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Empresas com experiência de crises

Nascidas durante a última crise financeira ou com vivência de 73 anos, são PME que têm um passado que obrigou a vencer dificuldades.

26 de Março de 2020 às 11:21
Ricardo JR
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Em janeiro de 2009 a holandesa Philips decidiu o encerramento até ao final de 2009 da sua última fábrica de controlos remotos, em Portugal, em Ovar, deixando no desemprego cerca de 70 trabalhadores. Mas ainda não tinha terminado o ano e, em dezembro de 2009, nascia a Tech4home, uma empresa de telecomandos cujos promotores e atuais acionistas, Miguel Oliveira, Graça Cândido, Márcio Barata, tinham sido dispensados pela empresa holandesa.

Os primeiros anos não foram fáceis mas hoje a empresa fatura 23,8 milhões de euros e o grupo está nos 36,1 milhões de euros e exporta 90% da sua produção. Os seus dez principais mercados são Estados Unidos América, França, Espanha, Países Baixos, Suécia, Reino Unido, Sérvia, República Checa, Rússia, Israel.

A chave para este percurso esteve na resiliência e capacidade de inovação, em que investem 6% do volume de negócio, porque foi o "argumento tecnológico" que abriu os primeiros mercados. Como diz Miguel Oliveira, a Tech4home tenta constantemente ultrapassar os limites da intuição criativa, design, inovação e integração. Investe em projetos internos de I&D e em projetos em co-promoção com instituições científicas. Hoje conta com a colaboração de mais de 250 designers e tem mais de 100 patentes e registos.

Rede de cinco hotéis

No início da crise de 2009, surgiu o Details Hotels & Resorts, um grupo hoteleiro português que tem no seu portefólio cinco unidades hoteleiras no Algarve. A sua oferta concentra-se em Albufeira, onde detém o Aqua Pedra dos Bicos, o Califórnia Beach Hotel, o Topázio Mar ou o Velamar, e o Vale d’El Rei no Carvoeiro, e, em 2019, teve uma faturação de 9,5 milhões de euros. João Costa, com uma carreira de gestão na indústria hoteleira, iniciou, em 2005, a exploração do Hotel Vale d’El Rei, projeto que passou a integrar a marca Details Hotels & Resorts, em 2010.


A experiência passada pode ser útil para o gigantesco desafio que agora se coloca.


Segundo João Costa, CEO, este é um grupo que "propõe uma abordagem moderna e apaixonada à hotelaria, diferenciadora no acolhimento e no serviço que presta aos seus hóspedes". Recentemente viu o seu projeto de internacionalização apoiado por fundos comunitários. Estes investimentos tiveram maior incidência nos mercados do Reino Unido, Irlanda, Espanha, Alemanha, França, Angola e Países Baixos. Atualmente é detido por João Costa, CEO desde 2010, e pela Sintagma International.

Experiência de crises

Experiência com os ciclos económicos, sociais e ambientais tem a A. Sampaio & Filhos, uma têxtil de Santo Tirso, fundada em 1947 pelo debuxador António Oliveira Sampaio. Começou a produzir tecidos (telas e popelines) e é hoje líder ibérica na produção de malhas tricotadas em teares circulares.

Viveu os tempos áureos da entrada na EFTA em 1958, os tempos conturbados da revolução de 1974, as crises que levaram aos acordos com o FMI em 1977, 1983 e 2011, e o abalo telúrico da entrada da China na Organização Mundial de Comércio.

Como disse Miguel Mendes, um dos membros da terceira geração que está na gestão da empresa, "temos uma visão de longo prazo. Somos uma empresa de referência com os olhos sempre postos no futuro, que nunca sacrificamos ao lucro imediato". A empresa está instalada numa área de 30.000m2, tem 200 teares circulares, uma capacidade de produção de 600 toneladas/mês, com uma grande variedade de malhas circulares, com jerseys, ribs, interlocks, felpas, duplas-faces, polares, piqués, ribs de transferência, jacquards, riscadores, jacquards electrónicos,etc. Exporta 40% da sua produção.

Saiba mais em www.pmenoradar.negocios.pt

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