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Há cerca de 15 anos que o mercado de cerveja artesanal iniciou o seu movimento de expansão em Portugal, o que gerou o aparecimento de dezenas de microcervejeiras. Alguns destes empresários criaram um grupo de WhatsApp para trocarem informações e mensagens.
Um dos membros, Hugo Santos, da Cerveja Chica, em Lisboa, em conversa com militares da GNR chegou à conclusão de que estes tinham falta de desinfetante e lembrou-se do ácido peracético, produto desinfetante usado nas cervejeiras, que, diluído, pode ser usado como desinfetante.
Contou essa história no grupo do WhatsApp e começou o embrião do que é hoje o microcervejeiros.pt, explicou Diogo Trindade, que, com Sofia Oliveira, tem a Lindinha Lucas, no Porto, e que enquanto falava estava a preparar uma embalagem de desinfetante que a GNR de Bragança vinha buscar.
Com o crescimento do movimento criaram quatro centralidades de comando no Porto, Lisboa, Lisboa-Sul e Algarve, que fazem a gestão dos pedidos e das encomendas para fornecer produto desinfetante às entidades que necessitem.
Diogo Trindade calcula que já forneceram mais de 500 mil litros de desinfetante, "tudo às nossas expensas e continuaremos assim até as empresas deixarem de poder ou deixar de haver capacidade dos fornecedores, que estão a ter muitas solicitações diretas para além das nossas". Revela que este movimento dos microcervejeiras levou a que as grandes empresas os seguissem. A SuperBock com uma ação independente e a Central de Cervejas com o apoio a esta ação do grupo de 26 microcervejeiras.
A Lindinha Lucas continua a fabricar cerveja, porque "este movimento de cerveja artesanal não pode voltar à estaca zero e quando se voltar ao normal temos de ter produto e oferta", salienta Diogo Trindade. Mas sabe que "há muitos cervejeiros que têm o dia marcado e que sobrevivem mais um ou dois meses". No entanto, a criação deste movimento mostra a "capacidade de resistência, as possibilidades de organização e de ação coordenada que podem ser importantes no futuro", diz Diogo Trindade.
A Lindinha Lucas, que festeja este ano o quinto aniversário, tinha preparado as suas festividades, em que se incluía um rebranding a ser apresentado a 1 de maio de 2020. Foi adiado mas Diogo Trindade diz que vai acontecer, até porque, "quando este pesadelo terminar, vamos precisar de festa".
A união do calçado
Tiago Gomes lançou a sua empresa Footure de componentes de calçado, chuteiras e contrafortes há cerca de um ano. A chegada do coronavírus teve um impacto devastador no setor, "que está a sofrer muito por causa da anulação das encomendas no mercado nacional; e em termos internacionais ainda se trabalha mas sem a mesma força", explica o empresário.
A sua empresa, que conta com oito colaboradores, tem instalações na zona industrial das Travessas, em S. João da Madeira, e um dos seus principais mercados é a zona de Felgueiras, em que muitas empresas "fecharam e outras vão fechar em abril", refere Tiago Gomes.
Mas o empreendedor achou que a solução não era ficar quieto e com Carlos Pinho, da empresa Doss da área da impressão digital, lançaram um movimento no facebook para ajudar quem está na linha da frente da pandemia. "Recebemos muitos contactos de hospitais da região a pedirem-nos viseiras de proteção porque havia uma grande escassez", diz Tiago Gomes.
Meteram mãos à obra e desenvolveram uma maqueta com o apoio de médicos e enfermeiros até chegar ao resultado satisfatório para todos, para depois iniciar a produção. O movimento que começara com cinco empresas foi crescendo e hoje são 26 empresas que colocaram matéria-prima, linhas de produção e mão-de-obra ao serviço. "Eu faço o corte e o acabamento na minha empresa e outras fazem a montagem", conta Tiago Gomes. Em quatro dias fizeram 2 mil viseiras e o objetivo é fazer mais cinco mil. As primeiras foram distribuídas pela Câmara Municipal de São João da Madeira, PSP de Ovar e São João da Madeira, Hospital de Santo António, lares de idosos e em breve o IPO do Porto.
