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Santander agiliza linhas de apoio lançadas pelo Estado

Segundo Miguel Belo de Carvalho, administrador do Banco Santander, este decidiu suspender por um mês a cobrança da mensalidade dos POS e isentar a aplicação de um valor mínimo sobre as transações efetuadas para todos os comerciantes e as comissões do serviço MBWay nos POS.

26 de Março de 2020 às 10:59
Miguel Belo de Carvalho sublinha que esta é uma crise muito diferente da vivida entre 2008 e 2013. Victor Machado/Bluepeach
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Qual a importância das PME para o tecido empresarial português? E para o Santander?

O tecido empresarial português é composto em 99,9% por PME. Destas, mais de 95% são microempresas, ou seja, empresas com menos de 10 trabalhadores e cujo volume de negócios ou ativo não ultrapassa os 2 milhões de euros.

As PME são responsáveis pelo emprego de 65% da População Ativa, aproximadamente 64% do VAB e cerca de 56% das Exportações.

Estes números demonstram a importância das PME na criação de emprego e na riqueza gerada para a economia nacional. As PME são o verdadeiro motor da economia portuguesa, pelo que é nossa missão apoiá-las e assegurar os meios necessários para promover o seu desenvolvimento.

É neste contexto que o Santander Portugal se posiciona, um banco profundamente conhecedor da realidade económica e fortemente comprometido com o desenvolvimento das micro e pequenas e médias empresas, colocando à disposição dos empresários soluções para dar resposta às suas múltiplas necessidades, independentemente da dimensão, do setor de atividade, dos mercados onde atuam ou do ciclo de vida em que a empresa se encontre.

Afirmamo-nos, hoje mais do que nunca, como um parceiro das empresas.

 

Quais as principais estratégias e políticas do Santander de apoio às PME?

O Santander apoia o tecido empresarial português em todos os seus segmentos: Empresários em Nome Individual, Micro Negócios, Pequenas, Médias e Grandes Empresas.

A nossa estratégia para as PME passa por um forte conhecimento do segmento, uma forte proximidade com os Clientes e um conhecimento profundo da especificidade de cada sector e respetivas necessidades.

Temos uma ampla oferta de produtos e serviços, soluções financeiras e não financeiras adaptadas a cada sector de atividade.

Quanto à proximidade aos Clientes, temos uma rede comercial de ampla abrangência nacional, composta por 484 balcões e 22 Direções Comerciais de Empresas (DCE). Promovemos um acompanhamento constante e regular aos Clientes.

Além disso temos equipas especializadas no apoio aos sectores da Construção, do Agroalimentar, do Turismo, do Comércio, da Restauração e da Economia Social e Educação.

A tudo isto juntamos uma rede global, presente em 4 continentes, que nos coloca numa posição privilegiada para apoiar os nossos Clientes num vasto número de países, muitos deles, destino das nossas exportações;

Também temos uma ligação única às Universidades em que promovemos parcerias com as melhores Escolas de Gestão do País, proporcionando programas de formação gratuitos de qualidade para os quadros das empresas nossas clientes e respetivos colaboradores.

Neste âmbito, apoiamos também a empregabilidade e a capacitação das Empresas, por via da oferta de um Programa de Estágios que permite às empresas o acesso, sem custos e por um período de 3 meses, a jovens Licenciados ou Finalistas, com a perspetiva de os poder integrar futuramente nos seus Quadros.

Temos soluções para apoiar as empresas em todas as fases do seu negócio - no daily banking, financiando a sua tesouraria e assegurando a transacionalidade; a longo prazo, financiando o investimento e oferecendo soluções diferenciadas. Em paralelo, temos sido líderes no apoio às PME nas Linhas de Crédito Protocolado com o Estado Português.

Como parte do Grupo Santander, beneficiamos do know how de diferentes bancos do Grupo, e utilizamos todo este capital para inovar novas soluções de financiamento e de cash-management para os nossos Clientes, sobretudo num contexto de forte mudança e de transformação digital.

O Santander está a apostar fortemente no digital banking para Empresas, permitindo aos seus Clientes contratar produtos e serviços online. A procura por conveniência e serviço, salvaguardando a segurança, é uma tendência clara que estamos a assistir, em todos os segmentos de empresas.

Para finalizar, a consistência e solidez do Santander Portugal continuam a ser reconhecidas, pelos nossos Clientes e pelo mercado. Fomos novamente premiados como o "Melhor Banco em Portugal" e "Melhor Private Banking" pela revista norte-americana Global Finance e obtivemos igualmente o reconhecimento de melhor Banco de Trade Finance nas categorias "Market Leader" e "Best Services" pela Euromoney.

