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O e-learning da medicina

A Take the Wind é uma empresa tecnológica que tem um sistema de educação clínica, o Body Interact, que permite treinar o exercício clínico com base na simulação com pacientes virtuais.

06 de Maio de 2020 às 14:00
Pedro Pinto enfatiza a existência de uma curva de adaptação forçada.
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"Com médicos e enfermeiros desenvolvemos um módulo Como tratar os doentes com covid-19, baseado em informações de várias partes do mundo. É gratuito, tem 40 mil utilizadores em 138 países e com feedbacks a dizer que era necessário para treinar pessoas da linha da frente", diz Pedro Pinto, CEO da Take the Wind.

Muitas destas pessoas ainda não tinham experiência em emergências e os doentes de covid-19 têm de ser rapidamente normalizados porque têm uma evolução rápida. "Com este módulo treinam com doentes virtuais para depois não cometerem erros com doentes reais", sublinhou Pedro Pinto.

A Take the Wind é uma empresa tecnológica que tem um sistema de educação clínica, o Body Interact, que permite treinar o exercício clínico com base na simulação com pacientes virtuais. "É um produto na cloud, trata-se de pacientes virtuais, que permite treinar a decisão clínica e o pensamento crítico antes de ir para um hospital ou para um cenário real e interagir com um paciente virtual como se fosse um paciente real", explica Pedro Pinto.

O Body Interact tem oito anos e está presente em escolas médicas, de enfermagem, paramédicas e depois programas de formação profissional continuado em 41 países e hoje serve centenas de milhares de pessoas.

Casos online

A covid-19, com o encerramento das escolas e o confinamento das populações, alterou o paradigma porque o Body Interact era utilizado sobretudo em ambiente presencial. "Inicialmente a sua adoção começou por pôr pacientes virtuais na sala de aula para simulação e desenvolver um programa curricular em torno dos pacientes virtuais", refere Pedro Pinto.

Houve uma adaptação forçada e foi-se mais além da evangelização de Pedro Pinto que "era a necessidade de um sistema híbrido, uma solução online com uma presencial". Subitamente ficou apenas a solução online, o que obrigou a Take the Wind a ter de preparar os servidores e a reconverter os seus processos, "para poder servir centenas de milhares de pessoas que tem de ter acesso a aulas, a pacientes virtuais, porque já não têm acesso aos seus pacientes reais", refere Pedro Pinto.

A solução tem entrado em países como os Estados Unidos "onde o incentivo à procura é elevado para encontrar soluções em processos online", e, mesmo o Japão, um mercado difícil e onde no ano passado ganharam um prémio e-learning dado pelo Governo japonês, mas não estavam em nenhuma universidade. "A covid-19 alterou a situação, estamos a crescer com o número de universidades que adotou o Body Interact no seu e-learning", salientou Pedro Pinto.

Novo negócio

A crise sanitária está a ser também uma oportunidade para a empresa olhar para outro mercado diferente da educação e lançar um novo serviço, que já está que está em beta testing para o mercado de recrutamento na área da saúde, "que é um processo complexo. A nossa tecnologia faz um ranking de competências escalável, automático e é uma nova área de negócio", referiu Pedro Pinto.

Na empresa já havia prática de teletrabalho mas hoje funciona totalmente em trabalho remoto. "Perdemos interação física, ganhámos eficiência, porque o teletrabalho traz eficiência ao nível de organização, de reuniões", diz Pedro Pinto. Este gestor referiu ainda que "o que estamos a viver é um desafio às lideranças internas das empresas e é um teste às lideranças de topo e middle management das empresas".

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