Saiba mais em www.pmenoradar.negocios.pt
Um dos membros, Hugo Santos, da Cerveja Chica, em Lisboa, em conversa com militares da GNR chegou à conclusão de que estes tinham falta de desinfetante e lembrou-se do ácido peracético, produto desinfetante usado nas cervejeiras, que, diluído, pode ser usado como desinfetante.
Contou essa história no grupo do WhatsApp e começou o embrião do que é hoje o microcervejeiros.pt, explicou Diogo Trindade, que, com Sofia Oliveira, tem a Lindinha Lucas, no Porto, e que enquanto falava estava a preparar uma embalagem de desinfetante que a GNR de Bragança vinha buscar.
Com o crescimento do movimento criaram quatro centralidades de comando no Porto, Lisboa, Lisboa-Sul e Algarve, que fazem a gestão dos pedidos e das encomendas para fornecer produto desinfetante às entidades que necessitem.
Diogo Trindade calcula que já forneceram mais de 500 mil litros de desinfetante, "tudo às nossas expensas e continuaremos assim até as empresas deixarem de poder ou deixar de haver capacidade dos fornecedores, que estão a ter muitas solicitações diretas para além das nossas". Revela que este movimento dos microcervejeiras levou a que as grandes empresas os seguissem. A SuperBock com uma ação independente e a Central de Cervejas com o apoio a esta ação do grupo de 26 microcervejeiras.
A Lindinha Lucas continua a fabricar cerveja, porque "este movimento de cerveja artesanal não pode voltar à estaca zero e quando se voltar ao normal temos de ter produto e oferta", salienta Diogo Trindade. Mas sabe que "há muitos cervejeiros que têm o dia marcado e que sobrevivem mais um ou dois meses". No entanto, a criação deste movimento mostra a "capacidade de resistência, as possibilidades de organização e de ação coordenada que podem ser importantes no futuro", diz Diogo Trindade.
A Lindinha Lucas, que festeja este ano o quinto aniversário, tinha preparado as suas festividades, em que se incluía um rebranding a ser apresentado a 1 de maio de 2020. Foi adiado mas Diogo Trindade diz que vai acontecer, até porque, "quando este pesadelo terminar, vamos precisar de festa".
A união do calçado
Tiago Gomes lançou a sua empresa Footure de componentes de calçado, chuteiras e contrafortes há cerca de um ano. A chegada do coronavírus teve um impacto devastador no setor, "que está a sofrer muito por causa da anulação das encomendas no mercado nacional; e em termos internacionais ainda se trabalha mas sem a mesma força", explica o empresário.
A sua empresa, que conta com oito colaboradores, tem instalações na zona industrial das Travessas, em S. João da Madeira, e um dos seus principais mercados é a zona de Felgueiras, em que muitas empresas "fecharam e outras vão fechar em abril", refere Tiago Gomes.
Em quatro dias 26 empresas produziram dois mil viseiras de proteção. O próximo objetivo é fazer mais cinco mil.
Mas o empreendedor achou que a solução não era ficar quieto e com Carlos Pinho, da empresa Doss da área da impressão digital, lançaram um movimento no facebook para ajudar quem está na linha da frente da pandemia. "Recebemos muitos contactos de hospitais da região a pedirem-nos viseiras de proteção porque havia uma grande escassez", diz Tiago Gomes.
Meteram mãos à obra e desenvolveram uma maqueta com o apoio de médicos e enfermeiros até chegar ao resultado satisfatório para todos, para depois iniciar a produção. O movimento que começara com cinco empresas foi crescendo e hoje são 26 empresas que colocaram matéria-prima, linhas de produção e mão-de-obra ao serviço. "Eu faço o corte e o acabamento na minha empresa e outras fazem a montagem", conta Tiago Gomes. Em quatro dias fizeram 2 mil viseiras e o objetivo é fazer mais cinco mil. As primeiras foram distribuídas pela Câmara Municipal de São João da Madeira, PSP de Ovar e São João da Madeira, Hospital de Santo António, lares de idosos e em breve o IPO do Porto.
Saiba mais em www.pmenoradar.negocios.pt