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Alexandre Nilo da Fonseca: “Quem não está na internet é como se não existisse”

“Muitos pequenos comerciantes perceberam que têm de ter presença online”, assinala Alexandre Nilo da Fonseca. A presença das PME na internet e a oferta digital portuguesa vão crescer, com uma maior adaptação do comércio tradicional ao digital bem com uma maior adesão ao pagamento digital.

06 de Maio de 2020 às 16:00
Alexandre Nilo da Fonseca diz que houve uma disrupção na cadeia internacional de entregas.
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Alexandre Nilo da Fonseca, presidente da ACEPI- Associação da Economia Digital, que está num projeto de apoio ao comércio eletrónico de micro e pequenas empresas, afirmou que esta digitalização pode ser uma oportunidade para mudar o contexto do mundo digital nacional.

Antes da crise pandémica, Portugal, em comparação com a Europa, apresentava bons resultados em conectividade e na oferta dos serviços públicos digitais. O défice estava na digitalização nas PME já que "60% das empresas portuguesas, sobretudo micro e pequenas empresas, não tinham qualquer presença na internet", afirmou Alexandre Nilo da Fonseca.

Portugal tinha também algum défice na digitalização dos consumidores com 20% dos portugueses que nunca utilizaram a internet. No entanto, como sublinha Alexandre Nilo da Fonseca, nos últimos tempos assistia-se a um crescimento no nível e utilização da internet referindo que no "ano passado mais de 3 milhões de portugueses fizeram compras online em que gastaram cinco mil milhões de euros".

Contudo, as compras dos portugueses eram feitas "em sites na China, Reino Unido, em Espanha, ao contrário dos consumidores de França, Alemanha ou Reino Unido, que adquirem tendencialmente no seu próprio país". O que fazia com que a oferta de comércio eletrónico em Portugal fosse fraca, até porque tinha pouca adesão das PME.

Experiência nacional

"Com a pandemia, em que as pessoas foram confinadas e houve uma certa disrupção da cadeia internacional de entregas, em que foi virtualmente impossível receber coisas do estrangeiro, é que os portugueses descobriram os sites nacionais", diz Alexandre Nilo da Fonseca. Além disso, "focaram-se em categorias importantes para o dia a dia, como a alimentação, que era uma categoria em que os portugueses não estavam muito interessados, enquanto já era uma realidade noutros países".

Após o isolamento social imposto pela covid-19 "haverá mais portugueses com mais experiência digital, mais habituados a comprar em sites em Portugal, mais habituados a fazer pagamentos eletrónicos, e com uma alteração no comportamento das categorias. As mais compradas, que eram as viagens, a hotelaria e o vestuário, caíram, e o alimentar cresceu muito, não só na grande distribuição mas também nas mercearias e pequenas lojas".

Microdigitais

Os processos de transformação digital eram muito mais acentuados nas grandes e em muitas médias empresas. Nas microempresas, que representam 95% do tecido empresarial, é que tem havido um distanciamento digital. "Um dos desafios que temos é fazer uma aceleração e uma capacitação aceleradas de muitos destes pequenos empresários." Segundo Ricardo Parreira, CEO da PHC Software, nunca tinha tido "tantas encomendas do nosso software de e-commerce, o que é um sinal de que há empresas a aproveitar o momento para se digitalizarem".

Na Associação da Economia Digital estão-se a dar passos importantes nesta frente, que tem online um site chamado comerciodigital.pt, no qual qualquer empresa de comércio e de serviços tem ao dispor uma ferramenta que ajuda e permite criar o chamado 3 em 1, o domínio pt, contas de e-mail, uma ferramenta para criar um site, gratuita durante um ano, e uma academia digital com sete cursos que ajudam a criar o site, uma página de Facebook, a fazer publicidade na internet.

Em 2020, oferecem gratuitamente a certificação dos sites com o Selo de Confiança, que "é muito importante porque há muitos consumidores a iniciarem-se no comércio eletrónico e precisam de confiança e de que as empresas que estão online existam".

Saiba mais em www.pmenoradar.negocios.pt

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