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Mais importante do que a propriedade do capital é garantir que a TAP é uma empresa estabilizada. A greve de Maio não foi bem recebida pelo sector do turismo. Metade dos 80% dos turistas que chegam a Portugal de avião viajam pela TAP.
Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, não se pronuncia sobre a bondade da privatização, mas não tem dúvidas em afirmar que "a TAP tem de ser resolvida", já que identificou nos últimos tempos dois problemas: o espartilho no qual estava por ser uma empresa pública o que lhe impunha regras muito apertadas, o que dificultava a concorrência com outras transportadoras extremamente agressivas e flexíveis; por outro lado tinha o problema de falta de dotação de capital que a impedia de dar resposta a necessidades e oportunidades de crescimento. Dois problemas que podiam pôr em risco a própria transportadora. O presidente da APAVT lembra que depois do fecho da Malév, companhia de aviação húngara, em 2012, foram precisos dois anos para Budapeste voltar à rota do turismo de congressos e eventos (MICE - Meetings, Incentives, Conferencing and Exhibitions) e dos "city breaks" (pequenas viagens para uma cidade). "Claro que o mercado resolve o problema, mas a história internacional aponta para um período de dois anos para a sua resolução", acrescenta Pedro Costa Ferreira que assim clama por uma solução para a TAP. Nesse sentido, a privatização pode ser vista como uma resolução.
Mas o presidente da APAVT lamenta que o sector do turismo não tenha sido ouvido no processo, como preferia que a venda tivesse resultado de um consenso. "Qualquer resolução da TAP com um consenso político mais alargado era mais seguro". Mas seria viável? "Era bom que fosse. Tenho imensa pena que as nossas duas maiores facções políticas não se tenham conseguido entender num assunto tão fulcral para o país".