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No Boletim Económico de Inverno, publicado a 10 de Dezembro, o banco central refere que as suas previsões incluem "algum aumento dos salários do sector privado ao longo do horizonte de projecção" – 2014 e 2015 –, o que contribuirá para que os custos unitários do trabalho no sector privado apresentem uma variação positiva, embora reduzida, em 2014 e 2015".
A instituição liderada por Carlos Costa avisa, ainda assim, que "a manutenção de condições relativamente desfavoráveis no mercado de trabalho, que implicarão um quadro de moderação salarial, deverá também condicionar a evolução das remunerações no sector privado".
Já a Comissão Europeia, cujas projecções não fazem distinção entre sector público e privado, espera que as remunerações continuem a cair em Portugal nos próximos dois anos (-0,8% em 2014 e -0,2% em 2015).
O ajustamento dos salários do privado provocou um braço de ferro entre os credores e o Executivo, com os primeiros a desejarem uma maior flexibilização das remunerações. "Há uma diferença de opinião entre Portugal e o FMI em relação aos custos de trabalho. O Governo tem contrariado algumas propostas", explicou Paulo Portas. "O Governo tem muita evidência de que o sector privado já ajustou e que as empresas querem os seus trabalhadores motivados."