Este reconhecimento aumenta a nossa responsabilidade e reforça a nossa convicção de sermos mais do que um banco: de sermos um parceiro dos nossos Clientes

 

Há algum plano especial do banco para apoiar as PME neste ciclo de pandemia que está a afetar a economia portuguesa e global?

O Santander está a acompanhar muito de perto este grande "choque" na economia.

Esta é uma crise muito diferente da anterior (2008-2013) que começou por um colapso do sector financeiro com impactos na liquidez e no acesso ao crédito das empresas, com efeitos lentos nos meses e anos seguintes. Agora, o que estamos a assistir é uma situação de disrupção da atividade em muitos sectores, em poucas semanas. Naturalmente que afeta particularmente as PME. É nossa prioridade dar apoio aos nossos clientes e estamos a desenvolver um conjunto de ações para salvaguardar a estabilidade financeira e económica das empresas.

Pretendemos dinamizar e agilizar todas as Linhas de Apoio que o Estado lançou para ajudar as Empresas afetadas pelo surto de COVID-19, com maior enfoque nos setores mais afetados.

A Linha Capitalizar 2018 – COVID 19, a título de exemplo, é um instrumento financeiro muito oportuno e que se enquadra nesta resposta que o governo e o sector financeiro têm por missão dar às necessidades das PME.

O Santander está em contacto com todos os seus Clientes para, caso a caso, dar a resposta às suas dificuldades.

Tomando em consideração as circunstâncias extraordinárias que vivemos, informo que o Banco Santander decidiu suspender a cobrança da mensalidade dos POS e isentar a aplicação de um valor mínimo sobre as transações efetuadas, para todos os comerciantes e para um período não inferior a um mês. Para apoiar as transações contactless, o Santander suspende igualmente a cobrança de todas as comissões do serviço MBWay nos POS.

Em complemento, o Santander tem alertado os seus Clientes para utilizarem as suas plataformas digitais, a App ou Netbanco, bem como a realização de pagamentos através de sistemas contactless (sejam cartões ou outros), privilegiando soluções mais seguras, sobretudo no atual contexto.

Para finalizar, considerando o atual contexto de maior dificuldade e incerteza, devido à pandemia do COVID-19, reforço o compromisso do Santander Portugal com as PME portuguesas, e transmitir uma palavra de confiança para o futuro. Estou convicto que a velocidade a que vamos repor os níveis de atividade após este surto será similar à rapidez com que nos chegou esta pandemia. Para isso estamos ao lado dos nossos Clientes, em todos os momentos.



3 mil milhões para a restauração, turismo e indústria têxtil e calçado

O Governo decidiu na passada quarta-feira, 18 de março, avançar com uma linha de crédito de 3 mil milhões de euros, disponibilizadas através do sistema bancário, com garantia do Estado, para apoiar as empresas mais penalizadas pelo forte impacto da Covid-19 na economia. Além disso, garante que a legislação para uma moratória de capital e juros será aprovada até ao final do mês.

Ao setor da restauração e similares é atribuída uma linha de crédito de 600 milhões de euros, dos quais 270 milhões são para as micro e pequenas empresas. Ao setor do turismo, como agências de viagens, animação e organização de eventos, a linha de crédito será de 200 milhões de euros, dos quais 75 milhões de euros são para as micro e pequenas empresas. Para empreendimentos turísticos e alojamento turístico foi atribuído, segundo o Governo, um montante de 900 milhões de euros, com 300 milhões para as micro e pequenas empresas. A indústria têxtil, calçado e indústrias extrativas vai ter um montante de 1.300 milhões de euros, com 400 milhões a irem para as empresas de dimensão mais reduzida, para as micro e pequenas empresas.


O retrato das PME

As PME apresentam um quadro de resiliência que pode ser importante para enfrentar as recessões, as crises económicas, financeiras e até pandemias devastadoras como o Covid-19.

Na crise de 2009-2013 perderam-se cerca de 164 mil empresas, mas nos quatro anos seguintes surgiram mais de 200 mil novas empresas. Em relação às pequenas empresas, desapareceram cerca de 11 mil, 24% das empresas existentes em 2008, e foram criadas entre 2014-2018 mais de 7 mil empresas. Por sua vez, nas médias empresas, morreram cerca de 1100 empresas mas entretanto surgiram quase 1300 empresas.


66,4% das PME portuguesas participam em processos de inovação de produtos, serviços, organização e marketing, o valor mais elevado da Europa.


