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O trabalho remoto veio para ficar

Marcelo Lebre diz que “neste momento não se vive um trabalho remoto normal”, mas foi um catalisador e muitas empresas vão passar a ver o teletrabalho com outros olhos.

06 de Maio de 2020 às 13:30
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"A pandemia foi um grande catalisador do trabalho remoto e vemos muitas empresas a olhar para esta situação e a dizer ‘nós já tínhamos pensado nisto mas nunca tivemos coragem para implementar’", refere Marcelo Lebre, CTO da Remote, start-up que fundou, no início de 2019, com Job van der Voort, ex-responsável de produto da plataforma GitLab. Esta tecnológica de recursos humanos facilita a contratação global de talentos em cerca de 40 países.

"A evolução e a adoção do trabalho remoto têm vindo a crescer ano após ano por várias razões. Não só porque, está provado, aumenta o bem-estar dos trabalhadores, reduz muito o stress e consegue-se um aumento salarial, pela economia tanto espacial mas em todos os custos que implica ter um escritório nos centros urbanos pelo mundo inteiro", reforça Marcelo Lebre, vice-presidente de engenharia na start-up portuguesa Unbabel.

Mas, Marcelo Lebre chama a atenção para o facto de a pandemia ter "forçado este reforço" da passagem para o teletrabalho. "Importa salvaguardar que neste momento não se vive um trabalho remoto normal. Nesta altura, as pessoas em teletrabalho controlam o seu ambiente de trabalho, existe um aumento de produtividade, mas existe também um peso no nosso subconsciente de que algo não está bem, com muitos elementos familiares de dispersão e a pedir atenção que implica um esforço redobrado".

Menos escritório

Considera que esta experiência pode fazer com que as empresas não voltem na sua totalidade para o modelo de escritório anterior. "Temos alguns clientes e parceiros que nos dizem que vão optar por ou escritórios mais pequenos ou mesmo descentralizados, saindo de zonas extremamente caras e com isso dar melhores condições aos seus trabalhadores".

Se o tecido empresarial foi mais focado no que se entrega, do que se faz, será um impulso para o teletrabalho, acredita Marcelo Lebre. Para as pessoas trabalharem de forma remota existe uma necessidade básica que são as tecnologias, o computador, a internet, o acesso a uma câmara e até um microfone com alguma qualidade. Mas avisa que "em termos normais estar no trabalho conta como estar no trabalho, mas no trabalho remoto não é assim".

Segundo Marcelo Lebre, o que se nota, do ponto de vista das empresas, é uma preocupação maior em dar condições às pessoas para poderem trabalhar mais à vontade, estão a munir-se de mais ferramentas, aplicações, serviços online para que os seus colaboradores possam ter acesso.

Sublinha que a formação online tem vindo a ganhar peso, e cada vez mais há start-ups a investir nesta área, "há uma espécie de explosão na formação online, que tem muito menos custos para as empresas e para as pessoas", conclui Marcelo Lebre.

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