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LOQR: Os guardiães das identidades digitais

O modelo de negócio baseia-se na filosofia de Software-as-a-Service, com o licenciamento da plataforma a ser baseado no número de identidades criadas e/ou geridas. Tem clientes e parceiros em cinco países: Portugal, Espanha, Noruega, França e Hong Kong.

09 de Janeiro de 2019 às 11:30
Francisco Barbeira, membro do júri, e Ricardo Costa, CEO da LOQR. David Martins
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Em 2015 Ricardo Costa, Jorge Silva e José Dias, que durante anos trabalharam juntos em vários projetos, decidiram reunir o conhecimento acumulado na criação da start-up LOQR, cujo nome remete para a palavra inglesa locker (cadeado).

Esta seria uma plataforma integrada, unificada e, acima de tudo, de utilização simples na gestão de identidades digitais, "apresentando-se como uma solução para vários problemas que fomos identificando ao longo dos anos e para os quais não encontramos resposta", como explica Ricardo Costa, CEO da empresa.

Foi uma dura travessia de dois anos na evangelização para um produto que permitia responder a um problema que não era, ainda, percecionado como tal. Felizmente, com a transformação digital, todos estes potenciais clientes se foram apercebendo deste problema. ricardo costa
CEO da LOQR


Quando a LOQR surgiu não existia um mercado de identidades digitais. Por isso, a maior dificuldade foi convencer os então potenciais clientes que a identidade digital poderia ser um problema, que teriam de resolver caso quisessem operar num mundo digital. Tanto mais que o roubo de identidades no mundo digital se tornou um grande indústria do crime.

"Foi uma dura travessia de dois anos na evangelização para um produto que permitia responder a um problema que não era, ainda, percecionado como tal. Felizmente com a transformação digital, todos estes potenciais clientes se foram apercebendo deste problema e lembrando-se que uma pequena start-up já tinha estado lá a falar do mesmo e a apresentar uma solução, que agora fazia todo o sentido", recorda Ricardo Costa, engenheiro com doutoramento em Inteligência Artificial.

15 anos de trabalho

Esta ideia de negócio foi construída ao longo do tempo. Como revela Ricardo Costa, durante cerca de 15 anos trabalharam em torno de questões como as soluções de pagamentos ou a gestão de identidades físicas, como o cartão do cidadão de vários países europeus ou o passaporte eletrónico, ao serviço de empresas tanto em projetos conjuntos e como em projetos autónomos.

Há três anos o desafio foi fazer uma empresa "em que conseguíssemos controlar o seu rumo e que nos permitisse focar na produtização dessa mesma plataforma para mercados e verticais muito específicos e não em algo mais orientado ao projeto de que, tipicamente, as maiores empresas são mais apologistas", defende Ricardo Costa.

Os primeiros financiamentos vieram do bolso dos empreendedores e de um grupo de business angels, a RedAngels. Mais tarde tiveram financiamento do Big Start Ventures e, mais recentemente, da EDP Ventures e da Betwix Ventures. Hoje conta com escritórios em Braga e Londres. Faturam cerca de um milhão de euros mas o objetivo é chegar aos 50 milhões em cinco anos.

O modelo de negócio segue a filosofia de Software-as-a-Service com o licenciamento recorrente da plataforma a ser baseado no número de identidades criadas e/ou geridas. Tem como principais clientes a banca e setor financeiro, incluindo os principais players do mercado nacional, mas também já têm clientes na área da educação, saúde, e utilities, como a eletricidade. Além disso, como sublinha Ricardo Costa, "neste momento temos clientes e parceiros em cinco países (Portugal, Espanha, Noruega, França e Hong Kong) e dois continentes (Europa e Ásia)".

As vantagens do foco e do produto

As principais vantagens da LOGR em relação à sua concorrência são, "acima de tudo, focus e produto", refere Ricardo Costa. Explica que é uma empresa de produto, ou seja, trabalha 365 dias por ano na otimização e melhoria contínua da plataforma usando o feedback dos clientes. "A cada 6 meses, em média, lançamos uma nova versão major da plataforma e praticamente todos os meses existem novas releases. Todos os clientes beneficiam destas atualizações, sempre associadas a melhorias de processos ou introdução de novas funcionalidades", assinala Ricardo Costa.

Na lógica a LOQR um cliente é visto como uma relação duradouro e não como um projeto com tempo determinado. Focam-se no B2B (business to business) e B2E (Business-to-Employee) e em verticais regulados e não se consideram mais um conjunto de SDK (Software development kit) ou API (Application Programming Interface) numa lógica one-size-fits-all, de tamanho único.

"Somos uma solução compliant out-of-the-box, com uma grande preocupação no cumprimento, por design, das diversas legislações que os nossos clientes têm de seguir nos diversos países em que atuam. Isto permite-nos também definir um roadmap detalhado e completo para que não existam dúvidas sobre a evolução da plataforma em si", conclui Ricardo Costa.

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