Recentemente Nuno Mangas, presidente do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI), dizia ao Jornal de Negócios que Portugal tinha um tecido empresarial mais "resiliente e informado" e que as empresas de pequena e média dimensão estavam a melhorar os seus processos de gestão, produtivos e de marketing, com orientação para os mercados externos e cada vez mais colaborativas com o sistema de conhecimento e tecnológico e ativas em projetos de transformação digital. As PME são as principais impulsionadoras da economia europeia e da economia portuguesa.

Quantas são
Em Portugal, desde 2013 que as microempresas representam, em média, 96,2% das empresas, as pequenas 3,2%, as médias 0,5% e as grandes 0,1%. Em 2018, o total de empresas PME era de 1.294.037, 1.244.495 das quais micro, 42.581 pequenas e 6.961 médias.

Quantas pessoas trabalham
Do total de 4.154.185 pessoas ao serviço das empresas, 22,3% trabalham em grandes empresas, 44,1% em microempresas, 18,8% nas pequenas e 14,8% nas médias.

Em que setores estão
O setor agroindustrial representa 10,3%, a indústria transformadora 5,2%, a construção 6,5%, o comércio 16,8%, o alojamento e restauração 8,7%, os serviços imobiliários 3,5%, a educação 4,5%, e a saúde e apoio social 7,6%.

Quanto faturam
Em 2018, as microempresas faturaram 74.485,7 milhões de euros, as pequenas empresas 77.486,8 milhões de euros e as médias empresas 86.549,6 milhões de euros.

Que riqueza criam
Em 2018, o valor acrescentado bruto das microempresas foi de 23.275,7 milhões de euros, o das pequenas empresas 20.748,6 milhões de euros e o das médias empresas 21.717,4 milhões de euros.

Quanto investem
Em 2018, as microempresas investiram 6.495,8 milhões de euros, as pequenas empresas 3.443,5 milhões de euros e as médias empresas 3.946,3 milhões de euros.

As gazelas
Entre as empresas jovens de elevado crescimento, em 2918 contavam-se 259 pequenas empresas, 362 médias empresas e 95 empresas. Do total de VAB de 716 milhões de euros.

Fonte: Relatório anual das PME 2018-2019 da Comissão Europeia


PME são as maiores criadoras de riqueza
Em toda a Europa, mais de 25 milhões de PME no setor não financeiro são responsáveis por 56,4% da riqueza, segundo o relatório anual das PME 2018-2019 da Comissão Europeia. Em Portugal, as PME geram 68,3% da riqueza e 77,3% do emprego e empregam, em média, 2,9 trabalhadores, menos um do que a média europeia.

Estão cada vez mais produtivas
Muitas vezes as PME são vistas como empresas pouco eficientes mas a produtividade tem evoluído favoravelmente. As PME cresceram tanto em termos da remuneração média mensal, com 3,1% enquanto as grandes empresas apenas 2,6%, como na produtividade, com 2,6%, enquanto as grandes empresas apresentavam uma quebra de 0,9%.

Têm capacidade de inovação
As PME portuguesas são empresas inovadoras e 66,4% participam em processos de inovação de produtos, serviços, organização e marketing, o valor mais elevado da Europa. A média da União Europeia fica-se pelos 49,5%.

Fonte: PORDATA e Empresas em Portugal - 2018/INE

PME no Radar

Esta iniciativa do Jornal de Negócios e do Santander pretende dar voz à esperança e ao futuro, às pessoas e às PME que valorizam Portugal.

As PME são um motor crucial da economia em Portugal
Todo o tecido empresarial está neste momento a enfrentar uma conjuntura desconhecida que põe à prova empresários, decisores e gestores. As soluções vão inevitavelmente passar pela sua capacidade de adaptação, coragem, visão e liderança.

O Jornal de Negócios e o Santander vão contar com especialistas e líderes das PME para analisar e debater as soluções adotadas face aos grandes desafios que o atual contexto representa para a economia.

O Governo lançou uma linha de crédito de 3 mil milhões de euros para apoiar as empresas mais penalizadas pela Covid-19. Como vão as PME’s aceder a este apoio e como vão usá-lo? O Santander está na primeira linha no apoio ao tecido empresarial português.

Este e outros temas-chave vão ser debatidos ao longo de três meses, em diversos encontros, no formato think tank em plataforma digital, com foco setorial: Serviços, Tecnologia, Indústria Transformadora, e Turismo.

PME no Radar é uma iniciativa do Jornal de Negócios em parceria com o Santander.

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