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A urgência de um plano de retoma

“A crise económica pode ser pior que o balanço de mortos da covid-19. Se a crise em 2011 foi muito dura em termos de pobreza, esta crise sem precedentes pode ser muito pior”, defende Miguel Pina Martins.

23 de Abril de 2020 às 15:15
Peter Villax, presidente da Associação Portuguesa de Empresas Familiares
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"É importante não parar a economia, estamos numa crise sem precedentes, mas não adianta abrir Portugal ao mundo da economia se entretanto a Europa não abrir e os canais e as cadeias de distribuição estiverem fechados. Podemos produzir mas vamos ter dificuldades na colocação de produtos", referiu Ricardo Costa, vereador da Câmara Municipal de Guimarães.

Mas, para Miguel Pina Martins, é preciso arranjar uma forma de reabrir a economia, porque não há dúvidas de que a cura pode matar. "A crise económica pode ser pior que o balanço de mortos da covid-19. Se a crise em 2011 foi muito dura em termos de pobreza, esta crise sem precedentes pode ser muito pior".

Para Peter Villax, há um sentimento de urgência e tem de se dizer aos empresários e aos gestores como é que se trabalha em segurança, "como é que protegemos os trabalhadores, como é que reduzimos a densidade nos espaços laborais e fabris, como sentamos as pessoas nos refeitórios e nas cantinas para não se contaminarem umas às outras e como é que instituímos o uso universal e obrigatório de máscaras. A máscara é como um cinto de segurança, não é perfeito, mas todos os condutores usam cinto de segurança".

Recomeço gradual

João Garcia da Fonseca diz que "ou fazemos alguma coisa ou morremos da cura".Por isso, defende um recomeço faseado, em que se devia identificar rapidamente quem está imunizado, porque podem trabalhar sem risco. "Acho que existem 50 mil imunizados e temos de saber quem são essas pessoas."

Na sua opinião, devia-se fazer, o que é crítico para as empresas, a monitorização smart, que a Biosurfit iniciou com o Jerónimo Martins e que vai iniciar numa outra empresa no Norte que tem 100 pessoas.

"No dia zero vamos com uma equipa, faz-se um blitz com zaragatoas para todo o grupo com testes de parâmetros de inflamação, temperatura, oximetria e inquérito clínico. Se houver positivos são segregados. Dos negativos, temos a assinatura de cada um e depois monitorizam-se de forma semanal ou duas vezes por semana, dependendo do nível de risco", referiu João Garcia da Fonseca.

Para este empreendedor, o mundo depois da covid-19 vai ser muito diferente. Enquanto não houver a vacina ninguém vai poder andar de avião sem ter o igG (imunoglobulinas G) positivo, por isso defende uma receita de disciplina asiática aplicada a Portugal: "Máscaras, separação do trigo do joio e apanhar os mais imunizados, porque, por exemplo, um médico ou um enfermeiro imunizados valem por dez, monitorização e não apenas uma coisa cega. Se fizermos isto Portugal vai sair rapidamente da crise."

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