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A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa congratulou-se com esta comunidade de inovadores nas empresas, nas organizações, que trazem soluções para os clientes e os cidadãos, afirmando ainda que, "quem muito inova e nunca falha, é porque inova pouco".
Há anos que na administração pública se trilha o caminho da transformação digital, como o programa Simplex, lançado por Maria Manuel Leitão Marques quando foi secretária de Estado da Modernização Administrativa entre 2007-2011.
Como relembrou, nessa altura, a aposta foi "usar a tecnologia para reduzir a burocracia, no desenho de serviços ao cidadão, na redução de papéis pedidos e repetidos várias vezes, apostamos também building blocks em diferentes áreas como a interoperabilidade, a identificação e a assinatura electrónica.
Uso da IA e chatbots
O desafio passa ainda por aproveitar as tecnologias disruptivas do blockchain à inteligência artificial e à ciência de dados, que oferecem muitas oportunidades à nossa vida colectiva. Hoje, a estratégia na administração pública passa pela experimentação na utilização de técnicas de inteligência artificial em áreas como a saúde, a segurança social, a economia e a educação, estando a ser financiados 19 projectos.
Maria Manuel Leitão Marques deu como exemplos o SPMS (Serviços Partilhados do Ministério da Saúde), que está nesta prototipagem para ajudar médicos de família a rastrear o cancro de pele e na análise de prescrições anormais de antibióticos.
Quem muito inova e nunca falha é porque inova pouco. M. manuel leitão Marques
Ministra da Presidência e da Modernização Administrativa
A ministra da Presidência e da Modernização Administrativa explicou que, como se trata de serviços públicos, "não se pode deixar ninguém para trás. Apostamos nos serviços digitais assistidos e na inclusão digital que é hoje uma forma de inclusão social através da iniciativa de Competências Digitais, que contempla acções orientadas para a inclusão digital, para a educação dos jovens, para a formação de desempregados e trabalhadores no activo, para a especialização da força de trabalho em áreas tecnológicas avançadas, e para a garantia de que Portugal desenvolve o conhecimento científico que permita actualizar todas as áreas restantes".
Ética na tecnologia
Um dos desafios elencados por Maria Manuel Leitão Marques tem a ver com a ética. Propôs que os projectos, como é o caso da inteligência artificial, integrem "o ethical by default desde o início do desenho destes projectos porque eles não são reguláveis, porque quando chegarmos à regulação já vamos atrasados". Tal como a tecnologia já faz , em que o "seu impacto social inclusivo, que hoje começa a fazer parte do próprio desenho dos projectos e a ser uma preocupação crescente das organizações".
"O ideal é combinar a inovação com a tecnologia e as políticas públicas e que funcionem para o bem da Humanidade", disse Maria Manuel Leitão Marques, que é licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra, é investigadora doCentro de Estudos Sociais e professora catedrática da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
O grupo do governo electrónico
Em 22 de novembro foi assinada da carta de princípios, que marcou a entrada formal de Portugal no D9, o "grupo de países de boas práticas de governo electrónico", consiste numa espécie de "G7 para o governo digital". A ministra destacou que o esforço de Portugal foi reconhecido com a adesão ao D9 grupo de nove países com práticas avançadas no desenvolvimento de projectos e iniciativas digitais da administração pública.
A identificação electrónica da chave móvel digital ou Cartão do Cidadão, a interoperabilidade e os projectos recentes de inteligência artificial na Administração Pública foram algumas boas práticas que contaram para a adesão e que poderão ser agora partilhadas. Reúne países "com contextos regulatórios diferentes, com preocupação comum de promover a inclusão, de não deixar ninguém para trás".