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O novo normal de uma agência de viagens

“É muito difícil o nosso setor funcionar com aviões no chão, os hotéis encerrados e as fronteiras fechadas”, afirmou Joana Silveira, sócia-gerente da Wide Travel.

Filipe S. Fernandes 09 de Junho de 2020 às 13:00
Para Joana Silveira, importa saber quando é que as fronteiras vão reabrir.
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A Wide Travel trabalha para o mercado empresarial e os primeiros meses do ano foram bons, mas em março surgiram os primeiros sinais de cancelamentos das viagens. Abril foi completamente parado, em maio sentiram alguma retoma mas muito lenta, estamos a falar de 2% da atividade normal. Muitas das viagens foram adiadas para o segundo semestre mas já estão a ser novamente adiadas para 2021 ou canceladas.

O seu trabalho tem sido apoiar os clientes empresariais para que eles sintam o mínimo impacto desta situação como pedir os reembolsos, fazer as alterações de reservas para novas datas. "São situações em que um passageiro normal, que tenha comprado diretamente, ainda hoje está a tentar falar com a companhia aérea porque eles entraram em completo out, porque não tinham capacidade de resposta para tantos pedidos", explica Joana Silveira, que tem outros canais para resolver problemas.

Para Joana Silveira, "agora o importante é perceber quando é que as fronteiras irão reabrir, quando é que a TAP regressa com os seus voos porque há muitos sítios na Europa que dependem das suas rotas. Temos alguns voos semanais da Lufthansa, Air France e da KLM, portanto, estamos limitados a um número reduzido de voos semanais".

O impacto do teletrabalho

Sobre o impacto do teletrabalho nas viagens de negócio, Joana Silveira considera que as empresas que têm facilidade em estar em teletrabalho, enquanto houver incerteza, medo e insegurança, irão manter-se assim. Mas, "uma reunião por web conferência não é a mesma coisa que estar numa sala de reuniões a debater assuntos porque a parte presencial pode alterar muitas vezes alguns negócios e dá confiança noutros negócios", diz Joana Silveira. Por outro lado, há sempre empresas que necessitam de pôr trabalhadores no estrangeiro e ter colaboradores a viajar.

"As viagens a feiras, de incentivos e eventos internacionais grandes, que foram todos adiados, tudo o que seja grandes aglomerados de pessoas, neste momento as pessoas sentem-se desconfortáveis e não querem ir. Este é o setor mais afetado no ramo das agências de viagem", garante Joana Silveira. Acredita que a partir de abril do próximo ano haja uma retoma progressiva e os congressos, os eventos, as feiras, os incentivos, voltem a realizar-se. Mas sublinha que "vamos ter de nos adaptar a esta nova realidade das máscaras, da higienização, do distanciamento, tal como no 11 de setembro de 2001 nos adaptámos a novos tipos de controlo de segurança nos aeroportos".

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