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Turismo pede definições em relação ao aeroporto de Lisboa

O turismo está a crescer e o aeroporto de Lisboa poderá não aguentar esse acréscimo de fluxo turístico. Turismo reclama definições.

08 de Novembro de 2016 às 14:59
Bruno Simão
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Os agentes do turismo coincidem na necessidade de se definir o futuro para a infra-estrutura aeroportuária que serve a cidade de Lisboa. Ainda não aconteceu não ter capacidade para receber turistas, "mas pode vir a acontecer", alerta Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo Português.

No ano passado, Portugal recebeu 17 milhões de turistas, o que, segundo o INE (Instituto Nacional de Estatística), representou um crescimento de 8,6% face a 2014. Já em 2014, o crescimento no número de turistas tinha sido de 11,7%. Segundo o relatório e contas da ANA - Aeroportos de Portugal, entidade que tem a concessão dos aeroportos nacionais e que foi adquirida pelos franceses da Vinci, o aeroporto de Lisboa registou, em 2015, um tráfego superior a 20 milhões de passageiros, um crescimento de 10,7%. Um marco que foi ultrapassado pela primeira vez.

cotacao Tem, de uma vez por todas, de se analisar os fluxos. Nós vamos precisar de uma nova unidade aeroportuária.  Francisco Calheiros Presidente da Confederação do Turismo Português
Francisco Calheiros pergunta: "E se continuar a crescer a este ritmo?" Mais 10% representa entrarem mais um milhão de turistas. As projecções têm de ser equacionadas. E se o crescimento for durante três anos?

Francisco Calheiros não tem dúvidas: o aeroporto "entope".

Por isso, reclama, tal como o sector, que se tome a decisão sobre a forma de expandir o aeroporto de Lisboa. "O meu drama é que não está a decisão tomada", conclui.

Jorge Rebelo de Almeida, presidente do grupo Vila Galé, vai pelo mesmo caminho. "O aeroporto é um tema muito importante." Admitindo que chegou a pensar que não se justificava fazer-se um novo aeroporto megalómano, acrescenta agora que "fui surpreendido com os números".

Por isso, a solução até pode passar por uma infra-estrutura expansível, mas pede que não se gaste dinheiro em soluções provisórias.

Francisco Calheiros vai mais longe, lembrando que se há uns anos não havia dia que não se falasse no novo aeroporto de Lisboa, agora a situação é a oposta. "Passámos de um exagero ao outro." O responsável pela Confederação do Turismo não tem dúvidas: "Vamos precisar de uma nova unidade aeroportuária." O pior que poderá acontecer ao turismo é deixar de receber turistas porque não há capacidade nessa infra-estrutura.


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