principalmente sobre ganhos de negócios e ganhar mais dinheiro, o que é uma boa transformação, mas quando vamos para o próximo nível, temos que fazer a pergunta "o que queremos de nós?" e "o que queremos alcançar?", assinala o futurista.
Acrescenta que "neste momento estamos a resolver problemas, mas dentro de dez anos temos que decidir o que queremos fazer. E uma da questões é se queremos uma sociedade igual e coletiva e benéfica ou queremos uma sociedade de máquinas?".